“Caríssimos, não acrediteis em todos os
Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus, porque são muitos os falsos
profetas que se levantaram no mundo.” (João, Epístola l, cap. 4,1).
“Não Acrediteis em Todos os Espíritos”,
juntamente com “Conhece-se a Árvore pelos Frutos”, “Prodígios dos Falsos
Profetas”, “Caracteres do Verdadeiro Profeta”..., faz parte do capítulo XXI –
“Falsos Cristos e Falsos Profetas” de O Evangelho Segundo o Espiritismo,
de Allan Kardec.
Depreende-se do texto que, aquelas
pessoas que fossem tentadas a explorar os dons da profecia em proveito próprio,
fazendo-se passar por enviadas de Deus, logo seriam descobertas e
desmascaradas.
O Espiritismo revela, também, outra
categoria de falsos cristos – aqueles que se disfarçam com nomes veneráveis –
pertencendo ao grupo dos Espíritos enganadores, hipócritas e orgulhosos, que
não estão entre nós, mas entre os Espíritos desencarnados.
O Espiritismo não inventou os
Espíritos. É apenas uma doutrina que se funda na crença de existência de
Espíritos e nas suas manifestações. Há Espíritos de todos os tipos. Para que
eles se comuniquem com os seres humanos, há necessidade dos médiuns, os seus intermediários. Na
comunicação dos Espíritos, há a influência do médium, que pode distorcer o
conteúdo da mensagem. Por isso, o cuidado de Allan Kardec, quando dizia que é
melhor rejeitar dez verdades a aceitar uma só como erro.
Para uma melhor análise deste tema,
ser-nos-á útil rever a escala espírita, em que Allan Kardec classifica os
Espíritos segundo o seu grau de perfeição. Nas questões 100 a 112,de O
Livro dos Espíritos, veremos que: a 3.ª ordem abarca os
Espíritos imperfeitos (Espíritos Impuros, Espíritos Levianos, Espíritos
Pseudo-Sábios, Espíritos Neutros e Espíritos Batedores), a 2.ª ordem, os
Espíritos bons (Espíritos Benévolos, Espíritos Sábios, Espíritos Prudentes ou
de Sabedoria e Espíritos Superiores); a 1.ª ordem, os
Espíritos Puros.
Referindo-se aos falsos profetas, o
Espírito Emmanuel, no livro Levantar e Seguir, diz que falso
profeta não é somente aquele que perturba o serviço da fé religiosa, mas todos
nós quando negamos a execução fiel dos nossos deveres: na maledicência, somos
falsos profetas da fraternidade; na discórdia, somos falsos profetas
mistificadores da paz; na preguiça, somos falsos profetas charlatães do
trabalho; na indiferença, somos falsos profetas inimigos do dever.
Não importa a fama do médium nem a envergadura do Espírito. Cabe-nos sempre fazer uma análise serena do conteúdo doutrinal da mensagem mediúnica.
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