Questão: O que estaríamos fazendo se não tivéssemos conhecido o Espiritismo?
O Espiritismo é a doutrina dos Espíritos e não de Allan Kardec. Allan
Kardec apenas codificou, ou seja, reuniu o material ditado pelos Espíritos,
material este colhido das diversas comunicações mediúnicas ao redor do mundo. A
Doutrina Espírita fundamenta-se nas obras básicas, que são O Livro dos
Espíritos, (1857), O Livro dos Médiuns (1861), O
Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865)
e A Gênese (1868), e nas obras complementares, principalmente
as doze coleções da Revista Espírita (1858-1869).
Ideia nova é uma ideia que vai de
encontro ao status quo da concepção comum. É como um despertar para novas
realidades. As mentes fechadas preferem ficar resistentes, empedradas no velho,
no cotidiano. Mas a espiritualidade sempre manda os seus mensageiros para nos
despertar do sono e vislumbramos uma nova vida, uma vida de mais
conhecimentos, de mais esperança e de mais fé no futuro.
Toda ideia nova tem os seus
contraditores; o Espiritismo não fugiu à regra. No âmbito dos ensinamentos
espíritas, Allan Kardec observa que a maior parte das objeções que se faz à
doutrina provém de uma observação incompleta dos fatos e de um julgamento
precipitado. Num dos seus diálogos com o crítico, em O Que É o
Espiritismo, diz: "Se o Espiritismo é uma falsidade ele cairá
por si mesmo; se, porém, é uma verdade, não há diatribe que possa fazer dele
uma mentira".
Na Revista Espírita de 1865, há dois tópicos pertinentes à ideia nova.
1) Um Sermão sobre o Progresso
Escrevem-nos de Montauban:
Um pregador protestante, Sr. Rewile, capelão do rei da Holanda, em
um discurso pronunciado diante de duas mil pessoas, se afirmou
decididamente como partidário das ideias novas.
Ao comentar a frase "Eu não vim destruir a lei e os profetas, mas
cumpri-la. Amai-vos de todo vosso coração, de toda vossa alma, de todo vosso
pensamento, e vosso próximo como a vós mesmos", diz que a missão do Cristo
entre os homens foi uma missão de caridade e de espiritualidade; sua doutrina,
parecia, pois, que estava em oposição com a dos Judeus, cujo princípio era:
"a observação estrita da letra," princípio que engendrava
o egoísmo...
De posse do texto completo, Allan
Kardec fez a seguinte observação:
"Os Espíritos disseram bem que o
Espiritismo iria encontrar defensores nas próprias fileiras de seus
adversários. Um tal discurso na boca de um ministro da religião,
e pronunciado do alto do púlpito, é um acontecimento sério. Esperemos ver
outros deles, porque o exemplo da coragem de opinião é contagioso. As
ideias novas não tardarão, não mais, a encontrar combatentes devotados na
alta ciência, na literatura e na imprensa; elas ali já têm mais simpatias
do que se crê; isso não custa senão o primeiro passo. Até este dia pode-se
dizer que, à exceção dos órgãos especiais do Espiritismo, que não se
dirigem à massa do público indiferente, só nossos adversários tiveram a
palavra, e Deus sabe se dela usaram! Agora a luta se inicia; que dirão
quando virem nomes justamente honrados e estimados sair de suas fileiras,
tomar abertamente à mão a bandeira da Doutrina? Está dito que tudo deve se
cumprir."
2) Imigração dos Espíritos
Superiores para a Terra
(Sociedade Espírita de Paris, 7 de outubro de 1864. — Médium, Sr. Delanne
"Sim, grandes mensageiros estão
entre vós; são aqueles que se tornarão os sustentáculos da geração futura.
À medida que o Espiritismo vai crescer e se desenvolver, Espíritos de uma
ordem cada vez mais elevada virão sustentar a obra, em razão das
necessidades da causa. Por toda a parte Deus distribui sustentáculos para a Doutrina;
eles surgirão em tempo e lugar. Assim, sabei esperar com firmeza e
confiança; tudo o que foi predito acontecerá, como o disse o santo livro,
até um iota".
Ainda: "Eis porque dizia há pouco que a imigração de Espíritos
superiores se operaria sobre a vossa Terra para ativar a marcha ascendente
de vossa Humanidade. Redobrai, pois, de coragem, de zelo, de fervor pela
causa sagrada. Sabei-o, nada deterá a marcha progressiva do Espiritismo,
porque poderosos protetores continuarão vossa obra". (Mesmer).
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Elaboremos uma resposta à pergunta: "Que estaríamos fazendo se não tivéssemos o conhecimento das ideias espíritas?" Em primeiro lugar, o tempo dedicado às tarefas espíritas, como colaborar numa sessão de passes, nas aulas de educação mediúnica e nas palestras públicas, estaria sendo usado em outros campos de interesse. E quais seriam eles?
Viagens, gozo dos bens materiais, vícios diversos, ou seja, tudo aquilo que nos afasta de nós mesmos, de nosso esforço de evolução do espírito imortal.
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