15 fevereiro 2019

Homem sem Palavra

O que acontece quando alguém se habitua a prometer coisas sem as cumprir? Isso prejudica a sua evolução espiritual? Em que sentido? Que subsídios o Espiritismo nos oferece para iluminar tal questão?

Por que compramos um produto no mercado? Porque confiamos nele, ou seja, que não esteja adulterado. E se tiver? Quebra a confiança no sistema econômico como um todo. Vejamos a questão da autenticidade da palavra. Quando não falamos a verdade, prejudicamos a confiança no sistema ao qual estamos inseridos. Consequentemente, um fica sempre desconfiando do outro.

Por imprudência o vizinho quebra o nosso telhado. Ele vem, dá uma olhada, e diz: amanhã irei consertar. Passa-se uma semana, vamos lá, e ele diz novamente: amanhã irei consertar. E nunca mais aparece para refazer o estrago. Suponhamos que essa prática seja constante na vida dessa pessoa. Como os outros o avaliam? Dizem simplesmente que é um "homem sem palavra".

O Espiritismo nos informa a respeito da lei natural, que está escrita em nossa consciência. Jesus a expressou por meio de seus ensinamentos e das suas parábolas. Esses ensinamentos não são compulsórios, mas servem como um modelo norteador de nossa conduta. Agindo de conformidade com essas instruções, seremos felizes, pois construiremos um futuro livre de amarras, amarras que nos prendem ao passado de erros.

O Espírito Emmanuel, no capítulo 38 "Se Soubéssemos", de Fonte Viva, esclarece-nos que: se o homicida, o glutão, o caluniador e o egoísta  soubessem de antemão o que a vida lhes espera além-túmulo, prefeririam não ter forças para desferir qualquer golpe. Não cumprindo a palavra dita, geramos consequências para nossas ações futuras. Contudo, o mais grave é o tipo de exemplo que passamos aos outros. Por isso, diz-se que é muito fácil escrever um livro de mais de mil preceitos morais e muito difícil de colocar em prática apenas um deles.

Jesus é o nosso mestre, o exemplo a ser seguido. Condenado injustamente, carregou a cruz e foi crucificado para nos dar o exemplo de submissão ao Pai. E nós, o que fazemos? Queremos arranjos, subterfúgios e auxílios escusos, tudo para encobrirmos a falta que cometemos, o nosso crime. Ainda que não sejamos punidos pela justiça humana, a nossa consciência não nos deixa livres. Mais cedo ou mais tarde teremos que enfrentar o problema.

Observemos os erros dos outros e reflitamos se não os cometemos também. Caso aconteça, façamos os esforços para superar tal anomalia de nossa personalidade.

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