"Intercessão" é o título do
capítulo 11 do livro Missionários da Luz, pelo Espírito André Luiz,
psicografado por Francisco Cândido Xavier. Mostra como se processou um pedido
de ajuda ao Instrutor Alexandre.
Etelvina e sua prima Éster pedem ao Instrutor a averiguação da
morte de Raul, esposo de Éster, que supostamente teria cometido o suicídio, mas
elas desconfiam que foi morto por alguém, e queriam que descobrisse quem
foi.
Explicação de Alexandre: "— Nossos amigos encarnados muitas
vezes acreditam que somos meros adivinhos e. pelo simples fato de nos
conservarmos fora da carne, admitem que já somos senhores de sublimes dons
divinatórios, esquecidos de que o esforço próprio, com o trabalho legítimo, é
uma lei para todos os planos evolutivos".
No dia imediato, foram até à
residência de Éster. Seria o ponto de partida. Casa modesta, cuja família era
constituída da viúva, três filhos e um casal de velhos, postos à mesa para
a alimentação. Observaram
seis entidades do mal envolvendo os seus integrantes. Onde não existe
organização espiritual, não há defesas da paz de espírito. A mesa familiar
é sempre um receptáculo de influenciações de natureza invisível.
Para obter informações sobre Raul,
procuraram um dos irmãos visitadores. Um dos visitadores disse: "conhecera
Raul, de perto, auxiliara-o muitas vezes, prestando-lhe continuada assistência
espiritual; todavia, não pudera, nem ele e nem outros amigos, evitar-lhe o
suicídio friamente deliberado". A viúva acredita em assassínio.
Ele soubera dissimular com cuidado. Em vez de perguntar a causa, Alexandre
optou por indagar o próprio interessado.
Por que o visitador regional não
susteve o suicida infeliz?
"— Se ele fosse vítima de assassínio, sim — respondeu o instrutor —,
porque, na condição real de vítima, o homem segrega determinadas correntes de
força magnética suscetíveis de pô-lo em contato com os missionários do auxílio;
mas no suicídio previamente deliberado, sem a intromissão de inimigos ocultos,
como este sob nossa observação, o desequilíbrio da alma é inexprimível e
acarreta absoluta incapacidade de sintonia mental com os elementos
superiores".
De posse dessas informações, o Instrutor precisava
sindicar quanto ao paradeiro do irmão infeliz que, semi-inconsciente,
permanecia imantado a um grupo perigoso de vampiros, em lugarejo próximo. Por
que precisariam dele os vampiros? "— Semelhantes infelizes — elucidou
Alexandre — abusam de recém-desencarnados sem qualquer defesa, como este pobre
Raul, nos primeiros dias que se sucedem à morte física, subtraindo-lhes as
forças vitais, depois de lhes explorarem o corpo grosseiro..."
Depois de preparar o ambiente
necessário, inclusive com a expulsão dos vampiros, consegue chegar em Raul e
conversar com ele. Como estava sob um sono profundo, Alexandre disse que não
seria viável no
momento. "Esquece-se de que vamos despertá-lo não só para a consciência
própria, senão também para a dor? Romperemos a crosta de magnetismo inferior
que o envolve e Raul regressará ao conhecimento da situação que lhe é própria;
entretanto, sentirá o martírio do peito varado pelo projétil, rugirá de
angústia ao contato da sobrevivência dolorosa, criada, aliás, por ele
mesmo".
Muito sereno, o bondoso instrutor
voltou a falar: "— Não empunhou sua arma contra o próprio peito? Não
localizou o coração para exterminar a própria vida? Ó meu amigo, podem os
homens enganar uns aos outros, mas nenhum de nós poderá iludir a Justiça
Divina".
Causa profunda: para se casar com
Éster, havia matado o seu noivo Noel.
Dever-se-ia contar toda essa verdade
a Éster? "— Somente são dignos da verdade plena os que se encontrem
plenamente libertados das paixões. Éster é profundamente bondosa, mas ainda não
alcançou o próprio domínio. Não possui as emoções, antes é possuída por elas.
Em vista disso, de modo algum lhe poderíamos dar o conhecimento completo do
assunto. Está preparada para a consolação, não para a verdade".
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