"Obsessão" é
o título do capítulo 18 do livro Missionários da Luz, pelo Espírito
André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier.
"A
conselho de orientadores experimentados, o agrupamento a que Alexandre
emprestava preciosa colaboração reunia-se, em noites previamente determinadas,
para atender aos casos de obsessão. Era necessário reduzir, tanto quanto
possível, a heterogeneidade vibratória do ambiente, o que compelia a direção da
casa a limitar o número de encarnados nos serviços de benefício
espiritual".
De
início, a questão: todo obsidiado é um médium, na acepção legítima do
termo? Resposta do instrutor Alexandre: "— Médiuns, meu amigo, inclusive
nós outros, os desencarnados, todos o somos, em vista de sermos intermediários
do bem que procede de mais alto, quando nos elevamos, ou portadores do mal,
colhido nas zonas inferiores, quando caímos em desequilíbrio. O obsidiado,
porém, acima de médium de energias perturbadas, é quase sempre um enfermo,
representando uma legião de doentes invisíveis ao olhar humano".
Nota: obsidiado e obsessor são duas almas a chegarem de
muito longe, extremamente ligadas nas perturbações que lhes são
peculiares.
Dentre os obsidiados, destaca-se o
empenho da jovem, que procurava por meio de sua força de vontade, prece e
autodomínio a restauração das próprias forças.
Um dos obsessores se expressa: "—
Estão chegando os pregadores. Oxalá não nos venham com maiores
exigências".
Alexandre pondera: "— O trabalho de esclarecimento
espiritual, depois da morte, entre as criaturas, exige de nós outros muita
atenção e carinho. É preciso saber semear na “terra abandonada” dos
corações desiludidos, que se afastam da Crosta sob tempestades de ódio e
angústia desconhecida".
Um caso de possessão: "— Esta jovem senhora apresenta doloroso
caso de possessão. Desde a infância, era perseguida pelos adversários tenazes
de outro tempo. Na vida de solteira, porém, no ambiente de proteção dos pais,
ela conseguiu, de algum modo, subtrair-se à integral influenciação dos inimigos
persistentes, embora lhes sentisse a atuação de maneira menos perceptível.
Sobrevindo, no entanto, as responsabilidades do matrimônio, em que, na maioria
das vezes, a mulher recebe maior quinhão de sacrifícios, não pôde mais
resistir. Logo após o nascimento do primeiro filhinho, caiu em prostração mais
intensa, oferecendo oportunidade aos desalmados perseguidores e, desde então,
experimenta penosas provas".
Observação de Alexandre: "— Estamos aqui numa escola
espiritual. O doutrinador humano encarrega-se de transmitir as lições. Você
pode registrar, porém, que, para ensinar com êxito, não basta conhecer as
matérias do aprendizado e ministrá-las. Antes de tudo, é preciso senti-las e
viver-lhes a substancialidade no coração. O homem que apregoa o bem deve
praticá-lo, se não deseja que as suas palavras sejam carregadas pelo vento,
como simples eco dum tambor vazio. O companheiro que ensina a virtude,
vivendo-lhe as grandezas em si mesmo, tem o verbo carregado de magnetismo
positivo, estabelecendo edificações espirituais nas almas que o ouvem. Sem essa
característica, a doutrinação, quase sempre, é vã".
Continuando: "— Em geral, noventa por cento dos casos de obsessão que se verificam na Crosta constituem problemas dolorosos e intricados. Quase sempre, o obsidiado padece de lastimável cegueira, com relação à própria enfermidade. E, porque não atende ao chamamento da verdade pela cristalização personalista, torna-se presa fácil e inconsciente, embora responsável, de perigosos inimigos das zonas de atividades grosseiras. Comumente, verificam-se casos dessa natureza em vista de ligações vigorosas e profundas pela afetividade mal dirigida ou pelos detestáveis laços do ódio que, em todas as circunstâncias, é a confiança desequilibrada convertida em monstro".
Ensinamento muito importante: "nossos companheiros encarnados observam somente uma face da questão, quando cada processo desse teor se caracteriza por aspectos infinitos, com vistas ao passado dos protagonistas encarnados e desencarnados. Diante do obsidiado, fixam apenas um imperativo imediato — o afastamento do obsessor. Mas, como rebentar, de um instante para outro, algemas seculares, forjadas nos compromissos recíprocos da vida em comum? Como separar seres que se agarram uns aos outros, ansiosamente, por compreenderem que na dor de semelhante união permanece o preço do resgate indispensável?"
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