O tema “Pureza Doutrinária” é muito atual, pois faz-nos refletir sobre a maneira como estamos nos comportando diante dos princípios codificados por Allan Kardec, veiculados a partir de 1857, com o lançamento de O Livro dos Espíritos. Para tanto, buscamos alguns subsídios na obra Pureza Doutrinária, do Dr. Ary Lex, cuja primeira edição data de 1988.
O Dr. Ary Lex, grande
estudioso do Espiritismo, foi um combatente contra os abusos e deturpações que
se praticavam na época. Costumava dizer que ele partira primeiro, como uma
espécie de arranca-toco. Outros viriam depois para dar continuidade.
Como as deturpações podem
invadir uma religião? Uma das causas é o aumento do número de adeptos. Observe
o que aconteceu com o cristianismo primitivo, que era puro, e no que se
transformou quando foi admitido pelo poder temporal de Roma. O mesmo
pode ocorrer com o Espiritismo, visto que a maioria que frequenta um Centro
Espírita não vai para aprender a Doutrina Espírita, mas para resolver problemas
pessoais.
O Dr. Ary Lex elenca, neste
livro, as deturpações orientais, Ramatis, falso parapsicólogos, entre outros. Quanto
às deturpações orientais, temos: o problema da evolução no reino mineral, os
elementais e o corpo astral. Quanto a Ramatis? Em muitos Centros
Espíritas e Federações vendia-se mais Ramatis do que o total dos livros da
Codificação! Diziam: "Kardec está superado, pois temos, agora, as novas
revelações de Ramatis”. A respeito dos falsos parapsicólogos? Depois
do avanço da Parapsicologia, surgiram também Clínicas que fazem tratamento pela
Parapsicologia, algumas delas já processadas por exercício ilegal da medicina.
Em se tratando dos erros na
prática mediúnica, extraímos do Capítulo VI — “Deturpações da Prática
Mediúnica”, o seguinte:
a)
uso de túnica branca pelo dirigente dos trabalhos;
b)
abstinência de carne no dia das sessões;
c)
proibição do estudo dos livros básicos da Doutrina, sob alegação de que o Guia
é competente para tudo ensinar;
d)
distribuição de preces impressas, para se evitarem desarranjos na vida,
acidentes etc.;
e)
realização de casamentos, batizados e crismas "espíritas";
f)
promessas a espíritos, para se conseguirem favores;
g)
médiuns de mãos dadas ou espalmadas sobre a mesa;
h)
comunicação de dois ou mais espíritos ao mesmo tempo;
i)
proibição de cruzarem as pernas;
j)
cantos extravagantes, velas, defumações;
l)
assistência obrigada a se conservar de olhos fechados;
m)
obrigação de receber passes à entrada do recinto;
n)
perguntas aos espíritos para satisfazerem a curiosidade.
As deturpações são como os
cupins que, imperceptivelmente, vão corroendo, destruindo. Precisamos estar
sempre atentos. Não podemos, em nome do Espiritismo, praticar atos totalmente
condenados pela Doutrina. A Doutrina Espírita está assentada em princípios. O
espírita deve ter consciência que não só descobriu uma verdade nova, mas
assumiu o compromisso de segui-la.
Fonte de Consulta
LEX, Dr. Ary. Pureza Doutrinária. 1.ª Edição — julho de 1988
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