“As aparências enganam? O correto seria dizer que nós é que nos enganamos com as aparências.”
O tema “Visível e invisível”
faz-nos pensar na relação entre a opinião, o fato, a realidade e o mundo invisível
ou mundo espiritual. Opinamos segundo as nossas limitações, mas a realidade cósmica
é outra, e ainda não temos condições de abarcá-la na sua totalidade.
Em termos econômicos e políticos, Frédéric Bastiat publicara um livro com o título “O que se vê e o que não se vê”. Eis um de seus pensamentos: "Na esfera econômica, um ato, um hábito, uma instituição,
uma lei não geram somente um efeito, mas uma série de efeitos. Dentre esses, só
o primeiro é imediato. Manifesta-se simultaneamente com a sua causa. É visível. Os outros só
aparecem depois e não são visíveis. Podemo-nos dar por felizes se
conseguirmos prevê-los."
O que a mídia nos informa diariamente? Guerras, domínio, luta pelo
poder, exploração do povo. Mas, o que está por trás disso? Qual o teor da
invisibilidade? Quanto podemos captar disso? Observe que, diante de uma
situação, onde não encontramos nenhuma solução, apelamos para a Providência
Divina. Só Deus, o criador, tem possibilidade de reverter uma situação
caótica.
Em termos da Doutrina Espírita, o acaso não existe. Assim sendo, se não conseguirmos encontrar a causa do sofrimento nesta existência, urge que a procuremos numa existência anterior. Para exemplificar, lembremo-nos:
Tragédia do Circo (capítulo 6 do livro Cartas e Crônicas): As pessoas que morreram queimadas foram as mesmas que atiravam os cristãos aos leões no começo da era cristã. É um exemplo vivo da justiça divina por meio da reencarnação. Não importa o tempo transcorrido; a lei tem que cumprir a sua tarefa, quer gostemos ou não.
Mar de Trigo (do livro Reencarnação e Vida, de Amália Domingo Soler): Duas pessoas "davam-lhes trigo estragado, que ao ser aproveitado pelas massas famélicas, provocou uma peste assoladora que causou inumeráveis vítimas... Como sucedeu aos dois ambiciosos açambarcadores de trigo que voltaram a este mundo em humilíssima posição e começaram pagando sua dívida morrendo afogados num mar de trigo como todo grão alimentício que negaram às multidões famintas, é justo que afoguem cem e cem vezes, pois não há dívida que não se pague nem prazo que não se cumpra".
Desconfiemos sempre do que se nos apresenta aos olhos. Um pouco mais de raciocínio lógico e a ilusão momentânea se desfaz.
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