Título: Titãs da Religião
Tradução: J. Coelho de Carvalho
Rio de Janeiro: Ateneo, s.d.p
Prefácio
É necessário ver neste livro uma variação fértil, fecunda, livre e documentada da história das religiões e da vida dos que as criaram. Esse concerto de vozes surge de um grande fundo humano: a tolerância. À Era Cristã segue-se a Era Atômica. A Religião e a Ciência avançam como que unidas, entrelaçadas. As vidas de santos contidas neste volume demonstram os sacrifícios a que se impôs o homem para que os benefícios da religião atingissem a todos. Se estudarmos a vida dos fundadores e propagadores de religiões, será mais fácil chegarmos à interpretação ideológica dos povos. Pelo conhecimento atinge-se à compreensão, ao amor e à fé.
Hermes-Ísis-Osíris
Hermes
Os gregos, discípulos dos
egípcios, chamavam-no de Hermes Trismegisto, ou seja três vezes grande, porque
era considerado o rei, legislador e sacerdote. Caracteriza uma época em que o
sacerdócio, a magistratura e a realeza se encontravam reunidos em um só corpo
governante.
"A alma é uma luz
velada. Quando a descendamos, se escurece e se apaga, mas quando se veste sobre
ela o santo óleo do amor, acende-se como uma lâmpada imortal"
Abraão
(2666? a.C.)
Em meio a um mundo
desregrado nasceu Abraão em Ur, e seu nome e seus feitos seriam recordados para
sempre.
Assim o patriarca ficou
surpreso numa tarde ventosa, quando atravessava sozinho um amarelo campo
improdutivo e subitamente ouviu a Voz do Senhor Deus que lhe dizia:
— Abraão, toma a teu
filho Isaac, ao qual tanto amas, e vá ao país de Moriá, onde mo oferecerás em
holocausto sobre uma montanha que te indicarei.
Então, a Voz falou:
— Abraão! Abraão!
— Eis me aqui — respondeu
o ancião.
— Não ponhais tua mão
sobre o rapaz, nem lhe faças nada, pois agora comprovaste que és temeroso a
Deus, já que não me recusaste nem teu único filho.
Moisés
(1725? a.C.)
Israel necessitava de um
novo líder. A situação dos judeus no Egito tornava-se cada vez mais difícil e
insuportável. O último faraó e seus conselheiros viam com receio aumentar, dia
a dia, a desobediência dos doze filhos de Jacob.
Com a superpopulação o
Faraó tomou uma medida, de caráter mais drástico: as parteiras deveriam, a
partir de então, matar toda criança de sexo masculino que nascesse de mulher
hebreia.
Josebel, a mãe, idealizou
um novo plano para salvar seu filho. Colocou-o numa cesta; depois, deixou-o
flutuando no rio. Ao nascer do sol, Maria viu a filha do Faraó, a formosa Bita,
que o recolheu.
— Este menino é filho de
judeus — exclamou; — chamá-lo-ei de Moisés, porque foi "salvo das águas".
Ao dizer isto, percebeu
entre os juncos da margem o rostinho pálido de Maria que presenciava toda a
cena. A menina, timidamente, falou para a princesa:
— Vou buscar uma
ama-de-leite judia para criar o menino?
— Vá — disse Bita; — vá,
que pagarei um salário.
A filha do Faraó desafiou
as ordens de seu pai e adotou como filho seu o pequenino hebreu, ao mesmo tempo
que contratava a própria mãe para que fosse a ama-de-leite que o educou no amor
ao verdadeiro Deus de Abraão, Isaac e Jacob.
O
Veda
Neste vasto deserto da
história antiga da Ásia existe apenas um oásis: a história do povo judeu.
Digamos então, o Veda é outro oásis do mesmo gênero. Aqui há um
repositório em que estão depositados os sentimentos, as esperanças, as alegrias
e os temores dos homens de uma outra época e onde encontramos, como um quadro
vivo da realidade, diante de nós a religião e o pensamento antigos. Muito pouco
se encontra de lutas e de batalhas no Veda,
porém lá estão apenas traços gerais do quadro cronológico da história. É sempre
melhor ouvir hinos e orações do que os gritos de agonia dos exércitos
destroçados.
Veda significa
originariamente "conhecimento" ou "ciência", e esta
designação foi dada pelos brâmanes não apenas a uma obra mas a todo o conjunto
de sua mais antiga literatura sagrada. Veda é a mesmíssima palavra que no grego
encontramos como vida (eu sei), e no inglês wise (sábio), wisdom (sabedoria)
e to wit (saber). Dos quatro hinos o Rig-Veda, Yagur-Veda, Sama-Veda
e Atharua-Veda, o único Veda verdadeiro no que diz respeito a esse assunto é
o Rig-Veda.
Orfeu
Orfeu é filho de Apolo e
de um sacerdotisa.
Orfeu foi o gênio que
animou a Grécia sagrada, o despertar de sua alma divina. Sua lira de sete
cordas envolve o universo. Cada uma dessas cordas corresponde a um aspecto da
alma humana, contém as leis das ciências e das artes.
Zoroastro
(660?-538? A.C.)
Dois séculos depois de
Moisés, na época de David — diz o conde Volney — Zoroastro rejuvenesceu e
moralizou, entre os medos e bactrianos, todo o sistema egípcio de Osíris e de
Tífon, sob os nomes de Ormoz e Arimânio; e que, para explicar o sistema da natureza,
supôs dois grandes deuses ou poderes: um, ocupado em criar e produzir em um
império de luz e doce calor (cujo tipo é o verão), e o chamou Deus da
sabedoria, da bondade e da virtude; o outro, ocupado em destruir em um império
de trevas e de frio (que é do polo do inverno), chamou-o Deus da ignorância, do
mal e do pecado.
O nome Zoroastro é a
forma helenizada de Zaratustra, como o chama o códice iraniano primitivo — e
que utilizou Friedrich Nietzsche para seu famoso livro Assim falou Zaratustra — ou de Zardust,
como se diz no persa atual.
Lao-Tse
A mais antiga filosofia
chinesa é encontrada no Y-King, o livro das transformações, enciclopédia que
alguns supõem ter sido elaborada por Fo-hi, e redigida de uma forma inteligível
doze séculos antes de Cristo. O objetivo geral desta obra é demonstrar a origem
das coisas e suas transformações ou mutações, que dependem da sucessão das
estações. Deus é considerado como o grande complemento de tudo, sobre o qual
estariam apoiadas todas as coisas; Deus é Ly e Tao,
razão e lei, e assim se revela à nossa inteligência. Esta, em seu
desenvolvimento, floresceu sob a forma de duas escolas, a de Lao-Tse, sob o
aspecto da metafísica, e a de Kung-fu-tseu, sob o aspecto da moral.
Toda sua sabedoria ele a
transportou para um livro intitulado Tao-te-King. O King significa livro clássico e Tao-te são
as duas palavras com as quais começam as duas partes de seu livro que, então,
toma o seu nome como os livros do Pentateuco. Os dois títulos unidos significam Livro da virtude e do caminho. Sobre a antiguidade e autenticidade deste
livro acham-se de pleno acordo os intelectuais e os Taos-ses,
podendo assim lê-lo como verdadeiro.
O
Buda (557?-477? a.C.)
Quatro encontros
extraordinários — como conta Barthelemy Saint-Hilaire — exerceram sobre a
determinação de Buda uma influência decisiva.
— Um velho
— Um enfermo
— Um morto
— Um mendigo
O elemento mais
importante da reforma budista foi sempre seu código social e moral, não suas
teorias metafísicas.
Não vacilou em
acrescentar que, salvo Cristo unicamente, não há, entre os fundadores de
religião, figura mais pura nem mais simples do que a de Buda.
Confúcio
(550-478 a.C.)
Pouco tempo do regresso a
Lu, começou a estender-se sua fama e cresceu o número de seus discípulos. No
regresso a Lu, levou quinze anos até conseguir uma boa posição. Enquanto isso,
dedicou-se ao ensino e concentrou os seus estudos nos livros santos do passado,
o Chi-King (Livro de Poemas Antigos), o Chu-King (Livro
de Documentos Históricos), o Yi-Quing (Livro das Mutações), o Li-Qui (Livro
de Ritos e Cerimônias Antigas).
Santo Elias
Santo Ezequiel
A
Virgem Maria
O Anjo Gabriel não a
saudou com o nome de Maria. Disse-lhe:
— Saúdo-te, cheia de
graça. Cheia de graça significa sem defeitos, perfeita. Era uma expressão nunca
usada antes daquele momento.
São
João Batista (m. no ano 31)
Por aqueles dias apareceu
João Batista pregando ao povo no deserto da Judeia. De seus longos sermões
vinham os novos conceitos que impunham às vidas resoluções imediatas.
"Arrependei-vos — exigia — pois o reino dos céus está próximo. O que está
por chegar é Aquele que já foi anunciado por Isaías, quando afirmou que era a
voz do que clamava no deserto".
Jesus
Cristo (1-33)
Jesus Cristo: grande nome
da História, nome qual se dá vida; o único adorado por todos os povos, por
todas as raças, através de todos os séculos. Sua vida não é apenas a última
cena de um drama nacional, que ocupa quase vinte séculos, desde Abraão até a
destruição do povo judeu; Ele ocupa toda a História Universal, da qual é o
centro. Ele é Jesus; Nele tudo começa, e tudo Nele termina.
O Cristo dos Evangelhos
a) Messianidade de Jesus Cristo
b) A divindade de Cristo
c) A realeza de Cristo
d) O Logos, o Verbo, a Sabedoria de Deus
O Cristo do Dogma Católico
O Cristo dos Evangelhos Apócrifos
Os Evangelhos Apócrifos são numerosos e das mais variadas índoles: Evangelho da Infância de Jesus, Evangelho de Maria, dos Doze Apóstolos, de São Pedro, de São Bartolomeu etc... Existe também o Evangelho de Eva, de Zacarias, de Gamaliel e até de Judas Iscariotes.
Em 1945, durante escavações no cemitério greco-romano da aldeia de Naghamadi, 110 quilômetros ao norte de Lúxor, encontraram-se vários manuscritos de inestimável valor, entre eles um Evangelho atribuído ao apóstolo Tomé, “o da dúvida”.
Em geral, o conteúdo dos Evangelhos Apócrifos reflete uma imagem de Cristo que poderíamos chamar de “Cristo folclórico”.
O Evangelho da Infância de Jesus é um dos mais “folclóricos”.
1) Contando Jesus cinco anos, certo dia, após chuva, foi brincar com outros meninos, à beira do riacho. Construiu várias poças de água; nelas amassou o barro, e com o barro amassado, fabricou doze passarinhos. Certo homem que por lá cruzou, foi ter com José, pai de Jesus, denunciando a este por estar fazendo aquilo no dia do Sábado. Veio José para o riacho, e ralhou com seu filho. Este, então, dirigiu-se aos passarinhos de barro e ordenou-lhes: — Ide, passarinhos, voai e lembrai-vos de mim. — E os passarinhos saíram voando e cantando. Nisto, o filho de Ana, a sacerdotisa, estragou, com seu galho de sauce seco, as poças que Jesus tinha construído. Jesus zangou-se, e voltando-se para ele, disse: — Que teu braço se seque, como esse galho com que destruístes minhas poças. E o braço do menino secou-se no mesmo instante. Levado, porém, Jesus, à casa dos pais, e diante da dor geral da família, compadeceu-se do menino e sarou o braço seco, restituindo-lhe o seu vigor.
2) Um menino, por brincadeira, pula sobre as costas de Jesus. Aí, Jesus zangou-se e, olhando-o, lhe disse: — Não chegarás aonde ias — E o menino caiu fulminado e morto no chão.
3) Estava Jesus ainda no berço: e um dia olhou para sua mãe e falou com ela, declarando-lhe os mistérios da encarnação: — Eu sou Jesus, o Filho de Deus, o Verbo que tu engendraste, segundo to anunciou o arcanjo. São Gabriel. Enviou-me o Pai para redimir o mundo dos seus pecados.
O Cristo dos Heterodoxos
Muitos hereges foram — deduzidos seus erros — grandes luminares da Igreja, como Tertuliano ou Orígenes; e alguns outros foram mártires da fé de Cristo, como são Hipólito. Saibamos, pois, detestar o erro, porém admirar seus fautores, quando merecedores. E ainda lembramo-nos das palavras do Apóstolo: Oportet haeresses esse, foi conveniente que houvesse hereges, porque da contradição saiu a luz.
O Cristo do Milenarismo
Tendo Cristo repetido, em algumas ocasiões, que "não passaria esta geração sem que as vissem cumpridas", a ideia de um próximo, de um imediato triunfo e estabelecimento do reino de Cristo era esperança geral, na primitiva igreja. Paulo: preparai-vos, porque o reino de Cristo está para chegar"...
Desta expectativa surge a teoria segundo a qual Cristo estava para voltar, e esse Cristo triunfante estabeleceria seu reino, e esse reino duraria na terra 1000 anos, vivendo as gentes num banquete nupcial infindável. O diabo seria agrilhoado, no centro da terra, durante 1000 anos. Após esses 1000 anos, o Maligno sairia das prisões, seduziria muitos fiéis e declararia guerra a Cristo. Este os reduziria a pó. E então começaria seu reinado celestial.
O Cristo, "Mito Pitagórico"
O neo-platonismo e o neo-pitagorismo floresceram no século I. Daí, surge uma teoria audaciosa: Cristo não teria existido realmente, e sim seria um mito continuativo de Pitágoras, naquela época já semi-divinizado. O Cristianismo seria um "neo-pitagorismo": os Evangelhos, simples paródias ou continuações da incerta e fantástica biografia de Pitágoras. O Cristo seria, então, o Pitágoras da lenda místico-prodigiosa difundida na Palestina, fato histórico bastante documentado na atualidade.
Em resumo: o neo-pitagorismo era um eco dos cultos do Oriente, peneirados na Grécia com o platonismo, e misturados com as elucubrações do orfismo e de Elêusis.
Cristo foi confundido ou identificado com Pitágoras.
Buda também fora identificado com Cristo.
O Cristo, Líder de Partido
Entre as camadas do âmbito político, no século I, a ideia mais comum professada a respeito da "nova seita", entre políticos e escritores oficiais, era esta: tratava-se simplesmente, de uma seita "político-social", com um líder que "se chamou Cristo e que fora supliciado na cruz".
Cristo, como líder político-social, esteve muito na moda durante o primeiro e o segundo quadrante do nosso século: Até Spengler aceitava, com arbitrariedade infantil, esta teoria: segundo ela, João Batista seria o líder dos essênios; degolado por Herodes, Cristo receberia a liderança do partido.
O Cristo de Celso
O porta-voz mais eminente das altas camadas áulicas do Império foi este terrível e brutal acusador de Cristo e dos cristãos. Por sua fama, lançou ataques de forma desmedida. Precisou que Orígenes escrevesse Contra Celsum para tirar o Cristo que Celso nos pinta.
"Como podemos ter por Deus um homem que nada fez do que prometeu? — escrevia Celso. — Perseguido para ser aprisionado e supliciado. E quando preso, por fim, viu-se abandonado por quantos se diziam seus discípulos!..."
O Cristo ressuscitado é uma fábula absurda, fruto da imaginação de uma mulher e alguns fanáticos.
O Cristo das Catacumbas
A Lenda da Cabeça de Adono
Cristus, "Sol Invictus"
Os Diferentes Cristos do Gnosticismo
a) O Cristo reencarnado em Simão Mago
b) O Cristo, "aparente", dos Doquetes
c) O Cristo diferente de Jesus
d) Cristo, o "Arconte"
e) O Cristo valentiniano
f) O Cristo marcionita
O Cristo dos Montanistas
O Cristo dos Adocionistas
O Cristo dos Monarquistas
O Símbolo de S. Ireneu
O Cristo do Arianismo
Poderíamos começar afirmando que todas as disputas ariano-católica, a mais árdega e violenta que defrontou a Igreja até o aparecimento da Reforma, versou, no fundo, sobre duas palavras; e mais exatamente: sobre uma só letra: homoúsios (da mesma substância) e homoiúsios (de parecida substância).
As Várias Modalidades do Arianismo
As Novidades de Donato
Cristotocos e Teotocos
O Cristo do Racionalismo Histórico
O Cristo de Renan
"O Mito de Jesus" — (de Drews)
Origem e Evolução do "Mito de Jesus"
Conclusão
Cremos ter proporcionado aos nossos leitores um panorama, além de variado, instrutivo sobre o tema mais sublime da história e do pensamento: Jesus Cristo, como foi concebido e entendido através dos séculos e das escolas.
Nem defendemos, nem debitamos nenhuma das mil variedades aqui lembradas e expostas, porque não era esse o intento. E, porque, se agora, após ter conhecido todos esses Cristos, o leitor se pergunta conosco: Quem foi Cristo, na realidade? — convidamo-lo para abrir os santos Evangelhos e, no silêncio de uma leitura espiritual, descobri-lo, tal qual é, e tal qual será adorado até a consumação dos séculos: o Cristo que nós adoramos e que, com Pedro confessamos: "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo".
Angel Herrera Bienes
São
Paulo (m. 67)
Perseguidor dos cristãos.
De repente, uma luz saída do céu envolveu o viandante. Rolou por terra e ouviu
uma voz que dizia: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" E o homem,
atemorizado e trêmulo, murmurou: "Senhor, que queres que eu faça?" E
chegou a resposta: "Levanta-te e entra na cidade; lá se te dirá o que hás
de fazer!"
Paulo, cidadão romano,
gozou do privilégio de não ser torturado nem submetido à morte ignominiosa. O
único suplício que lhe puderam infligir foi a decapitação. Conduziram-no pela
Via que levava ao mar, fora da cidade, e um guarda lhe ceifou a cabeça com um
golpe de espada. Obedecera ao seu Mestre, semeara na terra o grão da Boa Nova,
o primeiro dos missionários, o apóstolo dos Gentios.
São
Benedito (480-553)
São Benedito ou São
Bento. Fora enviado a Roma por seus pais, para estudar ciências liberais. Mas,
ao ver que muitos deixaram-se arrastar, no estudo, pelos precipícios do vício,
retirou seu pé, que quase pusera já no umbral do mundo, por temor de que, ao
conseguir um pouco de sua ciência, também fosse cair, depois de tudo, no fatal
precipício.
Benedito, tendo
abandonado os estudos literários, resolveu retirar-se para a solidão, seguido
apenas pela sua ama de leite, que o amava com ternura.
Reconhecido por um
milagre. Diante de uma peneira quebrada, ora e pede a Deus e a peneira ficou
como se fosse nova.
Maomé (570-632)
São Bernardo (1090-1153)
Pedro, o Eremita (m.
1115?)
São Francisco de Assis
(1182-1226)
Santa Clara (1193-1253)
São Tomás de Aquino
(1225-1274)
João
Huss (1373-1415)
Sua família era
camponesa, mas ele abandonou as tarefas do campo pelo estudo. Tinha afã
insaciável de conhecer e saber a verdade. Em Praga viveu a vida dos estudantes
pobres até que, em 1393, conseguiu o título de licenciado em artes e, em 1394,
o de bacharel em teologia.
Desprovido de recursos
não pode aspirar ao doutorado. Mas abriu caminho, graças à sua inteligência.
Nomeado professor em 1398, foi decano da faculdade de filosofia em outubro de
1401 e reitor em 1402 da capela de Belém.
Huss, como professor da
Universidade de Praga, distinguiu-se nas discussões mais abstratas e no
conhecimento de Aristóteles, da Bíblia e dos Santos Padres. Buscou nos escritos
de Matias Janov e Chititny a solução para as suas inquietudes religiosas.
Matias Janov e Chititny propagavam a consideração da Bíblia como única fonte de
verdade e de fé. Essa influência afastou Huss da doutrina católica e sua
heterodoxia se reforçou na leitura das obras de Wiclef, particularmente do Dialogus e Trialogus,
trazidas de Oxford por Jerônimo de Praga.
Huss apresenta o duplo
aspecto de reformador religioso e de caudilho nacional, papel muito semelhante
ao desempenhado, um século mais tarde, por Lutero na Alemanha. O herege alemão
foi o herdeiro espiritual do herege tcheco.
Negou a necessidade da
confissão auricular, atacou como idolátrico o culto das imagens, da Virgem
Maria e dos Santos, a infalibilidade papal...
Lutero (1483-1546)
Zuínglio (1484-1431)
S. Ignácio de Loiola
(1491-1556)
João Knox (1505-1572)
João Calvino (1509-1564)
Santa Teresa de Jesus
(1515-1582)
S. Vicente de Paulo
(1581-1660)
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