19 março 2019

Formas-Pensamento

Ernesto Bozzano, em Pensamento e Vontade, diz que os filósofos alquimistas dos séculos XVI e XVII, Vanini, Agrippa, Van-Helmont, já atribuíam ao magnetismo emitido pela vontade o resultado de seus amuletos e encantamentos. Van-Helmont, por exemplo, chegou a formular a teoria das formas-pensamento, da ideoplastia, da força organizadora. Para ele, o desejo realiza-se na ideia. É a teoria sobre as ideias-forças, desenvolvida por Fouillée bem antes da vinda das obras espíritas, principalmente as do Espírito André Luiz.

Mas, o que são as formas-pensamento? Para a teosofia, formas-pensamento são criações mentais que utilizam a matéria fluídica ou matéria astral para compor as características de acordo com a natureza do pensamento. Podem ser criadas por encarnados ou desencarnados (com características positivas ou negativas). É o resultado da ação da mente sobre as energias mais sutis que nos circundam, criando formas correspondentes ao pensamento externado.

O Espírito André Luiz, em Os Mecanismos da Mediunidade, aborda extensivamente a questão dos fluxos mentais das criaturas. Em se tratando das formas-pensamento, diz que a telementação e reflexão comandam todos os fenômenos de associação. Dai, "Emitindo uma ideia, passamos a refletir as que se lhe assemelham, ideia essa que para logo se corporifica, com intensidade correspondente à nossa insistência em sustentá-la, mantendo-nos, assim, espontaneamente em comunicação com todos os que nos esposem o modo de sentir". 

Nesse mesmo livro, o Espírito André Luiz diz que pela ideoplastia, “o pensamento pode materializar-se, criando formas que muitas vezes se revestem de longa duração, conforme a persistência da onda em que se expressam”. Temos muita dificuldade de perceber o emaranhado de vibrações que envolvem o nosso pensamento. Há uma plêiade de Espíritos ao nosso lado e nem sempre são os melhores do universo. Como as suas influências são sutis, expressamo-las pela nossa boca, transparecendo que são nossas próprias ideias.

Qual o nosso principal trabalho? Criar formas-pensamento sadias. Assim, quanto mais estudarmos a Doutrina Espírita, colocando em prática os seus princípios diretores, mais seremos influenciados pelos Espíritos de luz. Perseveremos no bem. Nada de pusilanimidade. A vigilância e a oração devem ser constantes, pois são muitos os Espíritos infelizes que se aproximam de nós para atrapalhar a nossa ascensão espiritual. 

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Formas-pensamentos [Notas do capítulo] 

Pensamentos, conceitos e auto-avaliações, positivos ou negativos, são elementos dinâmicos de indução e influenciam no halo mental, formando “realidades energéticas” ou “formas-pensamentos”.

As formas-pensamentos positivas são aquelas que edificamos e alimentamos com informações e ensinamentos úteis e saudáveis para nossa evolução espiritual.

Os indivíduos de sentimentos e pensamentos doentios podem plasmar “estruturas de disformes feições”, que os acompanham aos lugares aonde vão.

O orgulho, a submissão, a mágoa, o medo, a culpa, a rigidez e outros tantos desajustes produzem “estruturas ameboides”, animadas de intensa atividade, que ganham energia por intermédio de nossas emoções, pensamentos e convicções costumeiras.

A criatura que se julga superior — “a melhor” — cria “estruturas mentais” em sua aura que se nutrem desse seu complexo de superioridade. Reciprocamente, essa mesma pessoa irá gerar outra “forma-pensamento” que corresponda ao inverso da primeira, ou seja, uma estrutura mental oposta — um complexo de inferioridade. As “formas-pensamentos” vivem em partes opostas.

Se possuímos qualidades e capacidades mais desenvolvidas que as dos outros, não é por sermos superiores, mas porque as desenvolvemos com esforço e dedicação.

Aceitar ser como somos é respeitar nosso grau evolutivo. Essa afirmação nos tira da “neurose das comparações”.

Fonte de Consulta

A Imensidão dos Sentidos: aprendendo a lidar com a sua mediunidade. Francisco do Espírito Santo Neto, pelo Espírito Hammed, copyright 2000. 


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