O Espírito André
Luiz, no capítulo 4 "Estudando o Cérebro" do livro No Mundo
Maior, discorre sobre a análise do cérebro feita por Calderaro, quando se
vê diante de um caso em que um Espírito havia posto fim ao corpo físico de seu
atual verdugo. Disse: "Iniciei o serviço de assistência a ele, só há três
dias; no entanto, já me inteirei da sua comovente história".
Caso: o homicida era
empregado da vítima, desde a infância. Ao atingir a maioridade, exigiu do
chefe, que passara a tutor, o pagamento de todos os anos de serviços
anteriores. O patrão negou-lhe o pedido, dizendo-lhe que o tratara como filho e
que o auxiliaria nos negócios futuros, mas que não lhe daria vintém algum. Após
severa discussão, o rapaz, no auge da ira, o assassinou. Antes de fugir do
local, abriu o cofre e pegou a quantia de dinheiro que se supunha com direito,
não deixando vestígio algum para que fosse investigado pela polícia. Depois de
resolver todos os problemas com a família da vítima, vai para um grande centro
comercial investir a sua fortuna.
O problema: "Conseguiu
ludibriar os homens, mas não pode iludir-se a si mesmo". A entidade
desencarnada passou a persegui-lo incessantemente. Para fugir do assédio,
pôs-se a trabalhar incansavelmente; não deu muito resultado. Em seguida,
casou-se na esperança de amenizar essa influência. Teve cinco filhos. Mesmo
assim, era assaltado por terríveis pesadelos. Mantinha em seu cérebro todas as
impressões do delito praticado. Repugnava-lhe uma confissão pública do crime, a
qual, de certo modo, lhe mitigaria a angústia, libertando energias nefastas,
que arquivara.
Palavras de Calderaro:
"A mente
criminosa, assediada pela presença invariável da vítima, a perturbar-lhe a
memória, passou a fixar-se na região intermediária do cérebro, porque a dor do
remorso não lhe permitia fácil acesso à esfera superior do organismo
perispirítico, onde os princípios mais nobres do ser erguem o santuário de
manifestações da Consciência Divina. Aterrorizado pelas recordações, transia-o
irreprimível pavor em face dos juízos conscienciais. Por outra parte, cada vez
mais interessado em assegurar a felicidade da família, seu único oásis no
deserto escaldante das escabrosas reminiscências, o infeliz, então respeitado
por força da posição social que o dinheiro lhe conferia, embrenhou-se em
atividade febril e ininterrupta. Vivendo mentalmente na região intermediária do
cérebro, em caráter quase exclusivo, só sentia alguma calma agindo e
trabalhando, de qualquer maneira, mesmo desordenadamente. Intentava a fuga
através de todos os meios ao seu alcance. Deitava-se, extenuado pela fadiga do
corpo, levantando-se, no dia seguinte, abatido e cansado de inutilmente duelar
com o perseguidor invisível, nas horas de sono. Em consequência, provocou o
desequilíbrio da organização perispiritual, o que se refletiu na zona motora,
implantando o caos orgânico".
Há, neste capítulo, mais elucidações; basta consultá-lo. Queremos aqui enfatizar a lei de ação e reação ou lei de causa e efeito. Há, em cada um de nós, a ideia do bem e da virtude. Pode-se dizer que são as leis de Deus escritas em nossa consciência. Não tem como fugir delas. Podemos nos iludir com o trabalho, o lazer, a compra de um juiz, entre outras; contudo, no seu devido tempo teremos de responder pelos nossos atos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário