“Ninguém salvará um náufrago sem expor-se ao chicote das ondas.” (Espírito Emmanuel, “Ave, Cristo!”)
Todos nós, que estamos encarnados neste mundo de expiações
e provas, temos uma missão, uma tarefa definida, pois sem essa perspectiva a
vida não teria sentido, já que pelas leis naturais, todos estamos sujeitos à
lei de progresso, que é inexorável, quer estejamos encarnados ou desencarnados.
A Terra era, e ainda é, um Planeta inferior, daí a
denominação “expiações e provas”. Supõe-se que os Espíritos que nele habitam
ainda não alcançaram o status de
mundo superior, como nos aponta o livro O
Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, na sua classificação dos
diversos mundos: primitivos, expiações e provas, regeneradores, felizes, celestes
ou divinos. Dessa forma, trabalho não falta para o esforço de evolução do espírito,
seja qual for a sua condição.
Nesse sentido, a proposta de uma heroica renunciação,
aquela mesma proposta a Quinto Varro no livro Ave, Cristo!, em que precisou reencarnar duas vezes consecutivas para
conduzir seu filho Ticiano ao Evangelho de Cristo. A frase do Espírito Emmanuel
— “Sem a heroica renunciação dos que se consagram ao progresso e ao
aprimoramento das almas, a educação não passará de letra morta” — é bem
sugestiva.
Continuando a nossa reflexão sobre os apelos de Cristo, o “ajudar
sem exigir resultados”, também merece atenção redobrada. Talvez não percebamos
de pronto, mas o trabalho simples e silencioso em prol daqueles que nos odeiam,
que nos causam transtornos, que nos tiram fora do sério, é o esmeril que nos
aprimora tal qual aquele que modela a esmeralda.
Entre os apelos de Cristo que deveríamos levar em conta, o
mais difícil é renunciar à própria personalidade. Achamo-nos os donos da verdade simplesmente porque frequentamos um curso superior. Em consequência, não admitimos que o outro,
julgado inferior por nós, nos mostre que estamos em erro. Renunciar à
personalidade é colocar-se no último lugar, evitando que o orgulho e o egoísmo falem
mais alto.
A evolução não para. Vencido um desafio, outros surgem,
porque precisamos ser testados, para reverberar novos valores e novos
dons que estavam ocultos, esquecidos. Ao nos levantarmos, todos os dias, agradeçamos
a noite bem dormida e peçamos forças para vencer mais uma jornada, visto que “a
cada dia basta o seu mal”.
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