Primeiramente, o Espiritismo não é um compêndio que se
deixa esquecido. Deve ser enaltecido e divulgado. Não para fazer proselitismo,
mas para o conhecimento daqueles que ainda se encontram nas sombras da
espiritualidade. Em O Evangelho Segundo o
Espiritismo, há diversas recomendações para a boa compreensão da Doutrina Espírita.
Comecemos nossa análise, fazendo uso do instrumento
musical. Se o instrumento é deficiente, o maior perito em música terá
dificuldade para expressar os seus dons artísticos. Se, contudo, o aparelho
estiver perfeito, a melodia aparece mais fluida e vibrante.
O corpo humano é um instrumento de manifestação do espírito.
Se tudo nele funcionar a contento, o espírito que nele habita estará mais à
vontade para a sua expressão.
Observe a mediunidade: quanto um Espírito quer se manifestar,
ele procura o médium mais capacitado para o seu intento. Nesse caso, o médium que tiver recheado seu cérebro de bons conhecimentos, será o preferido. Não encontrando um nessas condições, pode se valer de qualquer outro, mas terá mais dificuldade,
pois suas ideias terão que ser passadas letra a letra ou frase a frase.
O Espírito Georges, no item "Cuidar do Corpo e do Espírito",
do Capítulo XVII "Sede Perfeitos" de O Evangelho Segundo o Espiritismo, dá-nos algumas
instruções, começando por enfatizar que a alma é prisioneira da carne. “Para que esta prisioneira
possa viver, movimentar-se, e até mesmo conceber a ilusão da liberdade, o corpo
deve estar são, disposto e vigoroso”. E complementa:
“Amai, pois, a vossa alma,
mas cuidai também do corpo, instrumento da alma; desconhecer as necessidades
que lhe são peculiares por força da própria natureza, é desconhecer as leis de
Deus. Não o castigueis pelas faltas que o vosso livre-arbítrio o fez cometer, e
pelas quais ele é tão responsável como o cavalo mal dirigido o é, pelos
acidentes que causa. Sereis por acaso mais perfeitos se, martirizando o corpo,
não vos tornardes menos egoístas, menos orgulhosos e mais caridosos? Não, a
perfeição não está nisso, mas inteiramente nas reformas a que submeterdes o
vosso Espírito. Dobrai-o, subjugai-o, humilhai-o, mortificai-o: é esse o meio
de o tornar mais dócil à vontade de Deus, e o único que conduz à perfeição”.
Sobre o Corpo
“A candeia do
corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo
terá luz.” — Jesus — MATEUS, 6: 22.
Conheceis jovens
que se transviaram na leviandade, desvairando-se em golpes de selvageria e
loucura e, examinando acremente determinados sucessos que devem estar
catalogados na patologia da mente, admites que a juventude moderna se encontra
em adiantado processo de desagregação do caráter.
Relaciona,
todavia, os milhões de rapazes e meninas, debruçados sobre livros e máquinas,
através do labor e do estudo, em muitas circunstâncias imolando o próprio corpo
à fadiga precoce, para integrarem dignamente a legião do progresso.
Sabes que há
companheiros habituados aos prazeres noturnos e, ao vê-los comprando o próprio
desgaste a preço de ouro, acreditas que toda a comunidade humana jaz entregue à
demência e ao desperdício.
Reflete, entretanto, nos milhões de cérebros e braços que atravessam a noite, no recinto das fábricas e junto dos linotipos, em hospitais e escritórios, nas atividades da limpeza e da vigilância, de modo a que a produção e a cultura, a saúde e a tranquilidade do povo sejam asseguradas. (Capítulo 5 — "No reino em construção", do livro Livro da Esperança)
“Não é a vida
mais do que o mantimento e o corpo mais do que o vestido?” — Jesus — MATEUS, 6:
25.
O corpo humano e o corpo espiritual são construções divinas a se estruturarem sobre forças que se combinam e trabalham constantemente em dinamismo santificante, por nossa vez, peças atuantes do Evangelho Vivo, demonstrando que o serviço é condição de saúde eterna. (Capítulo 4 — "Cem por um" de [Eurípedes Barsanulfo], do livro Ideal Espírita)
Consultemos as
penitenciárias, onde jazem segregados milhares de companheiros que lhe caíram
sob as marteladas destruidoras: entrevistemos os suicidas, degredados em
regiões de arrependimento e regeneração além-túmulo; ouçamos muitos daqueles
que largaram inesperadamente o corpo físico ou foram colhidos pela morte
obscura e escutemos grande parte dos alienados mentais que vagueiam em casas de
tratamento e repouso, quais mutilados do espírito, relegados à periferia da
vida e encontraremos a explosão arrasadora da cólera na gênese de todos os
suplícios que lhe garroteiam a alma... (Capítulo 13 — "Barragem" [Emmanuel]
Resguarde o corpo físico. Toda indisciplina pode dar serviço aos coveiros. (Capítulo 14 — "Cristãmente" [André Luiz] do livro Ideal Espírita)
Se você está
doente, atenda ao corpo enfermiço, na convicção de que não é com lágrimas que
você recupera um relógio defeituoso. (Capítulo 21 — "Mágoa" [André Luiz]
Se a Lei concede o corpo conforme o espírito, não olvides que as melhores posições, perante o mundo, são aquelas que nos oferecem as inibições físicas, as dificuldades de nascimento, as heranças fisiológicas de amargo teor, as lutas e os obstáculos incessantes, as adversidades e provações sucessivas, pois somente no círculo dessas desvantagens aparentes é que superamos os nossos antigos defeitos morais e nos candidatam às Estâncias Resplandecentes da Vida Maior. (Capítulo 32 — "Na experiência atual" [Lameira de Andrade] do livro Ideal Espírita)
Se pretenderes ajudar o cérebro que desatina, atende igualmente ao estômago que padece. “Mente sã em corpo são” — doutrinava a cultura antiga. E ninguém terá pensamento sadio sem digestão correta. (Capítulo 37 — "Cérebro e estômago" [Scheilla] do livro Ideal Espírita)
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