08 julho 2009

Paranormalidade e Espiritismo

Considera-se fenômeno normal todo acontecimento cujo mecanismo causal se enquadra no conjunto das leis que admitimos governarem os processos da natureza. Designamos por fenômeno paranormal todo o acontecimento "inusitado", "além do normal", ou seja, fora do conjunto dos fatos normais.

Normalidade é perceber o mundo através dos cinco sentidos, que são: audição, olfato, paladar, tato e visão. Tudo o que escapa a esses sentidos, a Parapsicologia convencionou chamar de paranormalidade. A paranormalidade foi muito utilizada pelo Dr. Joseph Banks Rhine, da Universidade de Duke, nos Estados Unidos que, através da pesquisa quantitativa, modernizou a Metapsíquica e transformou-a na Parapsicologia. Paranormal é o fenômeno que ocorre paralelamente ao normal.

O objeto da Parapsicologia é o estudo dos fenômenos inconscientes extranormais e dos fenômenos paranormais. Em se tratando dos paranormais, Rhine inclui todos os que não podem ser explicados sem se admitir no Homem a existência de uma faculdade espiritual, por se não deverem a nenhum tipo de energia física conhecida ou possível. De acordo com Robert Amadou, "A parapsicologia coloca em evidência o estudo experimental das funções psíquicas, ainda não incorporadas ao sistema da psicologia científica, com vistas à sua incorporação neste sistema ampliado e completado".

Os fenômenos paranormais foram englobados, no 1.º Congresso Internacional de Parapsicologia, na cidade de Utrecht, em 1953, sob a designação genérica de fenômenos Psi (letra grega). J. B. Rhine classificou os fenômenos de telepatia, clarividência e pré e post-coginição (P.E.S.) como função "psi-gama", a telecinesia, a teleplastia e a psicocinesia – dinamismo psíquico – como função "psi-kapa". Para a avaliação quantitativa da função "psi", Rhine escolheu o método estatístico combinado com o cálculo das probabilidades. Na pesquisa da função "psi-gama", Rhine elegeu como principal instrumento o baralho zener, composto de 25 cartas, distribuídas em 5 naipes (quadrado, ondas, estrela, sinal de mais e o círculo). Para verificação da função "psi-kapa", escolheu os dados de jogar. (Andrade, 1976)

Para a Parapsicologia, os dados paranormais pertencem às funções "psi-gama" ou "psi-kapa". Para o Espiritismo, esses dados poderão ser perfeitamente enquadrados nos conceitos de fenômeno anímico e fenômeno mediúnico. A telepatia, a clarividência e a premonição são fenômenos anímicos; a psicografia e a xenoglossia, fenômenos mediúnicos. Levitação e deslocamento de objetos, dados do "psi-kapa", são classificados, no Espiritismo, como fenômenos mediúnicos de efeitos físicos.

A reportagem da Superinteressante, cujo título de capa é "Parnormais", relata que Joseph McMoneagle cobra 250 dólares por hora de trabalho, e a vidente Noreen Renier, 1.000 dólares por consulta. Para o Espiritismo, a mediunidade deve ser gratuita, pois está fundamentada na frase "dar de graça o que graça receber". O médium espírita deve ter consciência de que não é nenhum missionário na acepção da palavra, mas um Espírito bastante endividado, que reencarnou com a tarefa de redimir os seus erros do passado. Para tanto, deve encaminhar para o bem, as pessoas que houvera desviado em encarnações passadas. Cobrar por algo que não lhe pertence pode lhe trazer conseqüências funestas, inclusive com a perda da própria mediunidade.

"Ao que muito foi dado, muito será exigido, e mais lhe será acrescentado", diz o Evangelho. Se, pela misericórdia divina, fomos bafejados pela luz de verdade, convém, para o nosso próprio bem, expandir este clarão para os demais seres humanos.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ANDRADE, H. G. Parapsicologia Experimental. 2. ed. São Paulo: Boa Nova, 1976.

Revista Superinteressante, julho de 2009.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/paranormalidade




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