Na concepção clássica, o mundo é o
sistema harmônico composto pela Terra e os astros. Em termos geográficos, o
mundo é a Terra. Em sentido mais amplo, o mundo é tudo aquilo que existe, o
próprio Universo. Embora usamos a palavra “mundo” como sinônimo de “universo”,
deve-se fazer uma ressalva, ou seja, como explicar a pluralidade dos mundos?
Haveria vários Todos? Para os antigos, o mundo é um todo, mas não o
Todo. É o conjunto ordenado que nos contém, tal como podemos observá-lo, da
Terra ao céu e aos astros.
Em se tratando dos vários mundos habitados, Allan
Kardec, enumera cinco tipos: mundos primitivos; mundos de expiação e provas;
mundos regeneradores; mundos felizes; mundos celestes ou divinos. As suas
características podem ser, assim, resumidas: Os mundos primitivos servem
para as primeiras encarnações das almas humanas; os mundos de expiação e provas são lugares de exílio dos Espíritos rebeldes
à lei de Deus; os mundos regeneradores são pontes de transição para os mundos
felizes; nos mundos felizes não há mais provas nem expiações; os mundos celestes ou divinos são as moradas dos Espíritos purificados.
Refletindo com mais cuidado sobre este item do
Evangelho, notamos que o mundo de regeneração é um divisor de águas entre o bem
e o mal. Nos mundos de expiações e provas, o mal predomina sobre bem. Nos
mundos celestes, só existe o bem. Nesse, o Espírito é convidado a deixar de vez
o seu passado delituoso e se embrenhar na nova fonte de luz e harmonia celeste,
que é a prática exclusiva do bem.
Embora experimentando as sensações e desejos que são
característicos dos mundos de provas e expiações, já consegue se libertar das
paixões desordenadas que escravizam, do orgulho que impõe silêncio ao coração,
da inveja que tortura e do ódio que sufoca a alma. É a aurora da felicidade.
Mesmo assim, comparados à Terra, esses mundos são bastante ditosos. Não sendo
completamente desmaterializado, o indivíduo neles inserido tem de suportar
provas, porém, sem as pungentes angústias da expiação. Ainda falível, sabe que
não avançar é recuar.
A caracterização desses diversos mundos mostra a
magnanimidade da sabedoria divina. Como o objetivo do Espírito, criado simples
e ignorante, é alcançar a perfeição, Deus, na sua infinita bondade, faculta-lhe
as mais diversas oportunidades.
Fonte de Consulta
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o
Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984. (capítulo 3)
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