22 julho 2011

Angústia e Espiritismo

angústia, proveniente do latim angustia, significa estreiteza, espaço reduzido, carência, falta. Ela não é fenômeno dos nossos dias. Platão, em sua “Alegoria da Caverna”, mesmo que indiretamente, já vislumbrava o problema da angústia, principalmente na sua distinção entre o mundo sensível e o mundo verdadeiro, localizado no topos uranus. O passaporte para o mundo espiritual requeria que o indivíduo passasse das trevas da caverna à luz do dia.

Filosoficamente, a angústia é o sentimento do nada. Ela domina toda a temática da filosofia existencialista, nomeadamente Kierkegaard, Heidegger e Sartre. Todos eles dão à angústia um valor exagerado, principalmente pelo enfrentamento do nada que se nos espera além-túmulo.

Psicologicamente, a angústia diz respeito ao futuro, à expectativa. É isso o que torna difícil vencê-la: como se precaver contra o que ainda não é, contra o que pode ser? Quer dizer, enquanto vivemos na expectativa, tanto o futuro quanto a serenidade estão fora de alcance. (1)

Para a medicina, a angústia, juntamente com a depressão, é a resposta do homem frente às diversas pressões do mundo contemporâneo. Os meios de comunicação, para expressá-la, usam os seguintes temos: estresse, tensão, síndrome do pânico, transtorno bipolar etc. (2)

Para o Cristianismo, o ser humano vive no meio das trevas, do mal, o que gera angústia. Nesse caso, é pela fé cristã que o ser humano poderá se livrar das aflições da carne. Na Bíblia, fala-se da angústia máxima vivida por Jesus, em que precisou orar três vezes.

Para o Espiritismo, podemos relacionar a angústia com a salvação, a vida futura, a evolução dos espíritos e a influência de Espíritos menos felizes.

Salvação. Salvar-se é aperfeiçoar-se, a fim de não cairmos em estados de angústia e depressão após o transe da morte. Para isso, temos que nos libertar dos erros, das paixões insanas e da ignorância.

Vida futura. Pelo simples fato de duvidar da vida futura, o homem dirige todos os seus pensamentos para a vida terrestre. Sem nenhuma certeza quanto ao porvir, dá tudo ao presente. Nenhum bem divisando mais precioso do que os da Terra, torna-se qual a criança que nada mais vê além de seus brinquedos. E não há o que não faça para conseguir os únicos bens que se lhe afiguram reais. A perda do menor deles lhe ocasiona uma tremenda angústia. (3)

Evolução dos Espíritos. Como em mundos mais evoluídos, os Espíritos pensam mais no bem do que no mal, a angústia é mínima ou quase inexistente, porque já compenetrados dos ensinamentos do Cristo, darão maior valor à vida espiritual do que à vida material. (3)

Influência de Espíritos menos felizes. Para vencer a angústia advinda da influência de Espíritos menos felizes, tenhamos em mente: 1) a prece é a primeira das armas; 2) depois, vem a fé, pois ela é o remédio seguro do sofrimento; 3) estejamos sempre em estudo, em comunicação constante com os Espíritos de luz.

Se permanecêssemos constantemente em contato com os Espíritos de luz, não eliminaríamos a angústia, mas a diminuiríamos enormemente, pois a influência desses Espíritos nos livraria de muitos males.

(1) COMTE-SPONVILLEAndré, André. Dicionário de Filosofia. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

(2) LEITE, Sonia. Angústia. Rio de Janeiro: Zahar, 2011 (Passo-a-passo, 92)

(3) KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/ang%C3%BAstia-e-espiritismo


 

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