"Não há ninguém tão perfeito que não
tenha tentações."
"Tentação" é o impulso para a
prática de alguma coisa censurável ou não recomendável. Desejo veemente e
violento. Este termo está mais associado à religião, principalmente quando o
demônio tentou Jesus Cristo. Pode ser usado, também, em relação à guloseima, ao
sexo, à infidelidade etc. Aqui, trataremos da tentação como uma espécie de
desequilíbrio à conduta saudável.
Enquanto vivermos neste mundo não
estaremos livres das "tentações". Essas tentações podem nos levar a
uma queda vibracional. Pensando positivamente, ela pode ser entendida como um
aviso, uma advertência referente ao nosso crescimento espiritual. A queda é
útil, pois deixa-nos mais humildes, mais receptivos à dor alheia. Observe:
muitas vezes o conhecimento adquirido pode nos criar um ar de superioridade,
tal como, eu nunca cairei. Mas há um enorme hiato entre conhecer e a prática
daquilo que foi conhecido.
Depois de um desequilíbrio emocional,
saibamos refletir e tornar consciência de nossa fraqueza. A fuga das
adversidades não nos ajuda muito. É pela paciência e humildade que vamos
vencendo os nossos inimigos interiores, pois o problema está dentro de nós. O
outro pode nos atrapalhar, desde que o consintamos. Nos momentos mais atrozes
desse desequilíbrio, lembremo-nos da vigilância e da prece. O que seríamos sem
o amparo dos benfeitores espirituais?
Cada um julga pela sua própria cabeça. O
que para nós parece correto, nem sempre o é para o outro. Quando eu prejudico o
próximo, imediatamente quero refazer a prejuízo. O outro pode até achar que tem
de refazer, mas insiste em não o fazer. Daí, longas brigas no trânsito, entre
vizinhos, e assim por diante. Tomás Kempis, em Imitação de Cristo, alerta-nos. Ele dizia: "Se com uma ou duas
repreensões o próximo não se emendar, deixe tudo por conta de Deus".
O desvio de conduta situa-se entre o
conhecimento adquirido e o comportamento interior. Podemos obter conhecimento
nos livros, nas palestras, na internet. Podemos obter tantas informações que
nos tornam um ser enciclopédico, e nada disso ser incorporado ao nosso ser, ao
nosso comportamento. Por que um orador famoso faz coisas diametralmente
contrárias à exortação pública?
Cristo dizia: "Não julgueis para não
serdes julgados". Evitemos pensar mal do outro, pois os pensamentos criam
formas, e elas podem perdurar ao nosso derredor. O exercício de domínio próprio
é uma obra de grande duração; começa, mas nunca termina.
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