30 maio 2022

Destruição dos Seres Vivos Uns pelos Outros

A destruição dos seres vivos uns pelos outros faz parte da lei natural. Mesmo que para muitos de nós pareça ir contra a bondade de Deus, o fato resplandece diante dos nossos olhos. Aqui, como em muitos outros casos, cabe uma ressalva: há necessidade de entendermos que os desígnios de Deus vão além de nossa visão tacanha da matéria.

A necessidade de uns se nutrirem à custa dos outros, pode ser entendida fazendo uma reflexão sobre o princípio espiritual, considerado em sua verdadeira essência. Consequentemente, a verdadeira vida não se encontra no envoltório corporal; ela está no princípio inteligente, que preexiste, e que sobrevive ao corpo.

Como Kardec nos ensinou, o princípio espiritual precisa de um corpo físico para o seu processo evolutivo. No entanto, o corpo, que serve de morada ao Espírito, desgasta-se nesse processo. O Espírito, não. Tanto faz mudar de vestimenta, quantas vezes forem necessárias.

De tudo devemos tirar algum ensinamento. No processo de destruição, Deus ensina aos homens o pouco apreço que devem dar ao seu corpo físico, ensejando-lhes o desejo de uma compensação. Além do mais, como Deus é infinitamente justo e sábio, devemos aceitar humildemente tudo o que ultrapassa nosso conhecimento.

A utilidade da destruição prende-se ao fato de que os corpos, instrumentos de ação do princípio inteligente, têm necessidade de ser incessantemente renovados. O Espírito, contudo, continua intacto.

Importante: tanto o que ataca, quanto o que se defende para conservar sua vida, fazem uso da habilidade e da inteligência, e por isso mesmo, aumentam suas forças intelectuais. O que atacou não levou o Espírito daquele que sucumbiu, apenas a sua veste.

O processo evolutivo da destruição pode ser visto nos seguintes termos: quando não há senso moral, luta-se para sobreviver. Nas primeiras idades, o instinto animal domina; depois se contrabalançam. Porém, à medida que o senso moral predomina, a sensibilidade se desenvolve, a necessidade da destruição diminui.

Fonte de Consulta

Subitem do Capítulo III — "O Bem e o Mal", do livro A Gênese, de Allan Kardec.



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