Amália
Domingo Soler, no capítulo 1 “Cento e Cinquenta Anos, do livro Reencarnação e Vida,
sabendo da morte de um mendigo com essa idade, na Rússia, deixando,
aos seus oito filhos, haveres, entre propriedades e dinheiro, de dois milhões
de rublos, e curiosa por tão longa existência, pois acha que é muito sofrimento
para o Espírito, pede ao seu guia espiritual alguma explicação para este fato.
O guia espiritual lhe informa que essa pessoa, na antiga Grécia,
fora o materialista Ataulfo, que procurava o segredo da prolongação da vida,
que detestava a morte e mais que a morte, a velhice. Para prolongar a vida,
seus estudos e experiências causaram muitas vítimas, sacrificou muitos seres
inocentes, ternas crianças e formosas jovens, pois o velho necessitava beber
determinadas gotas de sangue de uma virgem, misturando esse sangue com uma
pequena quantidade de pó humano, ou seja ossos de criança pulverizados.
Desencarnando, teve grande surpresa: compreendeu que os séculos
eram menos que segundos no relógio do tempo. Ele, que havia cometido tantos
assassinatos para prolongar a vida alguns anos, encontrou-se cheio de vida sem
necessidade do corpo, cuja conservação o havia feito cometer tantos desatinos.
Voltou à Terra, mas ansioso por novas descobertas, no sentido de
prolongar a vida do homem sem dores, não mais imolou crianças e virgens, mas
apoderou-se da riqueza de muitos para empreender longas viagens, prometendo
abundantes lucros que jamais chegou a satisfazer.
Tomando consciência de sua situação, deu começo à uma série de
existências expiatórias, morrendo muitas vezes sacrificado em tenra idade, ele que
tantos inocentes sacrificara.
Ao assumir a sua condição de mendigo, quis permanecer na Terra
todo o tempo possível, humilhado, já que antes cegou-o seu orgulho e
acreditou-se maior que toda a humanidade e, ao mesmo tempo, devolveu uma mínima
parte de tudo que havia usurpado, porque quando ele pedia não era para viver
comodamente, mas para que vivessem seus filhos, aos quais, em outro tempo,
havia despojado de suas riquezas para satisfazer caprichos e vaidades.
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