No livro A História
de Joana d’Arc, ditada por ela mesma, na psicografia de Ermance Dufaux
(Médium de Kardec), temos notícia de sua trajetória na França, numa clara
oposição à ordem vigente, inclusive com o uso de trajes masculinos e uma
armadura de ferro. Neste livro, encontramos muitos detalhes de sua vida e, mais
precisamente, todo o processo eclesiástico que culminou com sua morte na
fogueira.
Folheando o livro, encontramos uma quantidade excessiva de
perguntas, muitas vezes repetidas, em que Joana era intimada a responder sob
pena de perjúrio. Muitas dessas perguntas, ela dizia que não tinha permissão
de responder; outras que se negava a responder, e assim foi todo o interrogatório.
Isso, possivelmente, não tinha nenhuma importância, pois a sua morte já estava
decretada antes do julgamento.
O caso de Joana d’Arc é emblemático: a condenação não se
deu por suas façanhas bélicas, mas por ouvir “vozes”, e por isso considerada
uma feiticeira. Na história, temos
outros exemplos, tais como, quando Sócrates fora condenado a beber cicuta, em
virtude de seu daimon, que lhe dizia
o que fazer e o que não fazer. A sentença: foi acusado de ateísmo e de
corromper os jovens com sua filosofia.
Lembremo-nos, também, de outros grandes médiuns que tiveram
sua vida de martírio: Eusápia Paladino, médium italiana, mulher analfabeta que
sacode a cultura europeia, e desperta os sábios para um conhecimento superior; Amália
Domingos Soler, médium espanhola, atirada à mendicância, sob sacrifícios atrozes
e, mesmo depois de morta, continua caluniada. O próprio Cristo, também, sofreu
morte ignominiosa na cruz.
Qual a razão para tamanha perseguição e condenação? A radicalidade
da ortodoxia? Ignorância quanto às leis naturais? Parece-nos que o problema principal
está na existência de Espíritos e nas suas manifestações, em que alguns
estudiosos de religião teimam em negar tal fato. Preferem o termo “manifestações
do demônio”, pois estas encaixam-se perfeitamente à narrativa da ortodoxia.
O Espiritismo, codificado por Allan Kardec, traz-nos a compreensão e a consolação, pois nos mostra que mediunidade pertence à natureza, e todos nós, quer queiramos quer não, somos médiuns.
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