02 fevereiro 2023

Robinson Crusoé Espírita

Daniel Defoe (1660-1731) nasceu e morreu em Londres, Inglaterra. Ele inventou o romance de aventura. Autor de panfletos, ensaios e livros, sendo, por isso, um dos homens mais lidos de sua época. Seu periódico, The Review, revolucionou o jornalismo inglês. Trabalhou como propagandista e espião em Londres e Edimburgo. Como economista, foi um dos primeiros a esboçar as bases do Império Britânico do século posterior.

Robinson Crusoé é um náufrago que fica sozinho numa ilha. Lá enfrenta os perigos da natureza e da solidão. Certo dia encontra Sexta-Feira, um outro habitante desta ilha imaginária. Nesta situação, pode-se desenvolver ideia de dinheiro, riqueza, economia, e também bens de capitais. O aspecto social também é relevante, pois não tendo relações com o próximo não pode avaliar a sua situação moral e espiritual. 

Nos meses de março e setembro da Revista Espírita de 1867, Allan Kardec trata desse tema, lembrando-nos que tomou conhecimento da matéria por meio de um dos assinantes da Revista, que o enviou trechos escolhidos, de cunho espírita, para a devida publicação. 

O remetente diz que a obra completa, traduzida da edição original inglesa, compreende três volumes e faz parte de uma coleção de mais de trinta volumes, intitulada: Viagens imaginárias, sonhos, visões e romances cabalísticos.

Os dois primeiros volumes desta coleção contêm as viagens propriamente ditas de Robinson; o terceiro volume, que o correspondente de Antuérpia evoca, tem por título: Reflexões sérias e importantes de Robinson Crusoé.

Este volume compreende duas partes. Na primeira, voltando Robinson à vida calma do lar, entrega-se a meditações sugeridas pelas peripécias de sua existência agitada; essas reflexões são marcadas por alta moralidade e profundo sentimento religioso.

Há citações de diversas páginas. Caso o leitor tenha interesse, basta pesquisá-las. Escolhemos uma apenas como exemplo: 

“Página 397 — ‘Em minha opinião, as inspirações não são outra coisa, senão discursos que nos são soprados imperceptivelmente ao ouvido, ou pelos bons anjos que nos favorecem, ou por esses diabos insinuantes que nos espreitam continuamente, para nos fazerem cair numa armadilha qualquer. A única maneira de distinguir os autores desses discursos é guardar-se quanto à natureza dessas inspirações e examinar se tendem a nos levar ao bem ou ao mal’.

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