19 outubro 2025

A Caridade na Divulgação da Verdade: A Missão do Brasil (Notas de Livro)

Título: A Caridade da Divulgação da Verdade: A Missão Do Brasil

Autor: Luiz Guilherme Marques (médium)

Pelo Espírito Juscelino Kubitschek

Introdução 

Quando Jesus afirmou: “Meu Reino não é deste mundo” não estava querendo dizer que não considerava importantes as realizações materiais, mas sim que as criaturas devem se espiritualizar, pois que são Espíritos e não corpos e, mesmo assim, a preferência pela materialidade ainda continua sendo o objetivo da maior parte da humanidade terrestre. 

Capítulo 1 — Virtudes do Povo Brasileiro

Quem teve a oportunidade de ler os livros “A Caminho da Luz”, de Emmanuel, e “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, de Humberto de Campos, pode verificar que cada povo, como cada individualidade espiritual, tem sua tarefa definida no conjunto dos seres criados por Deus.

O Brasil recebeu de Jesus, Sublime Governador da Terra, na pessoa do Guia Espiritual Ismael, a missão de ser o celeiro espiritual da Mensagem do Evangelho, que deve ser difundida por toda a humanidade terrestre. 

Para isso, transplantou-se a Árvore Luminosa, que dará frutos cada vez mais saborosos e nutrientes das verdades espirituais, para as terras do Cruzeiro do Sul. 

Missionários das antigas lides do Cristianismo reencarnaram no solo brasileiro, como Bezerra de Menezes, Joanna de Ângelis, Francisco Cândido Xavier, Eurípedes Barsanulfo e muitos outros. 

Todavia, se há muitos missionários que deram seu sangue espiritual em favor da propagação do Evangelho no Brasil, com vistas a divulgar-se pelo mundo todo, é necessário que outros trabalhadores deem sua cota de contribuição, pois “uma andorinha só não faz verão” e o trabalho é em equipe e não apenas dos elevados Espíritos encarregados de tarefas macroscópicas. 

1 — Humildade 

Enquanto que há povos imperialistas, sequiosos de domínio sobre outras nacionalidades, seja econômica, seja  política ou militarmente, o Brasil apenas litigou militarmente  contra outros povos em ocasiões raras, como durante o  Segundo Império e as duas Grandes Guerras de 1914 e 1939,  e, quanto à Economia e à Política, nunca se impôs ilicitamente  aos outros países, pois que vem respeitando o princípio da  auto determinação dos povos, defendido com firmeza pelo  grande missionário do Direito Rui Barbosa, principalmente  na Conferência de Haia, na qual clarinou a igualdade  absoluta entre os povos, sejam eles prósperos ou sofridos em  termos de oportunidades materiais. 

A humildade do povo brasileiro é percebida por todas as outras nacionalidades, tanto que os estrangeiros aqui são recebidos de braços abertos, se comparada sua situação com a de outros países, em que não conseguem um tratamento humanitário, apesar das múltiplas promessas de Direitos Humanos registradas em leis e regulamentos. .

2 — Simplicidade 

A simplicidade é o estado de espírito daqueles que não pretendem deixar marcas da sua trajetória na História do mundo, mas naturalmente vivem o dia a dia de trabalho, realizações e crescimento espiritual. 

Até os notáveis do nosso Brasil pouca repercussão  encontram a nível de destaque mundial, tanto que, por  exemplo, Rui Barbosa, um dos mais importantes juristas de  todos os tempos, caiu quase no esquecimento depois do brilho  meteórico de Haia; Dom Pedro II, monarca exemplo e modelo  para toda a humanidade, foi ofuscado pela virulência e  vaidade de Napoleão e outros ditadores coroados; Francisco  Cândido Xavier deixou de ser lembrado para o Prêmio Nobel  em favor de muitos que fizeram muito menos que ele e assim  por diante. 

Ser brasileiro é renunciar à fama internacional, sem nos esquecermos de Alberto Santos Dumont, Carlos Chagas, Osvaldo Cruz, Carlos Gomes, Aleijadinho, Machado de Assis, os padres Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, Oscar Niemeyer, Lúcio Costa e outros tantos. 

3 — E o Desapego? 

Afinal, de que valem a humildade e a simplicidade sem o desapego em relação às coisas materiais, inviabilizando a espiritualização, porque quem se apega às materialidades não procura as coisas do Céu. 

À indagação formulada neste item temos de responder que, como povo e como individualidades, temos de desenvolver a noção cristã de que os bens materiais não são o mais importante na vida, mas sim “cumprir a Palavra de Deus” no sentido de espiritualização, mesmo muito realizando em benefício da Saúde, Educação, Segurança, Industrialização, Progresso e outros itens indispensáveis à vida no mundo de hoje e do futuro.

Capítulo II — Missão 

Os Estados Unidos receberam de Jesus a incumbência de ser o “cérebro” do mundo, enquanto que ao Brasil foi dada a incumbência de ser seu “coração”.

 Sem menosprezar nossos irmãos voltados para a intelectualidade, podemos garantir que “quem ama está espiritualmente na frente de quem simplesmente sabe”.

 A missão do Brasil, como povo, é toda espiritual, sendo, por isso, pouco voltado para setores da materialidade, inclusive estando prejudicado por causa de uma certa falta de coordenação dos vários setores de atividade.

1 — Testemunhar a Vida após a Morte

Todavia, apesar desse acervo todo de informações, grande parte da humanidade ainda duvida, principalmente as nacionalidades europeias, voltadas mais para os trabalhos práticos do que para as reflexões espiritualizantes.

No Brasil essas certificações sobre a continuidade da vida “post mortem” ocorrem espontaneamente, em todos os quadrantes do território nacional, mas foi Francisco Cândido Xavier o principal veículo da divulgação dessa verdade, que estava abafada pelos dogmas das correntes religiosas de maior prestígio na pátria brasileira, no caso, o Catolicismo e o Protestantismo, sob suas variadas ramificações.

  Por isso o Brasil se torna, cada vez mais, uma nacionalidade respeitável, uma vez que, consciente da sua missão de Amor Universal, exemplifica a crença inabalável na existência do Espírito e sua perenidade, nunca duvidando de que a morte mata o corpo, mas o Espírito é eterno e retornará ao mundo em novas reencarnações, para continuar se aperfeiçoando.

2 — Exemplificar a Mediunidade com Jesus

Enquanto que, em muitos outros países, costumam ver-se médiuns até milionários, pois que transformam essa missão em meio de vida, a maioria dos médiuns brasileiros “dão de graça o que de graça receberam de Deus”, o que os faz sintonizar com espíritos benfazejos e orientadores realmente integrados no trabalho com Jesus.

 A mediunidade com Jesus exige a auto reforma moral, de que falava Allan Kardec, porque não há como um vasilhame mal limpo conservar um alimento sem prejudicar-lhe a qualidade.  

Capítulo III — Itens a serem Aprimorados

Como nenhum ser humano terrestre tem todas as qualidades, os povos, que nada mais são do que o conjunto de indivíduos agrupados normalmente por uma certa afinidade, também têm defeitos e virtudes.

  Assim é que, baseando-nos nos itens relacionados, pelo missionário paciente e amoroso, abordaremos, sem intenção de ferir ninguém, as virtudes ainda faltante no povo do nosso querido Brasil como um todo, mas como reflexo das individualidades que o compõem.

1 — Respeito ao Direito

 Sabemos que no mundo ocidental supervalorizam-se os direitos, muitas vezes em detrimentos dos deveres, enquanto que no Oriente acontece o contrário.

  O Direito Romano é a espinha dorsal do Direito atual da maioria das nações que receberam a influência europeia.

 Trata-se do Direito que procura impor deveres aos homens e mulheres ocidentes, amantes dos seus próprios direitos e nem sempre respeitadores dos direitos alheios.

  Repetimos: não são as leis que fazem um país desse perfil, mas a mentalidade dos cidadãos.

 Mudarem-se leis, punirem-se faltosos, aumentar os poderes dos servidores da Justiça nada disso soluciona para uma população intrinsecamente desorganizada.

 O sonho da riqueza sem trabalho povoa a mente de muitos, que, somados, formam milhões de revoltados com a contingência de produzir e contribuir, preferindo a ociosidade ou os ganhos sem esforço, quando não flagrantemente ilícitos

2 — Amor à Ciência

 Quantos cientistas temos, no meio de uma população de quase trezentos (212) milhões de habitantes? (em 2024, tínhamos 212 milhões) Não devemos culpar somente os governantes, pois a educação começa nos lares, sob a responsabilidade de pais e mães, que devem, eles próprios, interessar-se pelo estudo da Ciência, mesmo que amadoristicamente, investindo menos tempo nos lazeres da televisão e do futebol, até para induzirem seus filhos a amarem o conhecimento científico, com o qual aperfeiçoa-se a inteligência, descobrindo medicamentos para os males do corpo e fabricando inventos para facilitar a vida das criaturas encarnadas.

 Veem-se crianças perdendo tempo valioso em brinquedos eletrônicos, enquanto outras perambulam pelas ruas, a mando de pais e mães que lhes exploram a inocência, exercitando-as na mendicância quando não no tráfico de entorpecentes ou na prostituição.

 Adolescentes passam horas ociosamente, quando poderiam ser incentivados ao estudo da Ciência, como acontece em outros países, onde a Educação é a prioridade não só dos governos mas também dos genitores.

3 — Amor à Filosofia

 Filosofia é uma das expressões mais desvirtuadas com o decurso do tempo e, principalmente, pelo materialismo que passou a predominar no mundo ocidental a partir do século XIX.

 Se tivemos dois gigantes da filosofia em Pitágoras e Sócrates na antiguidade e Voltaire e Rousseau no período conhecido como Iluminismo, vimos, depois, uma sucessão de pensadores pessimistas, derrotistas, altamente maléficos para a humanidade, pois lhe inoculou o veneno da descrença em tudo, até no Bem, que sempre foi a bandeira dos verdadeiros pensadores.

 O Brasil teve pensadores de vulto como Alceu Amoroso Lima e Darcy Ribeiro, além de Huberto Rohden, mas precisamos priorizar o estudo de suas obras, altamente construtivas, porque fundadas no idealismo mais puro. 

 Assim, vemos um povo sem nenhuma bagagem filosófica, perdido nas ideologias do “viver e deixar viver”, o que se traduz, em outras palavras, em nenhum amor à pátria, ao ideal de servir, à sinceridade com a própria consciência.

Temos de aprender o valor da reflexão, que é de extrema utilidade até para se viver melhor, sem a ansiedade que domina a muitos na luta pelo pão de cada dia.

4 — Amor à Arte Erudita

 Sem deixar de lado os trabalhos da Arte popular, que merecem incentivo e respeito, devemos valorizar também aqueles que passam anos incontáveis aperfeiçoando uma técnica mais refinada.

 Aumentar o número de escolas de Arte erudita deveria ser o objetivo dos governantes e do povo em geral, sendo todos responsáveis pelo pouco brilho do nosso renome a nível internacional, nesse aspecto.

 Esse é o nosso Brasil, em que apenas o futebol e o carnaval têm destaque.

5 — Amor ao Trabalho

Há uma fala de Francisco Xavier muito delicada, do seu jeitinho mineiro, alertando as pessoas para a necessidade do trabalho, como única forma de se combater a miséria e as dificuldades que o nosso povo vive.

 Realmente, o número de desocupados é muito grande, daqueles que sobrevivem à custa de parentes idosos ou de aposentadorias por doenças imaginárias e outras brechas encontradas na legislação previdenciária ou trabalhista.

 Vemos japoneses trabalhando até idade avançada, o mesmo fazendo outros imigrantes que aqui chegam sem recurso algum e, daí a algum tempo, já têm recursos razoáveis, formado à custa do suor do rosto e não de ajudas de filantropos ou entidades governamentais.

 A cultura do trabalho, infelizmente, não é ensinada nas escolas e mesmo muitos genitores induzem seus filhos à ociosidade, ao consumismo e ao desrespeito a quem trabalha.

 Dever-se-ia priorizar o ensino profissionalizante, ao invés das carreiras que dependem da frequência aos bancos universitários, porque, no Brasil, há doutores demais e poucos técnicos, gerando um desequilíbrio que uma geração não conseguirá resolver.

6 — Amor à Educação

Educar, mais do que instruir nos conhecimentos que se constituirão na futura profissão, é ensinar o ser humano a seguir o caminho do Bem.

As escolas não educam, mas simplesmente instruem, sendo, talvez, a única Pedagogia realmente educadora aquela instituída por Sathya Sai Baba, que se constitui em todos os alunos aprenderem a prestação de serviços à comunidade onde vivem: essa, sim, é a Educação, pois que treina os seres humanos, desde a infância a servir aos semelhantes.

 Os genitores que queiram educar seus filhos no sentido mais elevado da palavra ensinem-nos a servir ao próximo, que essa terá sido a melhor educação que lhes darão, acima de muitos diplomas e certificados, que, muitas vezes, apenas aumentam o orgulho, o egoísmo e a vaidade.

 Tanto as escolas públicas quanto as particulares não estão valorizando o amor à pátria, que é uma espécie de compromisso de servir à coletividade em que se nasceu.

 É notável a frase de John Kennedy a esse respeito: “Não pergunte o que seu país pode fazer por você, mas o que você pode fazer pelo seu país.”

 Nossas crianças, jovens e adultos normalmente não amam o Brasil e consideram-no um país secundário, dominados pela propaganda que outros países fazem de si próprios.

7 — Amor à História

Alguém já disse que somos um povo sem história, mas isso são apenas induções das multinacionais, interessadas em vender-nos a alienação, o descaso pelo nosso próprio valor como povo, para implantar o consumismo, que lhes dá grossos lucros financeiros.

  Quanto a nós, por uma imposição alienante, acreditamos que somos europeus, quando, na verdade, somos indígenas descaracterizados, envergonhando-nos de uma coisa que deveria nos honrar, pois a Cultura Indígena é muito rica em várias áreas, mas, sobretudo, no conhecimento da Natureza e na religiosidade, principalmente, no intercâmbio com o mundo espiritual.

8 — Amor à Cultura

A Cultura, no seu sentido amplo, engloba todos os ramos do conhecimento: Ciência, Filosofia, Religião e Arte.

 A vida de cada um deve ser rica de Cultura, considerando-se o interesse que devemos ter pelo nosso desenvolvimento intelectual e espiritual.

 Não devemos nos restringir ao que as escolas ensinam, mas procurar a Cultura em toda parte, no dia a dia, aprimorando-nos por esforço próprio, para sermos perfeitos, como Jesus aconselhou, mesmo sabendo que a perfeição se perde no rumo do infinito.

9 — Respeito ao Dever

Podemos perceber, claramente, a predominância dos deveres na vida dos adeptos do hinduísmo, que constituem quase noventa por cento da população da Índia.

 Cada um cumprindo seus deveres gera um sociedade menos cheia de problemas do que uma outra em que se pleiteiam apenas direitos, porque todos vão querer benesses e nenhuma obrigação.

 Já dizia um jurista antigo que toda lei é boa quando todos a cumprem e respeitam, o que, na verdade, é uma verdade relativa, mas serve para demonstrar que todos devemos seguir o caminho do dever, a fim de uns respeitarem os outros.

 Na Índia, por exemplo, não há tantos crimes quanto aqui, porque cada indivíduo está vivendo em função dos seus deveres, ao contrário da nossa realidade, onde muitos vivem do tráfico de drogas, outros da ociosidade remunerada ou não e quantos odeiam o trabalho, como se fosse uma condenação e não uma bênção.

10 — Respeito à Disciplina

Este é um dos pontos nevrálgicos da índole dos brasileiros, para quem a liberdade costuma ser tido como um ente absoluto, uma vez que poucos se dispõem a obedecer aos pais, aos superiores hierárquicos e até à própria consciência

Sem disciplina interna ninguém consegue organizar a própria vida e, muito menos, formar, com as demais pessoas, um grupo unido, seja no sentido microscópico, seja no sentido de um povo.

 Por isso a desorganização, o descontrole, a corrupção, o crime organizado, tudo causado pelo desrespeito à disciplina, numa sociedade onde cada um se julga no direito de fazer apenas o que lhe interessa, sem nenhum pensamento no sentido do bem estar da coletividade.

11 — Respeito à Honra

A honra não significa, como acontecia em tempos passados, duelar com seus adversários e matar ou morrer, mas ser digno da cidadania e da religiosidade que se diz ter.  Isso é a honra no sentido mais elevado da palavra, aquela que faz com que cada um seja respeitável perante si próprio, sua consciência, e toda a coletividade, sem importar se somos pobres ou ricos, intelectualizados ou analfabetos, adeptos de uma corrente religiosa ou optantes pelo ateísmo.  A honra está na postura digna de um ser humano cumpridor dos seus deveres como homem e cidadão.  Há pessoas destacadas na sociedade que não têm honra e há simples trabalhadores assalariados que têm honra.

 Aprendamos, como indivíduos e como povo, a ser honrados.  

12 — Respeito aos Anciãos

Nossos homens e mulheres de sessenta anos de idade são tidos, pela lei, como anciãos, talvez pela noção incrustada na mentalidade geral de que trabalhar é sacrificial, desagradável, incomodativo, sendo que deveria ser considerado ancião apenas quem estivesse na faixa dos oitenta janeiros, pois haveria sempre atividades menos pesadas a serem pelas pessoas com mais de sessenta anos.

 Milhões de aposentados sobrecarregam o erário público, contribuindo para a pobreza, tudo isso pela quase aversão ao trabalho, que nos caracteriza como indivíduos e como povo.  Efetivamente, há muito que melhorarmos, para não acontecer de, como povo, virmos a falhar, como nossos irmãos europeus falharam, e Jesus delegar a flâmula de Coração do Mundo e Pátria do Evangelho a outro povo, talvez os que venham a habitar o polo norte ou o polo sul, atualmente inabitáveis, pois assim aconteceu com os judeus, que, mesmo recebendo a Mensagem de Moisés, falharam na divulgação da Lei de Deus, com os cristãos do Catolicismo e do Protestantismo, que se guerrearam e vem se guerreando e, agora, com a geração de kardecistas, que estão deixando passar muitas oportunidades, de desenvolvimento do poder mental no Bem, em troca de disputas internas por posições de comando, repetindo as falhas do Judaísmo, do Catolicismo e do Protestantismo.

13 — Respeito às Tradições Milenares

Engana-se redondamente quem acha que o Brasil não tem tradições multimilenárias, considerando a nossa História apenas de 1500 para frente, pois a civilização indígena já existia em terras brasileiras há cerca de quinze mil anos, quando ainda vicejavam as culturas dos desaparecidos continentes da Atlântida, da Lemúria e de Mu, ligando-se os povos da humanidade inteira pelo intercâmbio permanente, uma vez que a estreita faixa marítima que os separava permitia a navegação relativamente fácil de um continente a outro.

Infelizmente, hoje em dia, com a predominância das culturas europeia e norte americana, os conhecimentos dos nossos indígenas, bem como os dos demais nativos dos países da América, têm sido ignorados e tratados como primitivos, indignos de serem estudados nas universidades, apesar de sabermos que, em grande parte, superam os estudos acadêmicos, pois copiam os padrões da Natureza, que é mais sábia do que qualquer genialidade humana, uma vez que a Natureza representa a Obra de Deus.

Conclusão

Se nos basearmos, por exemplo, na programada ordem dos deveres dos hinduístas, que chegam à cifra de mais ou menos um bilhão dos habitantes da Índia, veremos que não estamos realizando à altura dos nossos compromissos espirituais, a nós confiados, por Jesus, aquilo que nos compete realizar, ou seja, o testemunho da vida após a morte do corpo e o contato entre encarnados e desencarnados.

 Ter uma tarefa nobre, pela condição de desempenhá-la, não significa superioridade, se não a cumprimos e, infelizmente, é o que quem acontecido com a maior parte da nossa população, distraída com os interesses puramente materiais.O Espírito Juscelino Kubitschek, pela psicografia de Luiz Guilherme Marques, no livro A Caridade da Divulgação da Verdade: A Missão do Brasil, desenvolve algumas ideias sobre a missão do Brasil como sendo o Coração do Mundo e a Pátria do Evangelho, lembrando que, embora tenha essa missão, esta poderá lhe ser retirada, caso o país — como coletividade — não atenda aos propósitos dos mentores espirituais. 

Resumo das Notas 

Começa por enaltecer as virtudes do povo brasileiro, quais sejam: humildade, simplicidade e desapego. Acha que o povo brasileiro não quer ser mais do que os outros povos, considerando todas as raças e países como irmãos: os emigrantes são sempre recebidos com cordialidade e benevolência. Observe que até os notáveis do Brasil encontram pouca repercussão de destaque mundial. Cita que Rui Barbosa, um dos mais importantes juristas de todos os tempos, caiu quase no esquecimento depois do brilho meteórico de Haia.

Conta-nos que os Estados Unidos receberam de Jesus a missão de serem o cérebro do mundo, enquanto o Brasil o coração; contudo, nem um nem outro prescinde tanto do cérebro quanto do coração. No caso do Brasil, há o propósito de testemunhar a vida após a morte e a exemplificação da mediunidade, predominantemente gratuita, tal como “o dar de graça o que de graça recebeu”, em comparação com outros países, cujos médiuns se tornam milionários.

No capítulo terceiro, que trata das virtudes a serem aprimoradas no Brasil, lembra dos seguintes itens: 1) Respeito ao Direito; 2) Amor à Ciência; 3) Amor à Filosofia; 4) Amor à Arte Erudita; 5) Amor ao Trabalho; 6) Amor à Educação; 7) Amor à História; 8) Amor à Cultura; 9) Respeito ao Dever; 10) Respeito à Disciplina; 11) Respeito à Honra; 12) Respeito aos Anciãos; 13) Respeito às Tradições Milenares.

Eis algumas pensamentos extraídos desse capítulo: 

O sonho da riqueza sem trabalho povoa a mente de muitos, que, somados, formam milhões de revoltados com a contingência de produzir e contribuir, preferindo a ociosidade ou os ganhos sem esforço, quando não flagrantemente ilícitos.

Adolescentes passam horas ociosamente, quando poderiam ser incentivados ao estudo da Ciência, como acontece em outros países, onde a Educação é a prioridade não só dos governos mas também dos genitores

Filosofar para que, se não dá dinheiro?: essa é a ideologia praticada pelo nosso povo, que, com isso, se desmerece frente a estrangeiros dados à reflexão, como os amarelos, os indígenas conscientes da sua cultura e os indianos.

A cultura do trabalho, infelizmente, não é ensinada nas escolas e mesmo muitos genitores induzem seus filhos à ociosidade, ao consumismo e ao desrespeito a quem trabalha.

As escolas não educam, mas simplesmente instruem, sendo, talvez, a única Pedagogia realmente educadora aquela instituída por Sathya Sai Baba, que se constitui em todos os alunos aprenderem a prestação de serviços à comunidade onde vivem: essa, sim, é a Educação, pois que treina os seres humanos, desde a infância a servir aos semelhantes.

Na Índia, por exemplo, não há tantos crimes quanto aqui, porque cada indivíduo está vivendo em função dos seus deveres, ao contrário da nossa realidade, onde muitos vivem do tráfico de drogas, outros da ociosidade remunerada ou não e quantos odeiam o trabalho, como se fosse uma condenação e não uma bênção.

Devemos aprender a disciplina, como indivíduos e como povo, sem necessidade de coerção eterna, mas por imposição da própria vontade individual, cada qual organizando-se em função do compromisso com sua própria ordem interna de cumprir suas metas morais, de trabalho, de estudo e tudo que signifique mudança para atingir o ideal de cidadãos, homens e mulheres de bem.

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