Autor: Luiz Guilherme Marques (médium)
Pelo Espírito Juscelino Kubitschek
Introdução
Quando Jesus afirmou: “Meu Reino não é deste mundo”
não estava querendo dizer que não considerava importantes as realizações
materiais, mas sim que as criaturas devem se espiritualizar, pois que são
Espíritos e não corpos e, mesmo assim, a preferência pela materialidade
ainda continua sendo o objetivo da maior parte da humanidade
terrestre.
Capítulo 1 — Virtudes do
Povo Brasileiro
Quem teve a oportunidade de ler os livros “A Caminho da Luz”, de Emmanuel, e “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, de Humberto de Campos, pode verificar que cada povo, como cada individualidade espiritual, tem sua tarefa definida no conjunto dos seres criados por Deus.
O Brasil recebeu de Jesus, Sublime Governador da Terra,
na pessoa do Guia Espiritual Ismael, a missão de ser o celeiro espiritual
da Mensagem do Evangelho, que deve ser difundida por toda a humanidade
terrestre.
Para isso, transplantou-se a Árvore Luminosa, que dará frutos
cada vez mais saborosos e nutrientes das verdades espirituais, para as
terras do Cruzeiro do Sul.
Missionários das antigas lides do Cristianismo reencarnaram
no solo brasileiro, como Bezerra de Menezes, Joanna de Ângelis, Francisco
Cândido Xavier, Eurípedes Barsanulfo e muitos outros.
Todavia, se há muitos missionários que deram seu sangue
espiritual em favor da propagação do Evangelho no Brasil, com vistas a
divulgar-se pelo mundo todo, é necessário que outros trabalhadores deem
sua cota de contribuição, pois “uma andorinha só não faz verão” e o
trabalho é em equipe e não apenas dos elevados Espíritos encarregados de tarefas macroscópicas.
1 — Humildade
Enquanto que há povos imperialistas, sequiosos de
domínio sobre outras nacionalidades, seja econômica, seja política ou
militarmente, o Brasil apenas litigou militarmente contra outros povos em
ocasiões raras, como durante o Segundo Império e as duas Grandes Guerras
de 1914 e 1939, e, quanto à Economia e à Política, nunca se
impôs ilicitamente aos outros países, pois que vem respeitando o
princípio da auto determinação dos povos, defendido com firmeza
pelo grande missionário do Direito Rui Barbosa, principalmente na
Conferência de Haia, na qual clarinou a igualdade absoluta entre os
povos, sejam eles prósperos ou sofridos em termos de oportunidades
materiais.
A humildade do povo brasileiro é percebida por
todas as outras nacionalidades, tanto que os estrangeiros aqui são recebidos
de braços abertos, se comparada sua situação com a de outros países, em
que não conseguem um tratamento humanitário, apesar das múltiplas
promessas de Direitos Humanos registradas em leis e regulamentos. .
2 —
Simplicidade
A simplicidade é o estado de espírito daqueles
que não pretendem deixar marcas da sua trajetória na História do mundo,
mas naturalmente vivem o dia a dia de trabalho, realizações e crescimento
espiritual.
Até os notáveis do nosso Brasil pouca
repercussão encontram a nível de destaque mundial, tanto que, por
exemplo, Rui Barbosa, um dos mais importantes juristas de
todos os tempos, caiu quase no esquecimento depois do brilho meteórico de
Haia; Dom Pedro II, monarca exemplo e modelo para toda a
humanidade, foi ofuscado pela virulência e vaidade de Napoleão e outros
ditadores coroados; Francisco Cândido Xavier deixou de ser lembrado para
o Prêmio Nobel em favor de muitos que fizeram muito menos que ele e
assim por diante.
Ser brasileiro é renunciar à fama internacional, sem nos esquecermos
de Alberto Santos Dumont, Carlos Chagas, Osvaldo Cruz, Carlos Gomes, Aleijadinho,
Machado de Assis, os padres Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, Oscar Niemeyer,
Lúcio Costa e outros tantos.
3 — E o Desapego?
Afinal, de que valem a humildade e a simplicidade
sem o desapego em relação às coisas materiais, inviabilizando a espiritualização,
porque quem se apega às materialidades não procura as coisas do Céu.
À indagação formulada neste item temos de responder
que, como povo e como individualidades, temos de desenvolver a noção
cristã de que os bens materiais não são o mais importante na vida, mas sim
“cumprir a Palavra de Deus” no sentido de espiritualização, mesmo
muito realizando em benefício da Saúde, Educação, Segurança,
Industrialização, Progresso e outros itens indispensáveis à vida no mundo
de hoje e do futuro.
Capítulo II — Missão
Os Estados Unidos receberam de Jesus a
incumbência de ser o “cérebro”
do mundo, enquanto que ao Brasil foi dada a incumbência de ser seu “coração”.
Sem menosprezar nossos irmãos voltados para a
intelectualidade, podemos garantir que “quem ama está
espiritualmente na frente de quem simplesmente sabe”.
A missão do Brasil, como povo, é toda espiritual, sendo, por isso, pouco voltado para setores da materialidade, inclusive estando prejudicado por causa de uma certa falta de coordenação dos vários setores de atividade.
1 —
Testemunhar a Vida após a Morte
Todavia, apesar desse acervo todo de informações, grande parte da humanidade ainda
duvida, principalmente as nacionalidades europeias, voltadas mais para os
trabalhos práticos do que para as reflexões espiritualizantes.
No Brasil essas certificações
sobre a continuidade da vida “post mortem”
ocorrem espontaneamente, em todos os quadrantes do território nacional, mas foi
Francisco Cândido Xavier o principal veículo da divulgação dessa verdade, que
estava abafada pelos dogmas das correntes religiosas de maior prestígio na
pátria brasileira, no caso, o Catolicismo e o Protestantismo, sob suas variadas
ramificações.
Por
isso o Brasil se torna, cada vez mais, uma nacionalidade respeitável, uma vez
que, consciente da sua missão de Amor Universal, exemplifica a crença
inabalável na existência do Espírito e sua perenidade, nunca duvidando de que a
morte mata o corpo, mas o Espírito é eterno e retornará ao mundo em novas
reencarnações, para continuar se aperfeiçoando.
2 —
Exemplificar a Mediunidade com Jesus
Enquanto que, em muitos outros países,
costumam ver-se médiuns até milionários, pois que transformam essa missão em
meio de vida, a maioria dos médiuns brasileiros “dão de graça
o que de graça receberam de Deus”, o que os faz sintonizar
com espíritos benfazejos e orientadores realmente integrados no trabalho com
Jesus.
A mediunidade com Jesus exige a auto reforma
moral, de que falava Allan Kardec, porque não há como um vasilhame mal limpo
conservar um alimento sem prejudicar-lhe a qualidade.
Capítulo III — Itens a
serem Aprimorados
Como nenhum ser humano terrestre tem todas
as qualidades, os povos, que nada mais são do que o conjunto de indivíduos
agrupados normalmente por uma certa afinidade, também têm defeitos e virtudes.
Assim é
que, baseando-nos nos itens relacionados, pelo missionário paciente e amoroso, abordaremos, sem intenção de ferir ninguém, as virtudes ainda faltante no
povo do nosso querido Brasil como um todo, mas como reflexo das
individualidades que o compõem.
1 —
Respeito ao Direito
Sabemos que no mundo ocidental
supervalorizam-se os direitos, muitas vezes em detrimentos dos deveres,
enquanto que no Oriente acontece o contrário.
O
Direito Romano é a espinha dorsal do Direito atual da maioria das nações que
receberam a influência europeia.
Trata-se do Direito que
procura impor deveres aos homens e mulheres ocidentes, amantes dos seus
próprios direitos e nem sempre respeitadores dos direitos alheios.
Repetimos:
não são as leis que fazem um país desse perfil, mas a mentalidade dos
cidadãos.
Mudarem-se leis, punirem-se faltosos,
aumentar os poderes dos servidores da Justiça nada disso soluciona para uma
população intrinsecamente desorganizada.
O sonho da riqueza sem trabalho povoa a mente
de muitos, que, somados, formam milhões de revoltados com a contingência de
produzir e contribuir, preferindo a ociosidade ou os ganhos sem esforço, quando
não flagrantemente ilícitos.
2 —
Amor à Ciência
Quantos cientistas temos, no meio de uma
população de quase trezentos (212) milhões de habitantes? (em 2024,
tínhamos 212 milhões) Não devemos culpar somente os governantes,
pois a educação começa nos lares, sob a responsabilidade de pais e mães,
que devem, eles próprios, interessar-se pelo estudo da Ciência, mesmo que amadoristicamente,
investindo menos tempo nos lazeres da televisão e do futebol, até para
induzirem seus filhos a amarem o conhecimento científico, com o qual
aperfeiçoa-se a inteligência, descobrindo medicamentos para os males do corpo e
fabricando inventos para facilitar a vida das criaturas encarnadas.
Veem-se crianças perdendo
tempo valioso em brinquedos eletrônicos, enquanto outras perambulam pelas ruas,
a mando de pais e mães que lhes exploram a inocência, exercitando-as na
mendicância quando não no tráfico de entorpecentes ou na prostituição.
Adolescentes passam horas ociosamente,
quando poderiam ser incentivados ao estudo da Ciência, como acontece em
outros países, onde a Educação é a prioridade não só dos governos mas também
dos genitores.
3 —
Amor à Filosofia
Filosofia é uma das expressões mais
desvirtuadas com o decurso do tempo e, principalmente, pelo materialismo que
passou a predominar no mundo ocidental a partir do século XIX.
Se tivemos dois gigantes da filosofia em
Pitágoras e Sócrates na antiguidade e Voltaire e Rousseau no período conhecido
como Iluminismo, vimos, depois, uma sucessão de pensadores
pessimistas, derrotistas, altamente maléficos para a humanidade, pois lhe
inoculou o veneno da descrença em tudo, até no Bem, que sempre foi a bandeira
dos verdadeiros pensadores.
O Brasil teve pensadores de vulto como Alceu Amoroso Lima e Darcy Ribeiro, além de Huberto Rohden, mas precisamos priorizar o estudo de suas obras, altamente construtivas, porque fundadas no idealismo mais puro.
Assim, vemos um povo sem nenhuma bagagem
filosófica, perdido nas ideologias do “viver e
deixar viver”, o que se traduz, em outras palavras, em nenhum amor à pátria, ao ideal de servir, à sinceridade com a própria
consciência.
Temos de aprender o valor da reflexão, que é de extrema utilidade até para se viver melhor, sem
a ansiedade que domina a muitos na luta pelo pão de cada dia.
4 —
Amor à Arte Erudita
Sem deixar de lado os trabalhos da Arte
popular, que merecem incentivo e respeito, devemos valorizar
também aqueles que passam anos incontáveis aperfeiçoando uma técnica mais
refinada.
Aumentar o número de escolas de Arte erudita deveria
ser o objetivo dos governantes e do povo em geral, sendo todos responsáveis pelo
pouco brilho do nosso renome a nível internacional, nesse aspecto.
Esse é o nosso Brasil, em que apenas o
futebol e o carnaval têm destaque.
5 — Amor ao Trabalho
Há uma fala de Francisco
Xavier muito delicada, do seu jeitinho mineiro, alertando as pessoas para a necessidade do trabalho, como única forma de se combater a miséria e as
dificuldades que o nosso povo vive.
Realmente, o número de desocupados é muito
grande, daqueles que sobrevivem à custa de parentes idosos ou de aposentadorias
por doenças imaginárias e outras brechas encontradas na legislação
previdenciária ou trabalhista.
Vemos japoneses trabalhando até idade
avançada, o mesmo fazendo outros imigrantes que aqui chegam sem recurso algum
e, daí a algum tempo, já têm recursos razoáveis, formado à custa do suor do
rosto e não de ajudas de filantropos ou entidades governamentais.
A cultura do trabalho, infelizmente, não é
ensinada nas escolas e mesmo muitos genitores induzem seus filhos à
ociosidade, ao consumismo e ao desrespeito a quem trabalha.
Dever-se-ia priorizar o ensino
profissionalizante, ao invés das carreiras que dependem da frequência aos
bancos universitários, porque, no Brasil, há doutores demais e poucos
técnicos, gerando um desequilíbrio que uma geração não conseguirá resolver.
6 —
Amor à Educação
Educar, mais do que instruir nos
conhecimentos que se constituirão na futura profissão, é ensinar o ser humano a
seguir o caminho do Bem.
As escolas não educam, mas
simplesmente instruem, sendo, talvez, a única Pedagogia realmente educadora
aquela instituída por Sathya Sai Baba, que se constitui em todos
os alunos aprenderem a prestação de serviços à comunidade onde vivem:
essa, sim, é a Educação, pois que treina os seres humanos, desde a infância a
servir aos semelhantes.
Os genitores que queiram educar seus filhos no
sentido mais elevado da palavra ensinem-nos a servir ao próximo, que
essa terá sido a melhor educação que lhes darão, acima de muitos diplomas e
certificados, que, muitas vezes, apenas aumentam o orgulho, o egoísmo e a
vaidade.
Tanto as escolas públicas quanto as
particulares não estão valorizando o amor à pátria, que é uma espécie de
compromisso de servir à coletividade em que se nasceu.
É notável a frase de John Kennedy a esse
respeito: “Não pergunte o que seu país pode
fazer por você, mas o que você pode fazer pelo seu país.”
Nossas crianças, jovens e adultos
normalmente não amam o Brasil e consideram-no um país secundário, dominados
pela propaganda que outros países fazem de si próprios.
7 — Amor à História
Alguém já disse que somos um povo sem
história, mas isso são apenas induções das multinacionais, interessadas em
vender-nos a alienação, o descaso pelo nosso próprio valor como povo, para
implantar o consumismo, que lhes dá grossos lucros financeiros.
Quanto a nós, por uma imposição alienante, acreditamos que somos europeus,
quando, na verdade, somos indígenas descaracterizados, envergonhando-nos
de uma coisa que deveria nos honrar, pois a Cultura Indígena é muito rica em
várias áreas, mas, sobretudo, no conhecimento da Natureza e na religiosidade,
principalmente, no intercâmbio com o mundo espiritual.
8 — Amor à Cultura
A Cultura, no
seu sentido amplo, engloba todos os ramos do conhecimento: Ciência, Filosofia,
Religião e Arte.
A vida de cada um deve ser rica de Cultura,
considerando-se o interesse que devemos ter pelo nosso desenvolvimento
intelectual e espiritual.
Não devemos nos restringir ao que as escolas
ensinam, mas procurar a Cultura em toda parte, no dia a dia, aprimorando-nos
por esforço próprio, para sermos perfeitos, como Jesus aconselhou, mesmo
sabendo que a perfeição se perde no rumo do infinito.
9 —
Respeito ao Dever
Podemos perceber, claramente,
a predominância dos deveres na vida dos adeptos do hinduísmo, que
constituem quase noventa por cento da população da Índia.
Cada um cumprindo seus deveres gera um
sociedade menos cheia de problemas do que uma outra em que se pleiteiam apenas
direitos, porque todos vão querer benesses e nenhuma obrigação.
Já dizia um jurista antigo que toda lei é boa
quando todos a cumprem e respeitam, o que, na verdade, é uma verdade
relativa, mas serve para demonstrar que todos devemos seguir o caminho do
dever, a fim de uns respeitarem os outros.
Na Índia, por exemplo, não há tantos crimes
quanto aqui, porque cada indivíduo está vivendo em função dos seus deveres, ao contrário da nossa realidade, onde muitos vivem do tráfico de drogas,
outros da ociosidade remunerada ou não e quantos odeiam o trabalho, como se
fosse uma condenação e não uma bênção.
10 —
Respeito à Disciplina
Este é um dos pontos nevrálgicos da índole
dos brasileiros, para quem a liberdade costuma ser tido como um ente absoluto,
uma vez que poucos se dispõem a obedecer aos pais, aos superiores hierárquicos
e até à própria consciência.
Sem disciplina interna
ninguém consegue organizar a própria vida e, muito menos, formar, com as demais
pessoas, um grupo unido, seja no sentido microscópico, seja no sentido de um
povo.
Por isso a desorganização, o descontrole, a
corrupção, o crime organizado, tudo causado pelo desrespeito à disciplina,
numa sociedade onde cada um se julga no direito de fazer apenas o que lhe
interessa, sem nenhum pensamento no sentido do bem estar da coletividade.
11 —
Respeito à Honra
A honra não significa, como acontecia em
tempos passados, duelar com seus adversários e matar ou morrer, mas ser digno
da cidadania e da religiosidade que se diz ter. Isso é a honra no sentido mais elevado da
palavra, aquela que faz com que cada um seja respeitável perante si próprio,
sua consciência, e toda a coletividade, sem importar se somos pobres ou ricos,
intelectualizados ou analfabetos, adeptos de uma corrente religiosa ou optantes
pelo ateísmo. A honra está na
postura digna de um ser humano cumpridor dos seus deveres como homem e cidadão. Há pessoas destacadas na sociedade que não
têm honra e há simples trabalhadores assalariados que têm honra.
Aprendamos, como indivíduos e como povo, a ser
honrados.
12 —
Respeito aos Anciãos
Nossos homens e mulheres de sessenta anos de
idade são tidos, pela lei, como anciãos, talvez pela noção incrustada na mentalidade
geral de que trabalhar é sacrificial, desagradável, incomodativo, sendo que
deveria ser considerado ancião apenas quem estivesse na faixa dos oitenta
janeiros, pois haveria sempre atividades menos pesadas
a serem pelas pessoas com mais de sessenta anos.
Milhões de aposentados sobrecarregam o
erário público, contribuindo para a pobreza, tudo isso pela quase aversão ao
trabalho, que nos caracteriza como indivíduos e como povo. Efetivamente, há muito que melhorarmos, para
não acontecer de, como povo, virmos a falhar, como nossos irmãos europeus
falharam, e Jesus delegar a flâmula de Coração do Mundo e Pátria do Evangelho a
outro povo, talvez os que venham a habitar o polo norte ou o polo sul,
atualmente inabitáveis, pois assim aconteceu com os judeus, que, mesmo
recebendo a Mensagem de Moisés, falharam na divulgação da Lei de Deus, com os
cristãos do Catolicismo e do Protestantismo, que se guerrearam e vem se
guerreando e, agora, com a geração de kardecistas, que estão
deixando passar muitas oportunidades, de desenvolvimento do poder mental no
Bem, em troca de disputas internas por posições de comando, repetindo as falhas
do Judaísmo, do Catolicismo e do Protestantismo.
13 —
Respeito às Tradições Milenares
Engana-se redondamente quem
acha que o Brasil não tem tradições multimilenárias, considerando a nossa
História apenas de 1500 para frente, pois a civilização indígena
já existia em terras brasileiras há cerca de quinze mil anos, quando
ainda vicejavam as culturas dos desaparecidos continentes da Atlântida, da
Lemúria e de Mu, ligando-se os povos da humanidade inteira pelo intercâmbio
permanente, uma vez que a estreita faixa marítima que os separava permitia a
navegação relativamente fácil de um continente a outro.
Infelizmente, hoje em dia, com a
predominância das culturas europeia e norte americana, os conhecimentos dos
nossos indígenas, bem como os dos demais nativos dos países da América, têm
sido ignorados e tratados como primitivos, indignos de serem estudados nas
universidades, apesar de sabermos que, em grande parte,
superam os estudos acadêmicos, pois copiam os padrões da Natureza, que é mais
sábia do que qualquer genialidade humana, uma vez que a Natureza representa a
Obra de Deus.
Conclusão
Se nos basearmos, por
exemplo, na programada ordem dos deveres dos hinduístas, que chegam à cifra de
mais ou menos um bilhão dos habitantes da Índia, veremos que não estamos
realizando à altura dos nossos compromissos espirituais, a nós confiados, por
Jesus, aquilo que nos compete realizar, ou seja, o testemunho da vida após a
morte do corpo e o contato entre encarnados e desencarnados.
Ter uma tarefa nobre, pela condição de desempenhá-la, não significa superioridade, se não a cumprimos e, infelizmente, é o que quem acontecido com a maior parte da nossa população, distraída com os interesses puramente materiais.O Espírito Juscelino Kubitschek, pela psicografia de Luiz Guilherme Marques, no livro A Caridade da Divulgação da Verdade: A Missão do Brasil, desenvolve algumas ideias sobre a missão do Brasil como sendo o Coração do Mundo e a Pátria do Evangelho, lembrando que, embora tenha essa missão, esta poderá lhe ser retirada, caso o país — como coletividade — não atenda aos propósitos dos mentores espirituais.
Resumo das Notas
Começa por enaltecer as virtudes do povo brasileiro, quais
sejam: humildade, simplicidade e desapego. Acha que o povo brasileiro não quer
ser mais do que os outros povos, considerando todas as raças e países como irmãos: os emigrantes são sempre recebidos com cordialidade e benevolência. Observe que até os notáveis do Brasil encontram pouca repercussão de
destaque mundial. Cita que Rui Barbosa, um dos mais importantes juristas de todos
os tempos, caiu quase no esquecimento depois do brilho meteórico de Haia.
Conta-nos
que os Estados Unidos receberam de Jesus a missão de serem o cérebro do mundo, enquanto o Brasil o coração; contudo, nem um nem outro
prescinde tanto do cérebro quanto do coração. No caso do Brasil, há o propósito
de testemunhar a vida após a morte e a exemplificação da mediunidade,
predominantemente gratuita, tal como “o dar de graça o que de graça recebeu”,
em comparação com outros países, cujos médiuns se tornam milionários.
No capítulo
terceiro, que trata das virtudes a serem aprimoradas no Brasil, lembra dos seguintes itens: 1)
Respeito ao Direito; 2) Amor à Ciência; 3) Amor à Filosofia; 4) Amor à Arte
Erudita; 5) Amor ao Trabalho; 6) Amor à Educação; 7) Amor à História; 8) Amor à
Cultura; 9) Respeito ao Dever; 10) Respeito à Disciplina; 11) Respeito à Honra;
12) Respeito aos Anciãos; 13) Respeito às Tradições Milenares.
Eis
algumas pensamentos extraídos desse capítulo:
O sonho da riqueza sem trabalho povoa a mente de muitos, que, somados, formam milhões de revoltados com a contingência de produzir e contribuir, preferindo a ociosidade ou os ganhos sem esforço, quando não flagrantemente ilícitos.
Adolescentes passam horas ociosamente, quando poderiam ser incentivados ao estudo da Ciência, como acontece em outros países, onde a Educação é a prioridade não só dos governos mas também dos genitores
Filosofar para que, se não dá dinheiro?: essa é a ideologia praticada pelo nosso povo, que, com isso, se desmerece frente a estrangeiros dados à reflexão, como os amarelos, os indígenas conscientes da sua cultura e os indianos.
A cultura do trabalho, infelizmente, não é ensinada nas escolas e mesmo muitos genitores induzem seus filhos à ociosidade, ao consumismo e ao desrespeito a quem trabalha.
As escolas não educam, mas simplesmente instruem, sendo, talvez, a única Pedagogia realmente educadora aquela instituída por Sathya Sai Baba, que se constitui em todos os alunos aprenderem a prestação de serviços à comunidade onde vivem: essa, sim, é a Educação, pois que treina os seres humanos, desde a infância a servir aos semelhantes.
Na Índia, por exemplo, não há tantos crimes quanto aqui, porque cada indivíduo está vivendo em função dos seus deveres, ao contrário da nossa realidade, onde muitos vivem do tráfico de drogas, outros da ociosidade remunerada ou não e quantos odeiam o trabalho, como se fosse uma condenação e não uma bênção.
Devemos aprender a disciplina, como indivíduos e como povo, sem necessidade de coerção eterna, mas por imposição da própria vontade individual, cada qual organizando-se em função do compromisso com sua própria ordem interna de cumprir suas metas morais, de trabalho, de estudo e tudo que signifique mudança para atingir o ideal de cidadãos, homens e mulheres de bem.

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