“Os são não precisam de médico” é um dos subitens do
capítulo XXIV — “Não por a Candeia Debaixo do Alqueire” de O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec. Os demais
subtítulos são: A Candeia Debaixo do Alqueire. Porque Fala Jesus por Parábolas
— Não ir aos Gentios — A Coragem da Fé — Carregar a Cruz. Quem Quiser Salvar a
Vida.
A doença é uma condição que causa desvio ou interrupção
do funcionamento normal de um organismo, manifestando-se por um conjunto de
sinais e sintomas que limitam a capacidade funcional de um indivíduo. Ela
pode ser física, mental e espiritual. Sua causa pode ser encontrada nesta ou em
outras existências. Em se tratando da cura: para um problema físico, buscamos a orientação de um médico;
se o problema é mental, um psicólogo; se for obsessão, um Centro Espírita.
Mediunidade é uma faculdade humana, natural em que se
estabelecem as relações entre o médium o espirito comunicante. É a relação entre
encarnados e desencarnados. É uma condição humana, que não depende da moral do
médium. Por isso, não devemos nos revoltar quando virmos médiuns cometendo os
mais graves erros.
No item em questão, há uma extensa dissertação sobre a mediunidade,
orientando-nos a não criticarmos a conduta dos médiuns, pois são eles que
precisam do médico. Lembremo-nos de que na época da codificação do Espiritismo,
Kardec preferia os médium letrado ao moralizado, com a seguinte explicação:
ao divulgar os ensinamentos da nova doutrina, primeiro prega para si mesmo. É a história
do dedo indicador apontando para o público, enquanto os outros três voltam-se para si
mesmo.
Se o poder de comunicar-se com os Espíritos só fosse dado aos mais
dignos, qual aquele que ousaria pretendê-lo? E onde estaria o limite da
dignidade e da indignidade? A mediunidade é dada sem distinção, a fim de que os
Espíritos possam levar a luz a todas as camadas, a todas as classes da
sociedade, ao pobre como ao rico: aos virtuosos, para os fortalecer no bem; e
aos viciosos, para os corrigir. Estes últimos não são os doentes que precisam
de médico?
No livro Educandário de Luz,
o Espírito Irmão X relata-nos o diálogo entre D. Clara que, por meio de
diversas perguntas, feitas ao Espírito Júlio, protetor daquele grupo espírita,
o seguinte objetivo: organizar um círculo de criaturas elevadas e sinceras, que apenas
cogitem da virtude praticada. No final, pergunta se o Espírito Júlio poderia
fazer parte desse grupo, ao que ele responde que não por causa da sua
imperfeição. Concluindo a conversa, o Espírito diz: — Sim, minha filha, um
grupo assim tão perfeito deve existir... Com toda certeza deve ser o grupo de
Nosso Senhor Jesus Cristo.
A humildade é o fundamento de todas as virtudes. Por mais influência que estivermos recebendo dos mentores espirituais, conscientizemo-nos de que somos simples intermediários dos bons Espíritos.
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