Nesta epístola, há vários pontos a serem considerados, segundo o professor Rino Curti.
Dogmatismo. Em se tratando do Dogmatismo, no que concerne à
epístola de Paulo aos Romanos, não é a lei que importa, nem as obras; a
salvação vem de Jesus, filho de Deus, ressuscitado dentre os mortos. Para Paulo,
Jesus e a Lei são duas coisas opostas.
Fé dogmática e fé espírita. Para os dogmáticos, a fé é crença cega,
uma certeza distinta da que se obtém pela observação direta dos fatos. Para o
Espiritismo, a fé é raciocinada, ou seja, baseia-se no método científico de comprovação.
Dor e sofrimento. A dor e o sofrimento são consequências do modo errôneo
de agir dos seres humanos. Livres na sementeira, somos obrigados a colher o que
plantamos.
“Não basta conhecer a Lei”. Paulo refere-se à Lei dos judeus, que
estabelece, além de verdades eternas, prescrições e ritos. Não basta a observação
exterior, mas o que importa é praticar o bem.
“Obras da Lei”. São as observâncias externas que ela recomendava,
tais como, os rituais, os sacrifícios, a circuncisão.
A antiga e a nova Lei. Na Lei antiga há valores eternos. A nova,
entretanto, vem despojá-la dos acessórios desnecessários que se lhe foram agregando
por obra humana. Paulo afirma que a Lei antiga é ampliada com Jesus, que o
indivíduo será justiçado, tido como justo, ajustado à Lei, desde que a cumpra na
consciência, na prática do bem.
Ser julgado pelas obras, mas salvos pela fé. De acordo com o
Dogmatismo, o que nos salva não são as obras de per si, mas sim Jesus crucificado. E o que se há de nos conduzir à
salvação final é a fé com obras, não
as obras da lei judaica, e sim as obras vivificadas pelo amor e pela caridade.
“Batismo pelo Espírito Santo”. O “Batismo pelo Espírito Santo”
significa a morte do homem velho para dar lugar ao homem novo, ou seja, o homem
livre do mal, não por imposição da lei, mas pela sua livre e espontânea vontade.
“Graça”. Para Paulo, “graça” é a “consciência tranquila”, ajustada
à lei.
“Morrer para o pecado”. É da lei da vida, que tudo que não atende à
sua edificação, termine, pereça, não frutifique. Ou segundo a expressão de Paulo:
morre para o pecado. “... Porque o salário do pecado é a morte...” (Rom. 6,23)
Renovação. Primeiro,
para o escoimá-los dos acessórios inúteis — morrendo para o pecado; segundo, para a ampliação ou a
incorporação de um acréscimo “do dom gratuito de Deus, a vida eterna”, no dizer
do Convertido.
Fonte de Consulta
CURTI, Rino. As Epístolas de Paulo e o Apocalipse de João
Segundo o Espiritismo. São Paulo: FEESP, 1983.
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