Mediunidade — do lat. mediumnidade — é a faculdade humana, natural, pela
qual se estabelecem as relações entre os homens e os Espíritos. Desenvolve-se
naturalmente nas pessoas de maior sensibilidade para a captação mental e
sensorial de coisas e fatos do mundo espiritual que nos cerca e nos afeta com
suas vibrações psíquicas e afetivas.
Os fatos mediúnicos não são fenômenos de nossos
dias. Eles sempre existiram. J. H. Pires, no livro O Espírito e o Tempo, relata-nos o processo histórico de tais fatos,
começando pelo mediunismo primitivo, passando pelo mediunismo oracular e
profético, até atingir a mediunidade positiva, com a codificação do Espiritismo
por Allan Kardec, no Século XIX. A mediunidade diz-se positiva, porque Allan
Kardec utilizou-se do método teórico-experimental, portanto racional e
científico.
O codificador do Espiritismo, para efeito didático,
dividiu a mediunidade em duas grandes áreas: quanto ao fenômeno e
quanto ao aspecto funcional. Subdividiu o fenômeno em efeitos físicos e
em efeitos inteligentes; o aspecto funcional, em mediunidade natural e em mediunidade
de prova. A percepção clara dessas distinções
terminológicas auxiliar-nos-ão a compreender melhor toda a fenomenologia
espírita, diferenciando-a de outras doutrinas espiritualistas e dos diversos
sincretismos religiosos.
Todos somos médiuns. Allan Kardec, no cap. XIV
de O Livro dos Médiuns, afirma que toda a pessoa é médium, pois todos
somos passíveis de receber as influências dos Espíritos. Contudo, na prática,
são considerados médiuns somente aqueles que têm uma constituição orgânica
própria para o exercício da mediunidade, quando se desenvolvem nestes a
psicografia, a psicofonia, a vidência etc.
O fenômeno mediúnico, a mediunidade e
o Espiritismo são termos distintos que se relacionam entre si.
O fenômeno mediúnico diz respeito ao mediunismo, ou seja, às formas incipientes
do intercâmbio mediúnico; a mediunidade é a comunicação mediúnica passada pelo
crivo da razão e da metodologia científica; o Espiritismo é uma doutrina
filosófica e científica de consequências morais. Kardec utilizou-se do fenômeno
mediúnico e da mediunidade como meio para atingir um fim:
a codificação dos princípios fundamentais do Espiritismo.
Exercitemos a nossa mediunidade, tanto de efeitos
físicos como de efeitos inteligentes, natural ou de prova, mas não nos
esqueçamos de nos ajustar aos preceitos morais que daí dimanam.
...
Existe grande diferença entre ser médium de espíritos e Médium do Espírito. Em médium de espíritos pode ocorrer muitas distorções. "Jesus deliberou vir ele mesmo ao mundo, para que o Pensamento de Deus, através de sua palavra, não sofresse possíveis interferências". (Capítulo 57 — "Médiuns Humanos", de Jugo Leve, de Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Inácio Ferreira [2012])
Nenhum comentário:
Postar um comentário