A ciência é um conjunto de
conhecimentos organizados relativos a uma determinada matéria, comprovado
empiricamente. Os requisitos fundamentais da ciência são: regularidade,
observação, previsão, experimentação, causalidade e testes estatísticos. Ela não
aceita soluções provisórias nem tampouco lucubrações literárias. Tudo deve ser
colocado à prova dos fatos.
A ciência espírita procede da mesma forma que as
ciências naturais. O cientista natural observa, experimenta, faz hipóteses e
tira conclusões. As consequências serão aceitas se confirmadas pela experiência
sensorial dos fatos. O cientista espírita observa, experimenta, formula
hipóteses e tira conclusões. As consequências serão aceitas se comprovadas pela
experiência extra-sensorial. O procedimento é o mesmo. A diferença consiste na
natureza das percepções consideradas.
Um estudo acurado do Espiritismo mostra-nos que a
ciência não pode existir sem o Espiritismo nem o Espiritismo sem ela. Por que?
Há no universo dois princípios fundamentais: o princípio material e o princípio
espiritual. A ciência incumbir-se-ia de processar a revolução material; o
Espiritismo encarregar-se-ia de estimular a revolução moral. O elo entre o
Espírito e a matéria está no perispírito. O Espiritismo não inventou o perispírito,
nem os Espíritos. Apenas teorizou o fato observado.
A ciência aumentou sobremaneira a capacidade de
instrumentalização do homem. Desenvolvendo tecnologias avançadas, liberou a mão
de obra para atuar na área de serviços e pesquisas científicas. À medida que a
ciência avança, o indivíduo fica com mais tempo livre. O Espiritismo surge para
dar uma direção não só ao tempo livre do homem como também à criação e
utilização da nova tecnologia. Sem uma clara distinção entre o bem e o mal,
podemos enveredar todo o nosso progresso científico para a destruição de nosso
planeta.
O Espiritismo surgiu no momento oportuno, quando as
ciências já tinham desenvolvido o método teórico-experimental, facilitando a
sua aceitação com mais naturalidade. Sabe-se que cada um deve progredir por si
mesmo, descobrindo as suas próprias verdades. Porém, a presença de um professor
diminui o tempo que levaríamos, caso quiséssemos descobrir tudo por nós mesmos.
O Espiritismo é esse professor que nos estimula o pensamento na busca da verdade.
Exercitemos o nosso pensamento científico. Saibamos
rechaçar toda e qualquer opinião que não tenha respaldo nos princípios
espíritas codificados por Allan Kardec.
Fonte de Consulta
KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as
Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1976.
CURTI, R. Espiritismo e Reforma Íntima. 3. ed., São Paulo, FEESP, 1981.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/ci%C3%AAncias-e-espiritismo
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Há sempre razão de se conhecer as coisas com mais
precisão. As relações entre ciência e fé persistem por muitos séculos. Conta-se
que Galileu, que se retratou, para não morrer queimado, é sempre citado na
oposição entre fé e ciência. Esse detalhe ocorreu na Idade Média. De lá para
cá, a religião refez muitos de seus conceitos e, hoje, a teologia cristã aceita
tranquilamente os avanços da ciência moderna, que condiz com a revelação
divina.
Observa-se, por outro lado, a ferrenha oposição dos
cientistas aos artigos de fé. Isso começou com o advento da ciência moderna e
perpetuou-se com o positivismo de Comte e de Littré e o evolucionismo de
Darwin. Disto resultou o aparecimento de um materialismo exacerbado, pois a fé
foi posta de lado e a ciência quer explicar tudo, inclusive as coisas de Deus.
Ela deve limitar-se aos seus casos particulares e não ter a pretensão de ser a
verdade total.
"Há dois meios para se adquirir a ciência de
além-túmulo: de um lado o estudo experimental, de outro a intuição e o
raciocínio, de que só as inteligências exercitadas sabem e podem utilizar-se. A
experimentação é preferida pela grande maioria dos nossos contemporâneos. Está
mais de acordo com os hábitos do mundo ocidental, bem pouco iniciado ainda no
conhecimento das secretas e profundas capacidades da alma". (II - "A
marcha ascensional: os métodos de estudo", de "No invisível", de
Léon Denis)
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