O Druidismo é
a religião dos sacerdotes pagãos que habitavam a Gália e a Bretanha no século
II a. C. Como toda a religião, havia traços exotéricos e esotéricos. Os que não
se aprofundaram na análise esotérica, ficaram com a impressão de que o
druidismo é uma religião primitiva, principalmente por causa dos sacrifícios
que impunha. Porém, ao penetrarem no âmago, no âmbito esotérico, mudaram de
opinião, porque vislumbraram uma doutrina reveladora das altas verdades e das
leis superiores do Espírito.
O corpo
de sua teologia era baseado nas tríades. As Tríades eram formadas, utilizando-se de três tipos
de ensinamentos, em que cada um completava os outros dois. Seria como o filho
numa família constituída de pai e mãe. Quer dizer, para que o filho exista deve
existir antes um pai e uma mãe. Faltando o pai ou a mãe, o filho não pode vir à
luz. Nesse sentido, os ensinamentos são transmitidos de forma lógica, em que se
atrelando um ao outro, tem-se todo o sistema organizado.
O
conteúdo doutrinário da teologia druídica compunha-se de ensinamentos orais, em
que as onze primeiras tríades dizem respeito a Deus e ao Universo. A primeira
tríade, por exemplo, relaciona Deus, verdade e ponto de liberdade. As dez
tríades seguintes partem sempre de Deus como doador da vida, do amor e da
virtude. Ele é a garantia da realização terrena, porque Dele emana a ciência
perfeita, o supremo poder, a suprema inteligência e tudo o que o homem precisa
para saber distinguir o bem do mal.
Há,
também, três círculos de existência: o círculo da região vazia (cegant) onde — exceto Deus — não há nada vivo nem morto e
nenhum ser que Deus não possa atravessar; o círculo da migração (abred), onde todo ser animado procede da morte, que o
homem atravessou; o círculo da felicidade (gwynfyd), onde todo ser animado procede da vida, que o homem
atravessará no céu. Além disso, há três fases necessárias de toda a existência
com relação à vida: começo em annoufn, a transmigração em abred e a plenitude em gwynfyd; e sem estas três coisas nada pode existir, exceto Deus.
Fica
claro que a teologia druídica parte de um Deus supremo, situado muito além dos
conhecimentos humanos. Tem-se a impressão que Deus é tudo e está em tudo, o que
possibilitou a muitos definir o druidismo como um panteísmo materialista cheio
de mistérios. Deixando de lado as questões terminológicas mais graves, fica
claro que a alma começa do nada (Annoufn), passa por sucessivas migrações (Abred) até alcançar a região dos bem-aventurados (Gwynfyd).
Percebemos
que o conteúdo esotérico da religião druídica foi bastante avançado para a sua
época. Procuremos, pois, refletir sobre esses ensinamentos, comparando-os com
aqueles veiculados pelas diversas religiões da atualidade.
Fonte de Consulta
DENIS, L. O Gênio Céltico e o Mundo Invisível. Rio de Janeiro, CELD, 1995.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/druidismo
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