29 outubro 2012

Para o Alvo

“Alcançaremos o alvo que mantivermos em mira.”

Urge ponderarmos sobre os nossos objetivos, os nossos alvos, os nossos desejos nesta vida. Mais tempo ou menos tempo, eles podem ser satisfeitos. O provável funcionamento: o nosso pensamento emite fluxos energéticos ao espaço; um poder extra-sensorial capta essas emissões e se encarrega de concretizá-las. Por isso, a frase: “Alcançaremos o alvo que mantivermos em mira.”

O Espírito Emmanuel, no capítulo 40 (“Ante o Objetivo”), do livro Fonte Viva, psicografado por Francisco Cândido Xavier, pede-nos para tomarmos cuidado com o teor do nosso pensamento. Ele diz: “O avarento sonha com tesouros amoedados e chega ao cofre forte”; “o malfeitor comumente ocupa largo tempo, planificando a ação perturbadora, e comete o delito”; “o político hábil anseia por autoridade e atinge alto posto no domínio terrestre”. Acontece que, a cada meta, há um preço respectivo: uns perdem a paz, outros aviltam o seu nome e outros ainda desfiguram o caráter.

Acrescenta: se impostos tão pesados são exigidos a objetivos inferiores, o que se dirá do anelo com o Criador? Esta é a questão básica. Este é o nosso aprendizado, o nosso exercício. Observe Paulo que, depois de renunciar ao poder romano, sofreu todo o tipo de provações: açoites, zombarias, prisões etc.

Embora tenhamos que atender às necessidades do corpo físico, os nossos objetivos verdadeiros deveriam centrar-se na evolução do Espírito imortal, na transcendência de nossa alma, na busca de novos caminhos, mas sempre sob a direção de nosso mestre Jesus. 

26 setembro 2012

Situação do Espírito durante a Gestação

mundo espiritual, o verdadeiro mundo, é onde se encontram os Espíritos quando não estão no mundo físico. Lá, eles fazem uma reflexão de sua vida material e programam, quando for a ocasião, uma próxima encarnação. De acordo com a literatura espírita, há palestras, cursos e orientações dos mentores espirituais. Depois de refeitos e bem esclarecidos, são convidados para uma nova etapa de progresso no mundo material. 

Allan Kardec, em O livro dos Espíritos, instrui-nos sobre os dois tipos de perturbação (mudança de um plano existencial para outro) que o Espírito sofre: quando desencarna e vai para a erraticidade; e quando encarna e vem para este mundo. Para reencarnar, há a miniaturização do perispírito e o começo do esquecimento do passado, a fim de possa entrar no mundo material sem os problemas que afligiam a sua consciência. 

Resumindo o processo: através da concepção, um corpo é oferecido ao Espírito. Uma vez oferecido, outro Espírito não poderá habitá-lo em seu lugar. Como o Espírito está ligado e não unido, ele tem liberdade para usar as suas faculdades como lhe apeteça. Essa liberdade, contudo, depende da distância entre o momento da concepção e sua encarnação propriamente dita. Quanto mais perto, menos liberdade, pois o processo de esquecimento do passado se agiliza. 

Na gestação, devemos considerar o auxílio que os protetores do espaço oferecem ao Espírito reencarnante, à futura mãe e ao futuro pai. Nos capítulos 11 e 12 de Missionários da Luz, o Espírito André Luís relata todo o processo da reencarnação de Segismundo, um Espírito bastante endividado com relação às leis naturais. Há apelos e palavras de ânimo, a fim de fortalecer a família diante da justiça divina. 

Há uma troca incessante de impressões entre a mãe e o filho que está sendo gerado. Quando o futuro filho é um Espírito inferior ele não traz sensações muito agradáveis. O Dr. Ricardo Di Bernardi diz-nos que a sintonia depauperada dos campos vibratórios pode gerar os enjoos e os desejos extravagantes da futura mãe. Pede, contudo, para não se generalizar, porque o sintoma pode ser meramente físico. 

Um lar equilibrado fornece o ambiente propício para um reencarne tranquilo. Quando este é desarmonizado, tanto a mãe quanto o novo rebento sofrem, inclusive com a influência nefasta de Espíritos imperfeitos.

 mundo espiritual, o verdadeiro mundo, é onde se encontram os Espíritos quando não estão no mundo físico. Lá, eles fazem uma reflexão de sua vida material e programam, quando for a ocasião, uma próxima encarnação. De acordo com a literatura espírita, há palestras, cursos e orientações dos mentores espirituais. Depois de refeitos e bem esclarecidos, são convidados para uma nova etapa de progresso no mundo material. 

Allan Kardec, em O livro dos Espíritos, instrui-nos sobre os dois tipos de perturbação (mudança de um plano existencial para outro) que o Espírito sofre: quando desencarna e vai para a erraticidade; e quando encarna e vem para este mundo. Para reencarnar, há a miniaturização do perispírito e o começo do esquecimento do passado, a fim de possa entrar no mundo material sem os problemas que afligiam a sua consciência. 

Resumindo o processo: através da concepção, um corpo é oferecido ao Espírito. Uma vez oferecido, outro Espírito não poderá habitá-lo em seu lugar. Como o Espírito está ligado e não unido, ele tem liberdade para usar as suas faculdades como lhe apeteça. Essa liberdade, contudo, depende da distância entre o momento da concepção e sua encarnação propriamente dita. Quanto mais perto, menos liberdade, pois o processo de esquecimento do passado se agiliza. 

Na gestação, devemos considerar o auxílio que os protetores do espaço oferecem ao Espírito reencarnante, à futura mãe e ao futuro pai. Nos capítulos 11 e 12 de Missionários da Luz, o Espírito André Luís relata todo o processo da reencarnação de Segismundo, um Espírito bastante endividado com relação às leis naturais. Há apelos e palavras de ânimo, a fim de fortalecer a família diante da justiça divina. 

Há uma troca incessante de impressões entre a mãe e o filho que está sendo gerado. Quando o futuro filho é um Espírito inferior ele não traz sensações muito agradáveis. O Dr. Ricardo Di Bernardi diz-nos que a sintonia depauperada dos campos vibratórios pode gerar os enjoos e os desejos extravagantes da futura mãe. Pede, contudo, para não se generalizar, porque o sintoma pode ser meramente físico. 

Um lar equilibrado fornece o ambiente propício para um reencarne tranquilo. Quando este é desarmonizado, tanto a mãe quanto o novo rebento sofrem, inclusive com a influência nefasta de Espíritos imperfeitos.




20 setembro 2012

Despedindo-se do Cargo de Presidente do Centro Espírita Ismael

Na despedida do cargo de Presidente do Centro Espírita Ismael, ocorrida em 15/09/2012, tomamos a liberdade de resumir os 36 anos de nossa atuação nesta Casa de Espírita. Começamos em 1976, quando ouvíamos o final das aulas do Curso de Aprendizes do Evangelho (1.ª Turma), ministrado pela Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP). Como tínhamos um problema de saúde, pediram-nos para passar no Depoe (Entrevista). Depois de algumas assistências espirituais, inscrevemo-nos no Curso de Médiuns e no Curso de Aprendizes do Evangelho, ainda ministrado pela FEESP. Logo em seguida, fomos convidados para integrar a Diretoria Executiva do CEI.

Assim: na gestão 1979/1982 (Sr. Nascimento), exercemos o cargo de 2.º Tesoureiro; na gestão 1982/1985 (Sr. Gomes), Secretário Geral e diretor do Departamento de Ensino; na gestão 1985/1988 (Sr. Gomes), Vice-Presidente e diretor do Departamento de Ensino; nas gestões 1988/1991 e 1991/1994, Presidente; na gestão 1994/1997 (Sr. Agenor), diretor do Departamento de Ensino; na gestão 1997/2000 (Sr. Agenor), Vice-Presidente e diretor do Departamento de Ensino; nas gestões 2000/2003 e 2003/2006 (Sr. Gomes), Vice-Presidente e diretor do Departamento de Ensino; nas gestões 2006/2009 e 2009/2012, Presidente 

Neste resumo, lembramos que ainda não tínhamos concluído o 4.º ano do Curso de Médiuns (denominação antiga) e já nos escalaram para dar aula no 2.º do respectivo curso. Ao participarmos do ensino, e seguindo o exemplo do Sr. Bismael, que havia montado a apostila do Curso Básico, começamos a elaborar as apostilas do 2.º, do 3.º e do 4.º ano do Curso de Educação Mediúnica. Depois, complementamos com as apostilas do Curso de Expositor, do Curso de Introdução à Filosofia Espírita e do Curso de Introdução ao Evangelho.

Em nossas quatro gestões (12 anos) como Presidente, surgiu a oportunidade de compra dos fundos do CEI (1988/1994) e da Unidade II (2006/2009), na Rua Ponta de Pedras, 59, onde pudemos construir quatro boas salas de aula para o estudo da Doutrina Espírita e formação de novos colaboradores. Nada disso seria possível, sem os recursos financeiros arrecadados nas diretorias que nos precederam.

Acompanhando o progresso da Internet, construímos, em 2001, o site do Centro Espírita Ismael (www.ceismael.com.br), onde fomos postando artigos e ensaios, apostilas dos cursos e textos sobre administração, ou seja, todas as experiências que acumulamos no Ismael, o que proporcionou um estoque de conhecimentos muito útil, e que não poderia ficar oculto. Para dimensionar, em um mês de férias escolares (07/07/2012 a 06/08/2012), tivemos 78.662 visualizações de páginas.

Tendo esse banco de dados, postado na Internet, ocorreu-nos juntar todas essas informações em um livro, “50 Anos do Centro Espírita Ismael: Breve Histórico (1962-2012)”, cujo lançamento deu-se no dia 19 de agosto de 2012, durante as festividades de aniversário dos nossos 50 anos.

Por último, só nos resta agradecer a todos (encarnados e desencarnados) que nos auxiliaram nesta longa empreitada. Parabéns Ismael! Que os fundamentos doutrinários do Espiritismo possam ser multiplicados cada vez mais.  

 

19 setembro 2012

Mecânica e Teoria Quântica

1Mecânica é a ciência que estuda os efeitos das forças sobre corpos ou fluidos em repouso ou em movimento. Mecânica quântica é a área da física que estuda a estrutura do átomo e o movimento das partículas atômicas. A mecânica quântica refere-se aos estudos mais amplos da quântica. A teoria quântica, proveniente dos estudos de Niels Bohr, é um termo mais estreito do que a mecânica quântica e demonstra como os átomos irradiam luz. (1)

2. A mecânica quântica pode ser assim compreendida: 1) no interior do átomo, os elétrons – minúsculas partículas de carga elétrica negativa – movem-se descrevendo órbitas em torno de um núcleo de carga positiva; 2) cada órbita quantificada tem um valor particular de energia; 3) esta órbita só pode modificar-se quando o átomo é perturbado. Quando uma força age sobre o átomo, o elétron pode saltar de uma órbita mais alta para uma mais baixa, liberando energia sob a forma de luz; 4) esta luz é liberada sob a forma de um pequeno feixe de energia denominado quantum ou fóton. A energia de um fóton corresponde à diferença de energia das duas órbitas entre as quais ocorreu o salto. (1)

3. Em épocas passadas, os cientistas acreditavam que a luz era uma onda, emitida como um fluxo contínuo. Na mecânica quântica, a luz é um jato de fótons separados, que têm, ao mesmo tempo, características de ondas e partículas.

4. O princípio da incerteza, estabelecido por Heisenberg, tem muita importância para o estudo da mecânica quântica. De acordo com este princípio, a posição e a velocidade de uma partícula não podem ser simultaneamente medidas com precisão.

5. O princípio da sobreposição é outro elemento capital para o entendimento da teoria quântica. Façamo-lo através de um exemplo: pegue um pedaço de giz e quebre-o em dois. Para a física clássica, um pedaço estaria “aqui”; o outro, “lá”. Substituamos o giz por um elétron. No mundo quântico, não há apenas estados de “aqui” e “lá”, mas uma vasta quantidade de outros estados que são misturas dessas possibilidades – um pouco “aqui” e outro tanto “lá”, todos juntos. (2, p. 35)

6. Não nos esqueçamos do experimento da fenda dupla. Este experimento se resume em se ter um bombardeador de elétrons que dispara um feixe contínuo de partículas. Essas partículas colidem com uma tela em que há duas fendas. Depois da tela com fendas, há uma tela de detecção que pode registrar a chegada dos elétrons. Este fenômeno é um exemplo da dualidade onda/partícula do elétron. Os elétrons que chegam um a um têm comportamento corpuscular; o padrão de interferência coletivo resultante é comportamento ondulatório. (2, p. 36)

7. Os estudos da física quântica podem ser aplicados em outros campos de interesse: 1)  lógica quântica. Na lógica clássica, havia a suposição do terceiro excluído. Se dissermos que João é ruivo e que ele se encontra em casa ou no bar, esperamos encontrá-lo num desses dois lugares. Não há meio termo entre “casa” e “não em casa”. Com a teoria quântica, que admite a sobreposição, podemos falar em lógica dos três valores: “verdadeiro”, “falso” e, ainda, a resposta probabilística do “talvez” (2, p. 51 e 52); 2) a computação quântica. A computação quântica leva em conta o princípio da sobreposição. A computação convencional está assentada na combinação de operações binárias (zero e um). Uma chave está ligada ou desligada. No mundo quântico, a chave poderia estar em um estado que é uma sobreposição dessas duas possibilidades clássicas. (2, p. 91 e 92)

8. Para complementarmos este assunto, valhamo-nos das explicações dadas pelo Espírito Emmanuel, em O Consolador (perguntas 15 a 26), em que afirma que a ciência poderá estabelecer as bases convencionais da matéria, mas não a base legítima, em sua origem divina. Acrescenta: “Sob a diretriz divina, a matéria produz força, a força gera o movimento, o movimento faz surgir o equilíbrio da atração e a atração se transforma em amor, identificando-se todos os planos da vida na mesma lei de unidade estabelecida no Universo pela sabedoria divina”. (3, pergunta 21)

Bibliografia Consultada

(1) Enciclopédia Delta Universal

(2) POLKINGHORNE, John. Teoria Quântica. Tradução de Iuri Abreu. Porto Alegre, RS: L&PM, 2011. (Coleção L&PM POCKET Encyclopaedia, v. 985)

3) XAVIER, F. C. O Consolador, pelo Espírito Emmanuel. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.




12 setembro 2012

Funeral e Enterro

Funeral e enterro dizem respeito às cerimônias e ritos que os seres humanos prestam aos entes que desencarnaram. É uma forma de render-lhes culto e agradecer-lhes pela oportunidade do convívio neste mundo. No fundo dos funerais e dos enterros, há a obediência aos costumes religiosos, como, por exemplo, vestir-se de preto, acender velas, jogar terra nos túmulos etc.

inumação (enterrar) e a cremação (queimar, reduzindo a cinzas) são os tipos mais comuns de sepultamento. Há, também, o costume de se colocar o cadáver num barco e deixá-lo no mar ou, ainda, de levá-lo para um lugar alto. Além desses, que procuram descartar o morto, há outros que procuram guardá-lo como se estivessem ainda vivos. É o caso do embalsamento egípcio (múmias).

Os israelitas tinham grande apreço em enterrar os mortos. Não era por medo da intervenção deles, pois quem morreu não vive mais. Não era por causa da celebração funerária, pois Israel não praticava o culto aos mortos. Tratava-se de uma honra devida a todo homem, mesmo aos inimigos. Os ritos praticados pelos judeus eram os seguintes: fechamento dos olhos, lavar o cadáver e, pelo menos em certas épocas posteriores, envolver o morto em um lençol. Somente por punição é que se podia queimar o cadáver.

No cristianismo, a fé na ressurreição se fez viva. O túmulo vazio em que Jesus fora enterrado indica a ausência do enterrado, que havia passado à presença de Deus. O Novo Testamento pouco fala da preocupação dos cristãos com o enterro. Jesus repele o costume de chorar ao caixão. Pedro manda os que choravam embora pois a morte é uma mensagem de esperança. A sobrevivência dos mortos até a ressurreição é uma das crenças mais arraigadas na Igreja. 

Em nota à pergunta 329 de O Livro dos Espíritos, J. H. Pires diz: “O respeito pelos mortos não é apenas um costume, como se vê, é um dever de fraternidade, que a consciência conserva e para o qual nos alerta. Por pior que tenha sido o morto, não temos o direito de aumentar-lhe o suplício com as nossas vibrações agressivas. A caridade nos manda esquecer o mal e lembrar o bem, pois só assim ajudaremos o Espírito desencarnado a superar as suas falhas e esforçar-se para evoluir. Pensando e falando mal dele, só podemos prejudicá-lo, irritá-lo e até mesmo voltá-lo contra nós”

Respeitemos todas as cerimônias e ritos religiosos. O importante é o apreço que todos dão aos seus entes queridos, que se foram para o além-túmulo. 

Fonte de Consulta

IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo: Paulinas, 1983.

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Arte Funerária Egípcia (c. 3000 a.C.) [Egito antigo]

Preservação e homenagem àqueles que se foram para a vida após a morte.

A arte funerária egípcia foi motivada pela crença religiosa e cultural segundo a qual a vida continua após a morte, característica presente naquela sociedade desde aproximadamente 3000 a.C. Práticas como a mumificação, a criação de sarcófagos e a construção de pirâmides e tumbas eram executadas com a intenção de honrar e preservar o cadáver do falecido de forma a facilitar sua transição para a vida após a morte. Além disso, diversos objetos escolhidos com cuidado costumavam ser enterrados junto com o morto, incluindo posses ou itens mais valiosos de acordo com a riqueza e o status da pessoa em vida. 

A descoberta e a investigação da arte funerária egípcia se proveram de valor imensurável para arqueólogos que buscam reconstruir a ordem e a estrutura social da civilização no Egito antigo. Procedimentos como a preservação delicada dos órgãos internos do falecido em vasos canópicos durante o processo de mumificação servem para demonstrar a natureza elaborada e complexa dos sistemas de crenças estabelecidos, assim como o poder a importância da crença em uma pós-vida mantida no decorrer de toda a antiga civilização egípcia.  

ARP, Robert (Editor). 1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar. Tradução Andre Fiker, Ivo Korytowski, Bruno Alexander, Paulo Polzonoff Jr e Pedro Jorgensen. Rio de Janeiro: Sextante, 2014.


Cremação e Espiritismo

Os seres humanos sempre pensaram em devolver à natureza o que da natureza é, pois na Bíblia está escrito que voltaremos ao pó da terra. O mais comum é devolver o cadáver ao solo, enterrando-o. Contudo, há a cremação, a colocação do cadáver nos rios ou nos mares e, também, levando-o ao alto de uma montanha. É como devolvermos o defunto aos quatro elementos dos antigos: terra, fogo, água e ar.

A morte tem relação com o funeral, o enterro e o cemitério. No funeral, procuramos homenagear os mortos, obter favores dos deuses e prover os mortos com atos considerados necessários para a vida no outro mundo. No enterro, procuramos pôr o cadáver em algum tipo de recipiente, geralmente chamado de esquife ou caixão. No cemitério, alojamos o cadáver em alguma sepultura.

A cremação é a ação de queimar, de reduzir a cinzas. Em se tratando do ser humano, destruir, pelo fogo, os seus restos mortais. Isto é feito em fornos especiais, cuja temperatura deve oscilar entre 1.100 a 1370 graus centigrados. Como símbolo, é a destruição do inferior para que advenha o superior, a salvação do e pelo espírito.

Inumação é o mesmo que sepultamento ou enterro. Defendida pela Igreja, atende à combustão lenta. Para que seja higiênica, deve obedecer às normas técnicas, como, por exemplo, terras bem porosas e sem rochas. 

Estudos médicos mostram que a suposta higiene da cremação não tem sentido quando se sabe que os terrenos para inumação podem ser bem tratados. Segundo esses médicos, as doenças não são transmitidas pelos mortos ou mesmo pelo ar, mas pelo ser vivente.

Espírito desencarnado pode sofrer com a cremação dos elementos cadavéricos? Na resposta à pergunta 151, de O Consolador, o Espírito Emmanuel faz-nos entender que a espera por mais tempo é preferível, porque nas primeiras horas, ainda não foram desfeitos todos os laços sutis que prendiam o Espírito ao corpo físico. Fala-se em esperar pelo menos 72 horas.

Para o Léon Denis, em nota de rodapé, a inumação deve ser preferida à cremação, devido ainda à inferioridade dos seres habitantes no planeta Terra, porque a cremação provoca um desprendimento mais rápido, mais brusco e violento, doloroso mesmo para a alma apegada à Terra por seus hábitos, gostos e paixões. (Denis, 1995, p. 135)

DENIS, L. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. 18. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995

XAVIER, F. C. O Consolador, pelo Espírito Emmanuel. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/crema%C3%A7%C3%A3o


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Cremação (c. 3000 a.C.) [Origem desconhecida] 

Prática de desfazer-se de cadáveres humanos por meio do fogo.

"Ele é cremado. O cisne da alma enfim alça voo, e escolhe para que lado irá." (Sir Guru Granth Sahib, Livro sagrado sikh)

A prática da cremação — a incineração de um cadáver — começou por volta de 3000 a.C., provavelmente na Europa e no Oriente Médio. A cremação é bem conhecida como uma característica importante de culturas da Índia, mas sua introdução naquele subcontinente se deu em tempos relativamente recentes, por volta de 1900 a.C. 

Desde 1000 a.C. os gregos antigos queimavam os corpos dos soldados caídos em batalhas em solo estrangeiro para que as suas cinzas pudessem ser repatriadas. Associada desta forma com heróis, a cremação passou a ser considerada o término mais adequado para uma vida bem vivida. Permaneceu como um símbolo de status na Roma antiga até a expansão, a partir do século I, do cristianismo, que ensinava que os mortos se reergueriam no fim dos tempos. Isso persuadiu os convertidos a enterrarem os seus mortos, para que os corpos ainda existissem no Dia do Juízo Final. 

Depois disso a cremação saiu de moda e foi proibida em alguns países. Uma das principais objeções não religiosas consistia na possibilidade de utilizar o  método para disfarçar crimes. A atitude global em relação ao conceito mudou no final do século XIX, em parte devido à publicação, em 1874, de Cremação: O tratamento do corpo após a morte, um livro escrito pelo cirurgião da rainha Vitória, Sir Henry Thompson. No Japão a cremação foi legalizada em 1875; o primeiro crematório dos Estados Unidos foi aberto em 1876; e em 1884 as cortes britânicas declararam que era permissível dispor de cadáveres humanos por meio desse processo. 

Atualmente a cremação está muito bem estabelecida na maior parte dos países: no Japão é praticamente universal; na Grã-Bretanha e na Alemanha mais de 50% dos cadáveres são cremados. Apenas os Estados Unidos são contra a tendência: mais de 90% dos americanos ainda são enterrados.  

ARP, Robert (Editor). 1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar. Tradução Andre Fiker, Ivo Korytowski, Bruno Alexander, Paulo Polzonoff Jr e Pedro Jorgensen. Rio de Janeiro: Sextante, 2014.





29 agosto 2012

Amai-vos e Instruí-vos

Nas palestras espíritas, ouvimos frequentemente a frase: “amai-vos e instruí-vos”. Quem a proferiu? Onde está situada? Qual o seu alcance? Essa frase encontra-se no capítulo VI (“O Cristo Consolador”) de O Evangelho Segundo o Espiritismo e, mais especificamente, nas instruções dos Espíritos, com o subtítulo “Advento do Espírito de Verdade”.

No quinto parágrafo dessas instruções, há os seguintes dizeres: “Espíritas! amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo. Todas as verdades se encontram no Cristianismo; os erros que nele se enraizaram são de origem humana, e eis que, além do túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: Irmãos! nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade" (O Espírito de Verdade, Paris, 1860).

Em se tratando do amor, conceito polissêmico, podemos vê-lo sob o ponto de vista do amor egoísta (tudo nos pertence), do amor racional (em que a razão tem grande predominância) e  do amor doação ou incondicional (aquele ensinado por Jesus). Cabe-nos, ao longo de nossa trajetória de progresso, passarmos do amor egoísta ao amor incondicional, em que daremos tudo sem pedir nada em troca.

Instruir é fornecer ou adquirir conhecimentos. É educar ou treinar alguém numa dada atividade. A instrução pode ser do tipo “bancária”, em que o professor dá importância ao “conteúdo da matéria” e instrução “problematizadora”, em que o professor procura formar cabeças pensantes. Há, também, a instrução evangélica, aquela baseada na pedagogia de Jesus, consubstanciada no ensinamento contido no relato da candeia e do alqueire.

Antes de empreender, necessário se faz definir o objetivo. O objetivo da instrução espírita é divulgar os princípios doutrinários do Espiritismo, para que mais pessoas possam entrar em contato com esses ensinamentos de libertação de consciência. Para tanto, o divulgador deve se debruçar sobre as obras básicas e complementares da Doutrina Espírita. Sem isso, assemelha-se ao falso profeta que Jesus denunciava em seu Evangelho. 

Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, ensina-nos que o amor resume inteiramente a doutrina de Jesus. Diz-nos que "no início o homem não tem senão instintos; mais elevado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado tem sentimentos; e o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu foco ardente todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas". (Kardec, 1984, p. 146)

O verdadeiro discípulo do Evangelho deve instruir amorosamente os seus adeptos na preciosa doutrina que dissipa o erro das revoltas.

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/amai-vos-e-instrui-vos



24 agosto 2012

Situação Inesperada: Teste para o nosso Equilíbrio

Quando menos esperamos, surge uma dificuldade em nossa vida. Perguntamos: como isso pode acontecer comigo? O que eu fiz? É dívida do passado? É prova?  É expiação? Será que Deus se esqueceu de mim? O inesperado ocorre com mais frequência do que o esperado. Se tivéssemos esperado, possivelmente a ocorrência não produziria tanto impacto. O que seria de nossa evolução sem os contratempos? Como exercitaríamos a virtude se não aparecesse o vício? De qualquer maneira, cabe-nos manter o equilíbrio físico e espiritual.

Em meio ao fogo cerrado, convém refletirmos sobre nossa reação. Se simplesmente reagimos a um fato, a um problema, não estamos vivenciando plenamente aquele momento. Em quaisquer situações, devemos manter o domínio do leme. Nesse caso, convém destacar que é preciso agir e não reagir. A reação mostra que somos escravos da opinião alheia. O correto é tomarmos consciência do ocorrido e agir segundo os ensinamentos morais do Evangelho.

Observe a seguinte história: uma dada mulher era tida como exemplar, pois na infância obedeceu aos pais, na escola obedeceu aos mestres, quando se casou, obedeceu ao marido, depois aos filhos. Num dado momento de sua vida, sente uma vontade imensa de se matar, mas ouve um sonoro NÃO de Deus. A partir daí começou a dizer não a tudo o que não fosse essencial ao seu projeto de vida. Essa mudança de atitude causou estranheza aos que estavam acostumados com a sua cega obediência.

Em vista disso, deixemos as pessoas e não guardemos ressentimento de espécie alguma. Ninguém nos deve nada, nem mesmo desculpas. O problema não está no outro, mas em nossa avaliação do ocorrido. Para os indiferentes, tudo é normal, inclusive pisar os seus semelhantes. Contudo, para aquele que já adquiriu conhecimentos superiores, o menor dos males ressoa imediatamente em sua consciência, como uma espécie de remorso

Relanceemos o olhar sobre nós e guardemo-nos de julgar as ações alheias. Reflitamos, também, sobre duas frases de Thomas A. Kempis: “Se Deus fora sempre o único objetivo dos nossos desejos, não nos perturbaria tão facilmente qualquer opinião ao nosso parecer”. “Aquilo que o homem não pode emendar em si mesmo ou nos demais, deve ele tolerar com paciência, até que Deus disponha de outro modo. Considera que talvez seja melhor assim, para provar tua paciência, sem a qual não têm grande valor nossos méritos”.

Evitemos que o ressentimento penetre em nossos pensamentos. Lembremo-nos da frase: “Estar com Deus, mesmo que seja no inferno, é estar no paraíso”.

 

09 julho 2012

Anencefalia

Encéfalo. Do grego enkephalos, que está dentro da cabeça. O conteúdo da caixa craniana, isto é, cérebro, cerebelo, pedúnculo, protuberância e bulbo. Anencefalia. Monstruosidade caracterizada pela ausência total do encéfalo. É quase sempre acompanhada de acrania. AnencefalianoMed. Monstro privado de encéfalo. Os anencefalianos compreendem dois grupos: os anencéfalos aos quais falta o cérebro e a espinhal medula, e os direncéfalos, aos quais falta apenas o cérebro. Entre estas duas formas há outras de transição: os pseudencéfalos e os exencéfalos.

Na segunda quinzena de abril de 2012, o Supremo Tribunal Federal legalizou o aborto do feto anencéfalo. Embora tenha sido aprovado por 8 votos a favor e dois contra, houve um viés, pois o Supremo Tribunal Federal legislou, matéria esta que deveria ser deixada a cargo do Poder Legislativo. Uma vez aprovado, devemos obedecer e respeitar a lei.

Como o aborto do anencéfalo pode ser visto segundo a Doutrina Espírita? Para o Espiritismo, o acaso não existe. Todo nascimento é uma prova para os pais e para os filhos. Prova essa que ajuda no crescimento espiritual de ambos. Interromper a gravidez porque a lei permite será um inconveniente para o progresso desse ser junto a uma família, mesmo que seja por minutos, horas ou dias.

Para mais informações, assista aos vídeos do programa do Centro Espírita Ismael, denominado "Minutos com a Doutrina": 





07 julho 2012

Paixão

Paixão — Do grego pathos, sofrer, suportar. Significa o estado "passivo" do ser humano, contraposto aos fenômenos da atividade. Uma das dez categorias de Aristóteles, designa o fato de sofrer a ação de um agente exterior. As paixões podem ser: a) superiores ou racionais (busca do saber, do verdadeiro); ) inferiores ou sensíveis (comida, bebida, sexo). 

paixão é um fenômeno psicológico complexo, onde a sua caracterização é feita por comparação com a inclinação e o sentimento. A inclinação é primitiva e inata, permanente, mais ou menos vaga e geral; o sentimento é também natural. A paixão é um sentimento, mas que se tornou tirânico, egoísta e centrado num único objeto de desejo, deixando o seu possuidor indiferente a tudo que o rodeia. 

A base da paixão é biológica, mas não podemos reduzi-la a uma mecânica fisiológica, pois entram em cena os aspectos psicológicos (temperamento, vontade e imaginação, incluindo a exploração do inconsciente) e sociais (educação recebida, os exemplos, os costumes e o meio frequentado), que ajudam a desenvolver as predisposições hereditárias. As paixões afetam o homem como um todo (orgânico e psicológico). É no psiquismo, contudo, que a influência é mais larga, pois transforma o apaixonado numa espécie de "possesso", a ponto de dizer: "Viver uma paixão é demais", "É coisa de louco". 

Em se tratando de uma comparação entre emoção e paixão, podemos dizer que a emoção é um estado da mesma natureza que o sentimento, porém de maior complexidade, pois é excitada por um complexo ideológico. A paixão, por seu lado, é a reação às emoções, produzidas por causas externas e internas. Inicialmente passiva, torna-se ativa quando espontaneamente a eles adere e passa a cooperar com eles. 

Por falar em paixão, lembremo-nos da Paixão de Cristo. É a narração desde a agonia de Jesus no Getsêmani até à sepultura. É o evento central da história da Salvação e a consumação dos atos salvíficos de Deus. Em linhas gerais, é a conspiração dos sacerdotes, a traição de Judas, a ceia, o processo diante dos sacerdotes e de Pilatos, a crucificação, a sepultura etc. Em seu relato, o apóstolo Marcos quis salientar a eficácia da morte de Jesus, no sentido de libertar o homem do pecado. 

De acordo com a Doutrina Espírita, a paixão, sendo natural, não é má em si mesma. “A paixão está no excesso provocado pela vontade, pois o princípio foi dado ao homem para o bem e as paixões podem conduzi-lo a grandes coisas. O abuso a que ele se entrega é que causa o mal”. Uma paixão se torna perniciosa justamente no momento em ela deixa de ser governada e passa a nos governar. A paixão está no exagero da emoção ou do sentimento. Ela se apresenta como efeito e não como causa. 

O ser humano poderia, pelos seus próprios esforços, vencer as paixões. Falta-lhe, contudo, a vontade. Para vencer a “cristalização progressiva” e o “desencadeamento fulminante”, nada melhor do que a prática da abnegação.

Fonte de Consulta

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995 (perguntas 907 a 912).

ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA. Lisboa: Verbo, [s. d. p.]

 

01 julho 2012

Coração

Coração. Órgão muscular oco, situado no tórax, e que constitui o elemento motor central da circulação do sangue. Desde tempos remotos, o coração é apresentado como a sede da alma, do sentimento, da coragem, da consciência e da razão. Já no antigo mito mesopotâmico, “o medo da morte se aloja no coração”, e leva Gilgamesh a procurar pela erva da imortalidade. No embalsamento egípcio, todos os órgãos internos eram retirados, menos o coração, que permanecia em seu lugar.

Na antiguidade, o coração era o símbolo da vida mental, da vida afetiva, da vida interior e da personalidade integral do homem. A partir do século VI a.C., na Grécia, em que a filosofia deixou de ser mítica para se tornar racional, também começou a distinguir os campos de ação do intelecto e do sentimento. O coração vai condividir com o cérebro o privilégio de ser o centro principal do ser humano.

Durante a Idade Média, o coração, sem deixar de ser símbolo da coragem, passa a ser, sobretudo, símbolo do Amor. É troca e compenetração dos corações – do amor-sensualidade ao amor-sensibilidade e deste em amor-idealidade. Mas, “para os poetas provençais, o coração é o lugar onde o amor se concentra. É nele que penetra a flecha – o raio luminoso – e é nele que ela se fixa: os sentidos são apenas as portas do coração. Por isso, o amor recíproco só pode existir quando a mesma flecha atravessou os dois corações”.

Se tomarmos verticalmente o ser humano, veremos que há três pontos principais: o cérebro, o coração e o sexo. Mas o central é o coração e, por esta condição, concentra os outros dois. Ele adquire o sentido de eternidade (todo centro é símbolo de eternidade, dado que o tempo é movimento externo da roda das coisas e, no meio, encontra-se o “motor imóvel” segundo Aristóteles).

Na filosofia, na religião e no Espiritismo, há muitas frases sobre o coração. Vejamos algumas extraídas da Doutrina Espírita: A amizade verdadeira não é cega, mas se enxerga defeito nos corações amigos, sabe amá-los e entendê-los mesmo assim. A arte de ouvir é, também, a ciência de ajudar” (Joanna de Ângelis); “A paz legítima emerge do coração feliz e da mente que compreende, age e confia” (Joanna de Ângelis); “Aqueles que amparamos constituem nosso sustentáculo. O coração que socorremos converter-se-á agora ou mais tarde em recurso a nosso favor. Ajudando seremos ajudados. Dando, receberemos: esta é a lei Divina” (do livro: Jesus no Lar).

Todo excesso é prejudicial. Procuremos equilibrar cérebro e coração. Agindo assim, vamos edificando o reino de Deus dentro dos nossos corações e, com isso, acumulando provisões para auxiliar os corações alheios.  







08 junho 2012

Útil, Inútil e Espiritismo

O "útil" caracteriza-se pela intermediação,  vale por tudo aquilo a que se dirige, não  por si mesmo. A criação e a renovação constante são seus atributos. Constroem-se máquinas e equipamentos  com a finalidade de aumentar  produção e produtividade. O produzir por produzir gera angústia, pois não se divisa o "para que" produzir.

O "inútil", em se tratando de um fim em si mesmo, caracteriza-se pela perfeição e pela liberdade. Nesse sentido, a existência lúdica, a estética e a  especulação  intelectual desinteressada tornam-se uma necessidade, porque  distanciam-nos dos aspectos práticos da vida. A contemplação de uma boa  música ou de uma obra de arte pode levar-nos ao êxtase.

O útil relaciona-se ao progresso material; o inútil, ao progresso moral. Como podemos vê-los sob a ótica espírita?  Allan Kardec, ao tratar da Lei do Progresso, diz-nos que os povos  não podem ficar eternamente no estado natural. Afirma-nos, ainda, que conforme as civilizações tornam-se complexas, o homem tem de descobrir novos  meios  de produção, a fim de atender às suas necessidades, que também se ampliam. Portanto, o útil,  em si mesmo, não é fator negativo.

Por outro lado,  esclarece-nos  que  devemos dosar progresso técnico e progresso moral. É difícil os dois caminharem juntos. O progresso material vem à frente, para  desenvolver a inteligência.  Esta, depois, terá condições de escolher  entre  o bem e o mal. Optando pelo bem, sabe-se o que se produz e para que finalidade. O produzir por produzir deixa de existir.

A  Mente, refletida pelos postulados  espíritas, cria condições de conduzir nossas ações para o meio-termo. Possuamos a máquina, mas não nos deixemos possuir por ela.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/%C3%BAtil-e-in%C3%BAtil



23 maio 2012

Crianças-Prodígio

Criança é o ser humano na infância, pessoa jovem. Diz-se, também, das pessoas adultas que agem como se fossem crianças. Para casos fora do normal, existem terminologias como “criança autista” (criança extremamente retraída), “criança problema” (criança cujo comportamento se afasta dos padrões normais aceitáveis) e “criança-prodígio” (criança que apresenta quociente de inteligência elevado).

Alguns autores preferem o termo criança bem-dotada em vez de criança-prodígio, havendo também as discriminações criança-excepcionalmente superior (para diferenciar da excepcional retardada) e criança precoce.

Léon Denis, no item 15 da 2.ª parte (“As vidas sucessivas. As crianças-prodígio e a hereditariedade”) do livro O Problema do ser, do Destino e da Dor, cita-nos alguns exemplos de crianças-prodígio. Entre eles, estão: 1) William Hamilton estudava o hebraico aos 3 anos, e aos 7 possuía conhecimentos mais extensos do que a maior parte dos candidatos ao magistério; 2) Willy Ferreros, com 4 anos e meio dirigia com maestria a orquestra do “Folies-Bergêre”, de Paris e depois a do Cassino de Lyon.

Léon Denis explica esses fenômenos: “O trabalho anterior que cada Espírito efetua pode ser facilmente calculado, medido pela rapidez com que ele executa de novo um trabalho semelhante, sobre um mesmo assunto, ou também pela prontidão com que assimila os elementos de uma ciência qualquer. Deste ponto de vista, é de tal modo considerável a diferença entre os indivíduos, que seria incompreensível sem a noção das existências anteriores.”

Qual é a origem das faculdades extraordinárias dos indivíduos que, sem estudo prévio, parecem ter a intuição de certos conhecimentos como as línguas, o cálculo etc.? (Pergunta 219 de O Livro dos Espíritos). Resposta: “Lembrança do passado; progresso anterior da alma, mas do que ela mesma não tem consciência. De onde queres que elas venham? Os corpos mudam, mas o Espírito não muda, embora troque de vestimenta”.

Deste pequeno estudo, verificamos que o elemento básico para a compreensão do tema “criança-prodígio” é a REENCARNAÇÃO. Raciocinando com este princípio, conseguimos refutar as teses da hereditariedade, entre outras. 




11 maio 2012

Parábola dos Lavradores Maus

«Depois começou Jesus a falar-lhes por parábolas. Um homem plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou ali um lagar, edificou uma torre e arrendou-a a uns lavradores, e partiu para outro país. No tempo da colheita enviou um servo aos lavradores, para receber deles do fruto da vinha; mas eles, agarrando-o, o açoitaram e mandaram embora sem coisa alguma. Tornou a enviar-lhes outro servo; e a este o feriram na cabeça, e o carregaram de afrontas. Enviou ainda outro, e a este mataram; e enviou muitos outros, a alguns dos quais açoitaram e a outros mataram. Restava-lhe ainda um, o seu filho amado; a este enviou por último, dizendo: Terão respeito a meu filho. Mas aqueles lavradores disseram entre si: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, e a herança será nossa. Agarrando-o, mataram-no e lançaram-no fora da vinha. Que fará o senhor da vinha? Virá e exterminará os lavradores e entregará a sua vinha a outros”. (Mateus 21, 33-42; Marcos 12, 1-9; Lucas 20, 9-16)

É a história de um fazendeiro que planta uma vinha e deixa-a a cargo de seus lavradores, que falham em seu dever.

No enredo, o proprietário preocupou-se com os mínimos detalhes para que a produção não se perdesse: sebe, lagar e torre. Em termos religiosos, são as instruções da boa nova, claras e cristalinas, que não foram absorvidas.

Os lavradores maus são os fariseus e os sumo-sacerdotes, que falharam na sua missão de expandir os ensinamentos de Jesus. Foi contada para as pessoas presentes no Templo de Jerusalém durante a última semana antes da morte de Jesus.

Os servos enviados pelo senhor são o profetas do Antigo Testamento e os apóstolos que continuaram suas tarefas. No Velho Testamento, Elias, Eliseu, Daniel e Moisés sofreram duras provações. No Novo Testamento, João Batista foi degolado; Estêvão, lapidado; Paulo, Pedro e Tiago, martirizados. Esses sofrimentos e mortes foram impostos pelas mãos dos “Maus Lavradores”.

Jesus Cristo é o filho do proprietário. Acabou sofrendo martírio na cruz. E, de acordo com as previsões da Parábola, os tais sacerdotes se apossaram da herança com a qual se locupletam fartamente, deixando a Seara abandonada e a Vinha sem frutos para o Proprietário.

A parábola termina com uma frase profética: “Que fará o senhor da vinha? Virá e exterminará os lavradores e entregará a sua vinha a outros”. O que se pode entender? Quando uma verdade nos é revelada, mas não a divulgamos, e havendo necessidade de sua propagação, os Espíritos benfeitores da humanidade procuram outras pessoas para fazê-lo. Exemplo: com a destruição da Palestina, os judeus tiveram que se dispersar pelo mundo. O Reino de Deus, pelas obras dos apóstolos, passou a outros povos.

Explicação de alguns termos:

Vinha - Nas religiões que cercavam a antiga Israel, a videira passava por ser uma árvore sagrada, até mesmo divina, e seu produto o vinho, como bebida dos deuses.

Sebe - Vedação feita de ramos ou varas entrelaçadas.

Lagar - Local com todos os petrechos para a fabricação de vinho.

Torre - Grande edifício com proteção contra os ataques inimigos.

Frutos - Fé e obras caridosas que se esperavam do povo judeu.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/par%C3%A1bola-dos-lavradores-maus



09 maio 2012

Adoção e Espiritismo

Adoção. Do latim adoptio, do verbo adoptare, escolher, adotar. Dir. Ato jurídico que cria entre duas pessoas vínculo de parentesco civil semelhante ao da paternidade e filiação legítimas. É o ato de tomar o filho do outro como sendo seu. Em se tratando do Código Civil, os artigos 134 e 375 lembram-nos de que só os maiores de trinta anos podem adotar e o adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho que o adotado. Diz-nos, também, que ninguém pode adotar, sendo casado, senão decorridos cinco anos após o casamento.

responsabilidade moral do casal que adota um filho obriga seus cônjuges a dispensar amor, educação e cuidados aos filhos adotivos, como se eles fossem nascidos daqueles que o adotaram.

Os dois lados da mesma moeda. Pais entregam seus filhos para serem adotados por não poderem sustentá-los adequadamente; outros não são casados e preferem não criar o filho. Casais adotam filhos por causa da impossibilidade de ter filhos. No Brasil, um casal sem filhos há mais de cinco anos pode adotar uma criança. Em alguns lugares existem leis que proíbem que a identidade dos pais verdadeiros seja revelada, e vice-versa.

Para a psicóloga Márcia Fuga, a impossibilidade de ter filhos biológicos gera, no casal, o desejo de adotar uma criança, pois o filho traz a sensação de valorização, a oportunidade de produzir coisas boas, de poder trocar afeto. Quando o casal aventa a possibilidade de adotar uma criança, aí começa a gestação emocional, que é toda a preparação psicológica para trazer ao lar um ser de outro casal.

Em se tratando do Espiritismo, o Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, diz-nos que o corpo procede do corpo, mas o Espírito, não. Eis aí uma forte razão para se adotar uma criança. O Espiritismo ensina-nos, também, que todos somos filhos de um mesmo Pai. Não somos donos nem do nosso próprio corpo. Por isso, o espírita que se propõe a adotar uma criança deverá dar-lhe a mesma educação e os mesmos cuidados que dispensaria ao seu filho natural.

Ao se adotar uma criança, vem à mente se não é dívida do passado. Isso pode ocorrer, porque o acaso não existe: pais abandonam seus filhos; maltratam-se reciprocamente; provocam aborto... Tudo isso fica registrado na contabilidade divina, e que deverá ser ressarcido. O que não podemos admitir é que toda adoção é dívida do passado. Podemos também fazê-lo por um gesto de amor incondicional, para o engrandecimento de nossa alma.

Tendo condições morais e financeiras, adotemos uma criança, dando-lhe educação adequada, procurando desviá-la da porta larga das drogas e do crime.  



13 abril 2012

Santíssima Trindade

Santíssimo vem de santo. Santo significa essencialmente puro, perfeito. Santíssimo é o superlativo de santo, ou seja, extremamente santo.  Trindade é a união de três pessoas distintas num só Deus. As três pessoas do dogma cristão: Pai, Filho e Espírito Santo. Figuradamente, quaisquer grupos de três elementos.

Tríade e Trindade, embora representem um grupo de três elementos, não significam a mesma coisa. A palavra “tríade” aparece em diversas religiões, demonstrando o aspecto trinitário da divindade. A diferença fundamental com relação ao termo “Trindade” é que este último, baseado na revelação, dá-nos a entender a existência três pessoas distintas num único Deus. A teologia, por seu turno, faz esforços hercúleos para compreender a Trindade. Para tanto, usa conceitos como hipóstase, pessoa, essência, processão e relação

Vejamos um exemplo de Tríade. Os Druidas, sacerdotes celtas na Europa pré-romana, desenvolveram um sistema religioso baseado exclusivamente nas Tríades.  Em linhas gerais, usavam os termos Annoufn (círculo da necessidade), Abred (círculo do desenvolvimento) e Gwynfyd (desfrute da plenitude). Objetivo: passar do abismo Annoufn para as alturas sublimes do Gwynfyd. 

Teófilo de Antiloquia, no fim do século II e Tertuliano, no princípio do século III, já empregavam o Deus único em três pessoas. O mistério surge quando a Igreja propõe a presença, no seio de Deus único, de três pessoas distintas, mas iguais e substanciais. É a partir daí que começam a surgir contradições entre fé e razão, pois a razão poderia levar à negação do mistério.

As hipóteses que surgiram foram: 1) serem três pessoas distintas; 2) do monarquismo, em que Deus está no topo; do subordacionismo, em que Deus é mais importante do que o Filho e este mais do que o Espírito Santo. A Igreja, para evitar esses tipos de contradições, cedeu à definição solene da fé, em que a Santíssima Trindade pode ser definida assim: “mistério de três pessoas realmente distintas em uma só e a mesma substância, natureza ou essência; ou mais brevemente: mistério de um só Deus em três pessoas”.

Para o Espírito Emmanuel, o dogma da Trindade é uma adaptação da Trimûrti da antiguidade oriental, que reunia nas doutrinas do bramanismo os três deuses – Brama, Vishnu e Siva. Para José Herculano Pires, o dogma Trindade é proveniente dos mitos da Trindade antiga como, por exemplo, o mito egípcio (Osíris, Isis e Horus). Com base nesses mitos, a Igreja pode incluir Cristo como a segunda Pessoa da divindade.

A Doutrina Espírita postula a individualidade de cada Espírito, quer esteja encarnado, quer desencarnado. Nesse caso, é impossível que um mesmo Espírito se divida em três. Além do mais, para o Espiritismo, Deus não é pessoa, mas a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. 


23 março 2012

Esperança e Religião

esperança consiste no desejo de um bem futuro. Quando o bem futuro é o Reino de Deus, ela transforma-se numa virtude religiosa. A esperança é essencial para a vida do homem. Isto porque a vida humana não se restringe a um dia, mas a um processo, longo e duradouro. A esperança pressupõe o encontro com o outro. Dentre as esperanças, há a grande esperança, que é o encontro com Deus, abrangendo toda a nossa vida. 

Nós, seres humanos, precisamos sonhar, imaginar o futuro, mesmo sabendo que muitos desses sonhos não se realizarão. O marxismo critica o cristianismo; acha que este é o ópio do povo, porque os seus adeptos transferem o gozo presente pelo gozo futuro, quando estarão no Reino do Céu.  Mesmo recebendo muitas críticas, o cristão verdadeiro continua a ter esperança, pois sonhar é viver.  

Esperança não é segurança. Desalentado, o homem procura substituir a esperança pela segurança: prova disso são o auxílio-doença, o seguro-desemprego e a aposentadoria. Esses auxílios nos fornecem uma garantia financeira, mas não criam a esperança. A esperança é liberdade, é a espontânea aceitação do futuro, com seus riscos, dissabores e, também, alegrias. 

Todo o Antigo Testamento constitui uma história da esperança, pois Israel sempre esperou o Deus que lhe desse a salvação universal, que é o reino de Deus. Abraão já abençoava os futuros povos. Os profetas pregavam contra as falsas esperanças: a força, o dinheiro, a riqueza e o poder. Deus viria testemunhar a justiça, trazer-nos a esperança e elucidar-nos sobre a transformação interior.

A mensagem de Cristo também se concentra na esperança, tendo por base a pregação do Reino de Deus. Ainda: “Jesus, na condição de mestre divino, sabe que os aprendizes nem sempre poderão acertar inteiramente, que os erros são próprios da escola evolutiva e, por isto mesmo, a esperança é um dos cânticos sublimes do seu Evangelho de Amor” (1).

Fonte de Consulta

IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo: Paulinas, 1983

(1) XAVIER, F. C. Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1971. (cap. 75)

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ChatGPT (15/05/2023)

Esperança e religião estão frequentemente relacionadas, pois a religião muitas vezes oferece uma fonte de esperança para as pessoas. A esperança pode ser definida como a crença otimista de que algo desejado acontecerá ou que as coisas melhorarão. A religião, por sua vez, pode fornecer esperança de várias maneiras:

Significado e propósito: A religião muitas vezes oferece respostas e significado para perguntas fundamentais sobre a vida, como a origem, o propósito e o destino do ser humano. Acreditar em uma ordem divina ou em um plano maior pode dar esperança de que existe um propósito para as experiências e desafios da vida.

Vida após a morte: Muitas religiões ensinam a existência de uma vida após a morte ou de uma realidade espiritual além do mundo material. Essa crença pode proporcionar esperança de que a morte não é o fim absoluto e de que há uma continuidade da existência após a morte.

Providência divina: A crença em uma divindade benevolente pode oferecer esperança de que há um ser superior que cuida e se preocupa com as pessoas. Acreditar que um poder superior está envolvido nas circunstâncias da vida e que pode intervir para trazer ajuda e conforto pode trazer esperança em momentos difíceis.

Orientação moral e valores: As religiões geralmente fornecem um conjunto de princípios éticos e morais que orientam o comportamento humano. Esses valores podem oferecer esperança de que, ao seguir um caminho virtuoso e agir de acordo com as normas religiosas, as pessoas possam alcançar a paz, a felicidade e uma vida significativa.

Comunidade e apoio: A participação em uma comunidade religiosa pode oferecer um senso de pertencimento, apoio social e cuidado mútuo. Esse senso de comunidade e conexão pode trazer esperança de que as pessoas não estão sozinhas em suas lutas e dificuldades, e que há uma rede de suporte disponível para ajudar.

É importante ressaltar que a relação entre esperança e religião é complexa e pode variar de pessoa para pessoa. Nem todas as pessoas têm uma fé religiosa ou encontram esperança por meio da religião. A esperança também pode ser encontrada em outras fontes, como relacionamentos, conquistas pessoais, objetivos futuros, entre outros. A experiência de esperança é individual e pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo a espiritualidade e a fé religiosa.