10 novembro 2019

Revisão do Cristianismo (Livro)

Revisão do Cristianismo, de José Herculano Pires, foi publicado em 1980, pela Paideia, e trata dos seguintes assuntos: "A Descoberta do Cristo", "A Mitologia Cristã", "A Herança Mágica", "A Revelação", "O Culto Cristão", "O Olimpo Cristão", "Cristo e o Mundo", "A Desfiguração do Cristo", "Os Mandatários de Jesus", "A Existência de Jesus", "A Razão do Mito", "O Mito da Razão" e "Matéria, Mito e Antimatéria".

Tônica do livro: distinguir o mito da realidade.

Por que fazer uma revisão do Cristianismo? Para aclarar o maior número de mentes acerca dos erros e das superstições mitológicas ocorridos ao longo do tempo. Jesus combateu a magia e os mitos, mas o Cristianismo se organizou na sistemática mitológica e acabou transformando o próprio Mestre em mito. Há necessidade de um ato de coragem para revisar o cristianismo à luz da lógica e crítica histórica. Os efeitos, contudo, seriam admiráveis.

Renan, através das pesquisas históricas, e Kardec, através das comunicações mediúnicas, chegaram às conclusões de que os ensinos morais do mestre são os de real valor. A revelação, por exemplo, tem no Espiritismo um caráter humano e divino.

Herculano Pires enfatiza, neste compêndio, a influência grega na edificação do Cristianismo: 1) Jesus recebera um nome grego que ele jamais tivera, e que passaria a designar o futuro de sua doutrina; 2) a assimilação das doutrinas de Platão, por Santo Agostinho, e de Aristóteles, por São Tomás de Aquino, completariam o quadro dessa influência.

Como todo o livro está centrado na questão do mito, explica-nos que a inclusão de Cristo como a segundo pessoa de Deus na Mitologia Cristã, advém de outros mitos, principalmente do mito da trindade egípcia, formada por Osíris, Ísis e Hórus.

No capítulo II, "A Mitologia Cristã", tece comentários sobre o Espírito da Verdade (João 16, 12 e 13), cujo texto trata da promessa de Cristo sobre a vinda de um Espírito que nos guiará por toda a verdade. Herculano diz: "O Espírito da Verdade não é uma entidade definida, uma criatura humana ou espiritual, mas simplesmente a essência do ensino de Jesus, que se restabeleceria através dos homens que mais rapidamente se aproximassem da sua verdadeira compreensão".

Detalhemos um pouco mais a questão do mito e da razão:

A adoração do religioso funda-se em algum tipo de racionalidade; a adoração mágica altera os textos sagrados para atender às conveniências sectaristas. Exemplo: cobrança de indulgências. 
 

O Olimpo Cristão é uma cópia do Olimpo Grego, em que aqueles deuses são substituídos pelos deuses de batina, onde se encontram diversos absurdos: criação da Santíssima Trindade, infalibilidade papal, arrogância clerical em relação à ciência.

A imaginação humana, aliada às paixões, criaram, talvez pela influência de Espíritos inferiores (falta de vigilância), teorias e práticas ridicularizantes para desfigurarem a imagem real do Cristo e imposição da mitologia.

Renan, corajoso em suas pesquisas, reconhece a existência histórica de Jesus, mas não aceita a divindade dada pelos teólogos. Kardec, por outro lado, contesta o nascimento virginal de Jesus, afirmando que Jesus era um homem como outro qualquer, com a missão de regenerar a população.




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