“O conhecimento pode pouquíssimo, comparado com o muito que o amor pode sempre.”
O livro No Mundo Maior, ditado pelo Espírito André Luiz, pela psicografia
de Francisco Cândido Xavier é o V da coleção André Luiz. Tem seu copyright datado de 1947, pela Federação
Espírita Brasileira (Casa-Mater do
Espiritismo). Consta de uma apresentação do Espírito Emmanuel e mais 20
capítulos, entre os quais, “A Casa Mental”, “Estudando o Cérebro”, “Mediunidade”,
“Psicose Afetiva”.
A missão do Espírito André Luiz, neste
livro, é revelar os tesouros de que somos herdeiros felizes na Eternidade,
riquezas imperecíveis, em cuja posse jamais entraremos sem a indispensável
aquisição de Sabedoria e de Amor. Retrata o trabalho do instrutor Calderaro, no
auxílio prestado a várias pessoas, tendo como seu aluno o Espírito André Luiz.
Escolhemos alguns tópicos para
reflexão:
O instrutor Calderaro, no capítulo 1 — “Entre
dois Planos”, esclarece-nos que em razão de o edifício da sociedade humana estar carcomida pelos
apelos ao materialismo, "nossa comunidade de trabalho se dedica, essencialmente,
à manutenção do equilíbrio", pois ninguém impõe a modificação mental das
criaturas: é fruto de tempo, de esforço, de evolução.
Eusébio, no capítulo 2 — “A
Preleção de Eusébio”, faz interessante advertência: A humanidade já consegue
vencer a febre amarela, a varíola... "Existe, porém, uma nova ameaça: o profundo
desequilíbrio, as moléstias da alma'. Ordena-nos, assim, enfrentarmos os
osbstáculos, utilizando a vontade e a perseverança. “Somente os servos que
trabalham gravam no tempo os marcos da evolução”.
No capítulo 3 — “A Casa
Mental”, há uma explicação sobre o cérebro como um castelo de três andares: "no
primeiro situamos a residência de nossos impulsos automáticos, simbolizando o
sumário vivo dos serviços realizados; no segundo localizamos o domicílio das
conquistas atuais, onde se erguem e se consolidam as qualidades nobres que
estamos edificando; no terceiro, temos a casa das noções superiores, indicando
as eminências que nos cumpre atingir. Num deles moram o hábito e o automatismo;
no outro residem o esforço e a vontade; e no último demoram o ideal e a meta
superior a ser alcançada. Distribuímos, deste modo, nos três andares, o
subconsciente, o consciente e o superconsciente. Como vemos, possuímos, em nós
mesmos, o passado, o presente e o futuro".
No capítulo 4 — “Estudando
o Cérebro”, há o seguinte: "a mente criminosa, assediada pela presença
invariável da vítima, a perturbar-lhe a memória, passou a fixar-se na região
intermediária do cérebro, porque a dor do remorso não lhe permitia fácil acesso
à esfera superior do organismo perispirítico, onde os princípios mais nobres do
ser erguem o santuário de manifestações da Consciência Divina".
No capítulo 7 — “Processo
Redentor”, extraímos lições sobre o paralitico de nascença. "Há quase dois
séculos, decretou a morte de muitos compatriotas numa insurreição civil.
Valeu-se da desordem político-administrativa para vingar-se de desafetos
pessoais, semeando ódio e ruínas. Viveu nas regiões inferiores, apartado da
carne, inomináveis suplícios. Inúmeras vítimas já lhe perdoaram os crimes;
muitas, contudo, seguiram-no, obstinadas, anos afora..."
No capítulo 9 — “Mediunidade”,
Calderaro afirma que, mesmo havendo problemas com o animismo, este deve ser
incentivado, pois daí surge a mediunidade genuína. "Moisés desempenhou sua
tarefa, compelido pelas expressões fenomênicas que o cercavam. Com Jesus, o
aspecto da mediunidade é diferente. Mantém-se o Mestre em permanente contato
com o Pai, através da própria consciência".
...
Neste livro, vimos o empenho dos benfeitores do espaço em
ajudar a criatura humana, independentemente de seu credo religioso. O que
importa, para eles, é a salvação da alma, a condução desta ao bom caminho. Há até reuniões em que são convidadas pessoas que frequentam a Igreja católica, os templos do protestantismo, entre outras.
Muitos casos são tratados durante o sono dos encarnados. Quando alguém não
está atendendo às inspirações deles, durante a vigília, aproveitam o período de sono destas para acertar algumas arestas. Por exemplo, uma pessoa está prestes a cometer o suicídio. Eles fazem de tudo para impedir, mas não interferem no livre-arbítrio desta.
Após a leitura deste e de outros livros de André Luiz, parece-nos que devemos olhar com mais cuidado ao
trabalho desempenhado por aqueles que estão desencarnados. O "morrer para
descansar" não tem lógica. A vida, tanto material, quanto espiritual, é de
trabalho ininterrupto para o progresso da alma.
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