08 junho 2022

No Mundo Maior (Livro)

“O conhecimento pode pouquíssimo, comparado com o muito que o amor pode sempre.”

O livro No Mundo Maior, ditado pelo Espírito André Luiz, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier é o V da coleção André Luiz. Tem seu copyright datado de 1947, pela Federação Espírita Brasileira (Casa-Mater do Espiritismo). Consta de uma apresentação do Espírito Emmanuel e mais 20 capítulos, entre os quais, “A Casa Mental”, “Estudando o Cérebro”, “Mediunidade”, “Psicose Afetiva”.

A missão do Espírito André Luiz, neste livro, é revelar os tesouros de que somos herdeiros felizes na Eternidade, riquezas imperecíveis, em cuja posse jamais entraremos sem a indispensável aquisição de Sabedoria e de Amor. Retrata o trabalho do instrutor Calderaro, no auxílio prestado a várias pessoas, tendo como seu aluno o Espírito André Luiz.

Escolhemos alguns tópicos para reflexão:

O instrutor Calderaro, no capítulo 1 — “Entre dois Planos”, esclarece-nos que em razão de o edifício da sociedade humana estar carcomida pelos apelos ao materialismo, "nossa comunidade de trabalho se dedica, essencialmente, à manutenção do equilíbrio", pois ninguém impõe a modificação mental das criaturas: é fruto de tempo, de esforço, de evolução.

Eusébio, no capítulo 2 — “A Preleção de Eusébio”, faz interessante advertência: A humanidade já consegue vencer a febre amarela, a varíola... "Existe, porém, uma nova ameaça: o profundo desequilíbrio, as moléstias da alma'. Ordena-nos, assim, enfrentarmos os osbstáculos, utilizando a vontade e a perseverança. “Somente os servos que trabalham gravam no tempo os marcos da evolução”. 

No capítulo 3 — “A Casa Mental”, há uma explicação sobre o cérebro como um castelo de três andares: "no primeiro situamos a residência de nossos impulsos automáticos, simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados; no segundo localizamos o domicílio das conquistas atuais, onde se erguem e se consolidam as qualidades nobres que estamos edificando; no terceiro, temos a casa das noções superiores, indicando as eminências que nos cumpre atingir. Num deles moram o hábito e o automatismo; no outro residem o esforço e a vontade; e no último demoram o ideal e a meta superior a ser alcançada. Distribuímos, deste modo, nos três andares, o subconsciente, o consciente e o superconsciente. Como vemos, possuímos, em nós mesmos, o passado, o presente e o futuro".

No capítulo 4 — “Estudando o Cérebro”, há o seguinte: "a mente criminosa, assediada pela presença invariável da vítima, a perturbar-lhe a memória, passou a fixar-se na região intermediária do cérebro, porque a dor do remorso não lhe permitia fácil acesso à esfera superior do organismo perispirítico, onde os princípios mais nobres do ser erguem o santuário de manifestações da Consciência Divina".

No capítulo 7 — “Processo Redentor”, extraímos lições sobre o paralitico de nascença. "Há quase dois séculos, decretou a morte de muitos compatriotas numa insurreição civil. Valeu-se da desordem político-administrativa para vingar-se de desafetos pessoais, semeando ódio e ruínas. Viveu nas regiões inferiores, apartado da carne, inomináveis suplícios. Inúmeras vítimas já lhe perdoaram os crimes; muitas, contudo, seguiram-no, obstinadas, anos afora..."

No capítulo 9 — “Mediunidade”, Calderaro afirma que, mesmo havendo problemas com o animismo, este deve ser incentivado, pois daí surge a mediunidade genuína. "Moisés desempenhou sua tarefa, compelido pelas expressões fenomênicas que o cercavam. Com Jesus, o aspecto da mediunidade é diferente. Mantém-se o Mestre em permanente contato com o Pai, através da própria consciência".

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Neste livro, vimos o empenho dos benfeitores do espaço em ajudar a criatura humana, independentemente de seu credo religioso. O que importa, para eles, é a salvação da alma, a condução desta ao bom caminho. Há até reuniões em que são convidadas pessoas que frequentam a Igreja católica, os templos do protestantismo, entre outras. 

Muitos casos são tratados durante o sono dos encarnados. Quando alguém não está atendendo às inspirações deles, durante a vigília, aproveitam o período de sono destas para acertar algumas arestas. Por exemplo, uma pessoa está prestes a cometer o suicídio. Eles fazem de tudo para impedir, mas não interferem no livre-arbítrio desta.

Após a leitura deste e de outros livros de André Luiz, parece-nos que devemos olhar com mais cuidado ao trabalho desempenhado por aqueles que estão desencarnados. O "morrer para descansar" não tem lógica. A vida, tanto material, quanto espiritual, é de trabalho ininterrupto para o progresso da alma. 



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