“Perigos das Religiões Primitivas” é o
título do capítulo 11, do livro Ciência
Espírita e suas Implicações Terapêuticas, do Prof. José Herculano Pires, e
trata da mentalidade pré-lógica dos povos primitivos.
Começa esse capítulo, afirmando que as
práticas do Sincretismo Religioso Afro-Brasileiro correspondem à mentalidade
primitiva dos povos selvagens. Para tanto, apoia-se em Durkheim, lembrando que
esse pensador denominou-a de pré-lógica, anterior ao desenvolvimento da razão
propriamente lógica. Assim, essa mentalidade mítica, idólatra, nascida da
experiência empírica não controlada pelos processos racionais, é determinada
por impressões de uma realidade fantástica.
Há uma distância muito grande entre o
mundo da fantasia e o nosso mundo. Subentende-se, por comparação, a distância
entre a selva e a civilização, entre a imaginação e a realidade. “O Sincretismo
superpõe esses mundos contraditórios, misturando à força mundividências discrepantes
e gerando desequilíbrios perigosos no comportamento do homem civilizado”.
A convivência dessas duas mundivivências
perturba o desenvolvimento da Civilização e deforma o comportamento do homem racional.
Observe o suicídio coletivo, por exemplo, ocorrido em algumas partes do mundo
em que o comportamento racional foi esmagado.
O Espiritismo, que surgiu em meados do
século passado, pode perfeitamente socorrer esses tipos de comportamentos pela
afirmação da Razão sobre os resíduos mágicos do irracionalismo religioso
dogmático.
O perigo desses credos, com os tóxicos
do misticismo selvagem, reside na tentativa de deformar a pureza da Doutrina
Espírita. Nesse caso, o papel do espírita convicto é fornecer o esclarecimento
doutrinário, afastando dos terreiros de macumba os que julgam encontrar ali
formas mais eficazes, porque mais fortes, de manifestações mediúnicas.
Rejeitemos o dogmatismo bárbaro e mantenhamos
a integridade da Doutrina Espírita. Libertemo-nos do visco da matéria para que possamos
nos erguer rumo à transcendência, virilizando o Espírito. Por fim, busquemos em
Deus a força da graça que o mesmo concede aos homens de boa-vontade.
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