02 junho 2022

Perigos das Religiões Primitivas

“Perigos das Religiões Primitivas” é o título do capítulo 11, do livro Ciência Espírita e suas Implicações Terapêuticas, do Prof. José Herculano Pires, e trata da mentalidade pré-lógica dos povos primitivos.  

Começa esse capítulo, afirmando que as práticas do Sincretismo Religioso Afro-Brasileiro correspondem à mentalidade primitiva dos povos selvagens. Para tanto, apoia-se em Durkheim, lembrando que esse pensador denominou-a de pré-lógica, anterior ao desenvolvimento da razão propriamente lógica. Assim, essa mentalidade mítica, idólatra, nascida da experiência empírica não controlada pelos processos racionais, é determinada por impressões de uma realidade fantástica.

Há uma distância muito grande entre o mundo da fantasia e o nosso mundo. Subentende-se, por comparação, a distância entre a selva e a civilização, entre a imaginação e a realidade. “O Sincretismo superpõe esses mundos contraditórios, misturando à força mundividências discrepantes e gerando desequilíbrios perigosos no comportamento do homem civilizado”.

A convivência dessas duas mundivivências perturba o desenvolvimento da Civilização e deforma o comportamento do homem racional. Observe o suicídio coletivo, por exemplo, ocorrido em algumas partes do mundo em que o comportamento racional foi esmagado.

O Espiritismo, que surgiu em meados do século passado, pode perfeitamente socorrer esses tipos de comportamentos pela afirmação da Razão sobre os resíduos mágicos do irracionalismo religioso dogmático.

O perigo desses credos, com os tóxicos do misticismo selvagem, reside na tentativa de deformar a pureza da Doutrina Espírita. Nesse caso, o papel do espírita convicto é fornecer o esclarecimento doutrinário, afastando dos terreiros de macumba os que julgam encontrar ali formas mais eficazes, porque mais fortes, de manifestações mediúnicas.

Rejeitemos o dogmatismo bárbaro e mantenhamos a integridade da Doutrina Espírita. Libertemo-nos do visco da matéria para que possamos nos erguer rumo à transcendência, virilizando o Espírito. Por fim, busquemos em Deus a força da graça que o mesmo concede aos homens de boa-vontade.



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