Baseado num texto céltico, que não se sabe a autoria, cuja aparição causou uma certa emoção no mundo sábio.
Na leitura
do tema “O Espiritismo entre os Druidas”, contido na edição de abril de 1858, da
Revista Espírita, de Allan Kardec, anotamos os seguintes tópicos:
Ponto de partida. Há, em
toda parte traços da Doutrina Espírita, ou seja, da universalidade da doutrina
que os Espíritos nos ensinam. Coube à época de Kardec coordenar esses fragmentos
esparsos entre todos os povos, para chegar à unidade de princípios.
Desfiguração da doutrina dos druidas. A ignorância
e os preconceitos contribuíram para essa desfiguração. Acabamos conhecendo a
doutrina druida somente pelos seus aspectos exteriores, tais como, sacrifícios
sangrentos e culto sagrado ao carvalho. Contudo, elevava-se, sob certos
aspectos, até as mais sublimes verdades; mas essas verdades eram apenas para os
seus iniciados.
Mesmo convertido ao cristianismo, o druidismo não se extinguiu por completo. Os druidas tiveram uma sociedade solidamente
constituída, voltada principalmente, em aparência, ao culto da poesia nacional,
mas que, sob o manto poético, conservou com fidelidade notável a herança intelectual
da antiga Gaule.
As tríades. Os desenvolvimentos
contidos nas tríades estariam fora do cristianismo. Sabe-se que os druidas
tinham uma predileção particular pelo número três, e o empregavam
especialmente, assim como no-lo mostram a maioria dos monumentos gauleses.
Distribuição da tríades. As onze
primeiras estão consagradas à exposição dos atributos característicos da
Divindade. Em seguida aos princípios gerais, relativos à natureza de Deus, o
texto passa a expor a constituição do Universo.
Resumo da
teologia druida. As almas nascem no fundo do Universo, no abismo (annoufn); daí, essas almas passam no círculo de
migrações (abred), onde seu destino se determina através de uma
série de existências, conforme o uso bom ou mau que fizerem da sua liberdade;
enfim, elas se elevam ao círculo supremo (gwynfyd), onde as migrações cessam.
Traço característico dessa teologia. Consiste
na ausência de um círculo particular, tal qual o Tártaro da antiguidade pagã,
destinado à punição sem fim das almas criminosas.
Pontos de
contato com o espiritismo. No espiritismo, temos a escala espírita,
com suas ordens e classes. Há grande semelhança com os círculos Cegant,
Gwynfyd e Abred da
escala druida.
Lembrete: o druidismo admite o possível retorno às camadas inferiores, enquanto o Espírito, conforme o Espiritismo, pode permanecer estacionário, mas não pode degenerar.
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