Caráter pode
ser entendido como os traços marcantes da personalidade. São os traços que
identificam uma determinada pessoa. No sentido da Doutrina Espírita, a palavra
caráter refere-se à autenticidade dos ensinos transmitidos
pelos benfeitores espirituais. Revelar – Do latim revelare significa,
literalmente, tirar o véu. Figuradamente, fazer conhecido o que era
ignorado ou esquecido. Neste caso, qualquer um de nós pode ser um revelador
para o seu próximo; basta transmitir-lhe algo que desconhecia. No sentido
teológico, é o ato pelo qual Deus manifesta aos homens o Seu desígnio de
salvação e Se lhes dá a conhecer.
A revelação pode ser humana e divina.
É humana quando é feita pelo homem. É divina quando é feita por Deus. A
revelação divina, por sua vez, pode ser natural e sobrenatural. É natural quando o ser humano, pela sua condição de ser
pensante, consegue captar os desígnios de Deus. É sobrenatural quando
o teor da mensagem extrapola o nível de conhecimento do ser humano.
No Velho Testamento, não há um termo específico
para designar a revelação. Há, sim, intermediários da revelação, que são:
Moisés, os profetas, os salmistas e os sábios. No Novo Testamento, os termos
para indicar a revelação são: keryssein ("anunciar",
"pregar"), evangelizesthai ("evangelizar"), didaskein ("ensinar"), apokalyptein ("revelar")
ematheteúein ("fazer discípulos",
"instruir"). No Novo Testamento, Cristo é o único Mediador propriamente
dito da revelação. Os apóstolos são meros divulgadores, evangelizadores, mas
não reveladores.
Teologicamente, as revelações são
arbitradas nos concílios. Observe que no Concílio de Trento, a revelação é o
anúncio do Evangelho prometido aos profetas, pregado pelos apóstolos, e
transmitido à Igreja para que ela o conserve em toda a sua pureza. O Concílio
Vaticano II, por sua vez, consagrou à revelação o cap. I da Constituição
dogmática Dei Verbum: a) a revelação é um diálogo interpessoal entre
Deus e os homens; b) a revelação é progressiva; c) a revelação é constituída
por acontecimentos e palavras; d) Cristo é o vértice da revelação.
Em se tratando da revelação espírita, Allan Kardec,
no livro A Gênese, diz: "Por sua natureza, a revelação espírita
tem duplo caráter: participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação
científica". A revelação espírita é de origem divina e da iniciativa dos
Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem. Os Espíritos superiores
inspiram os homens. Estes, por sua vez, devem se valer das pesquisas
científicas, para alicerçar esses conhecimentos.
A revelação espírita só apareceu no século XIX. Não
poderia ter vindo antes? A revelação espírita participa ao mesmo tempo da
revelação divina e da revelação científica. Sendo assim, não poderia ter
surgido antes que a ciência tivesse se desenvolvido, principalmente através do
método teórico-experimental. Se viesse antes, teria abortada, como tudo o que é
prematuro.
Em virtude dos princípios da Doutrina Espírita se
ajustarem perfeitamente aos dizeres de Jesus, podemos dizer que o Espiritismo é
a terceira revelação divina, o "Consolador Prometido".
Fonte de Consulta
KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/car%C3%A1ter-da-revela%C3%A7%C3%A3o-esp%C3%ADrita
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