"Mors certa sed hora incerta"
(A morte é certa, mas a hora é incerta)
Morte — Do lat. mortem — é simplesmente
definida como ausência de vida; foi sempre vista como mistério, superstição e
fascinação pelo homem. De acordo com o Espiritismo, é o desprendimento total do
Espírito do corpo físico, em consequência da ruptura do laço fluídico que
prende ou liga um ao outro, quando então há o falecimento.
As sociedades modernas negam a morte.
Nos Estados Unidos há o "Funeral
Home", ou seja, "casa de
embelezamento de cadáver". As altas tecnologias desenvolvidas para tratar
as doenças dão certa supremacia aos médicos. Atualmente, muitas crianças só
veem o falecimento através de filmes. Isso porque a maioria das pessoas passa
os últimos instantes de sua existência em hospitais, que foram construídos para
salvar vidas. A morte, em certo sentido, é uma derrota da medicina.
As religiões têm exercido poderosa
influência nas "atitudes" dos indivíduos com relação ao passamento.
No Catolicismo, há a imagem do fogo eterno queimando nossas entranhas; nas
Doutrinas Orientais, a volta do Espírito em um corpo animal. Além da questão
religiosa, há os erros de abordagem: tudo termina com a morte; imersão no
desconhecido; excesso de preparação para o desenlace; dúvidas com relação à
imortalidade e ilusão de sermos indispensáveis à família.
Allan Kardec, no livro O Céu e o Inferno,
trata exaustivamente do problema da morte. Diz-nos que o temor da morte decorre
da noção insuficiente da vida futura, embora denote também a necessidade de
viver e o receio da destruição total. Segundo o seu ponto de vista, o espírita
não teme a morte, porque a vida deixa de ser uma hipótese para ser realidade.
Ou seja, continuamos individualizados e sujeitos ao progresso, mesmo na
ausência da vestimenta física.
Nós, os chamados civilizados,
deveríamos aprender a morrer. É possível que o desenvolvimento econômico e
industrial tenha obscurecido nossa mente sobre o fato. Contudo, cedo ou tarde,
teremos de enfrentar o problema. Sócrates, filósofo grego da Antiguidade, já
nos alertava que a Filosofia nada mais é do que o estudo da morte. Pergunta-se:
como anda o nosso treino para o desenlace?
A transição serena exige tranquilidade de consciência. Desapeguemo-nos, assim, dos nossos familiares, de nossos bens materiais e de tudo aquilo que possa dificultar a nossa partida.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/morte
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"Desencarnação é libertação da alma, morte é outra coisa. Morte constitui cessação da vida, apodrecimento, bolor." (Capítulo 26 do livro Estude e viva, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier)
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Honrar os Mortos (c. 600000 a.C.) [Homo Heidelbergensis]
Prática de demonstrar respeito a uma pessoa
falecida por meio de rituais específicos
“Nossos mortos nunca estão mortos para nós até
que os esqueçamos.” George Elliot, escritor
É difícil determinar quando surgiu a prática
de honrar os mortos. Certas evidências demonstram que os homo Heidelbergensis (que viveram entre 600 mil e 400 mil anos atrás)
foram os primeiros proto-humanos a enterrarem seus mortos. Se, no entanto, eles
os honraram ou praticaram algum tipo de ritual em sua homenagem, não se pode
afirmar com certeza. Há locais onde se enterravam humanos datados de 130 mil
anos atrás que mostraram evidências mais convincentes do que aquelas que
realizavam o sepultamento tinha a intenção de lembrar ou honrar o falecido, por
meio da posição do corpo, da inclusão de itens como ferramentas e ossos de
animais, e da colocação de elementos decorativos na tumba. Tal sugestão de ritual
no processo de sepultamento pode indicar que esta era uma das primeiras formas
de prática religiosa.
Em algumas culturas ou tradições, honrar os
mortos é uma prática comum, na qual se acredita que os parentes falecidos ou
ancestrais têm uma presença contínua ou mesmo influência sobre os que ainda
vivem. Em outras, as tradições que honram os mortos ocorre logo após o
falecimento ou várias vezes ao longo do ano. Honrar os mortos não é necessariamente
uma tradição religiosa, embora muitas religiões tenham rituais quase universal
que atravessa limites geográficos e culturais. Os rituais envolvidos nos
costumes geram um laço social mais firme e também são uma maneira de ligar os
mortos aos que ainda vivem. Tais elementos se fazem fortemente presentes em
muitos rituais religiosos, com frequência formando a base de identidades culturais
e individuais.
ARP, Robert (Editor). 1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar. Tradução Andre Fiker, Ivo Korytowski, Bruno Alexander,
Paulo Polzonoff Jr e Pedro Jorgensen. Rio de Janeiro: Sextante, 2014.
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