Revelação – De modo geral, é a
manifestação de uma verdade oculta ou desconhecida ou pelo menos obscura. Na
teologia, é o ato pelo qual Deus manifesta aos homens o Seu desígnio de
salvação e Se lhes dá a conhecer.
A revelação pode ser humana e divina. É divina quando feita por Deus; humana quando o é
pelo homem. A revelação divina pode ser natural ou
sobrenatural. A revelação natural está inscrita na própria
ordem da criação, em que Deus dota o homem de faculdades para elevar-se do
domínio das coisas visíveis ao das invisíveis. No entanto, como faz parte da
natureza, não é esta a revelação em sentido próprio. A revelação divina,
propriamente dita, é de ordem sobrenatural. Consiste na manifestação de uma
verdade, feita por Deus, fora da ordem da natureza.
A revelação está encarnada no Velho e no Novo Testamento. No Velho Testamento, não há um termo específico para designar a revelação. Há, sim, intermediários da revelação, que são: Moisés, os profetas, os salmistas e os sábios. No Novo Testamento, os termos para indicar a revelação são: keryssein ("anunciar", "pregar"), evangelizesthai ("evangelizar"), didaskein ("ensinar"), apokalyptein ("revelar") e matheteúein ("fazer discípulos", "instruir"). No Novo Testamento, Cristo é o único Mediador propriamente dito da revelação. Os apóstolos são meros divulgadores, evangelizadores, mas não reveladores.
Teologicamente, as revelações são
arbitradas nos concílios. Observe que no Concílio de Trento, a revelação é o
anúncio do Evangelho prometido aos profetas, pregado pelos apóstolos, e
transmitido à Igreja para que ela o conserve em toda a sua pureza. O Concílio
Vaticano II, por sua vez, consagrou à revelação o cap. I da Constituição
dogmática Dei Verbum: a) a revelação é um diálogo interpessoal
entre Deus e os homens; b) a revelação é progressiva; c) a revelação é
constituída por acontecimentos e palavras; d) Cristo é o vértice da revelação.
A Bíblia não é a fonte única de revelação. A Igreja é o órgão autêntico instituído por Deus
e encarregado de propagar o depósito da revelação. As verdades transmitidas
pela igreja constituem a tradição. Todavia, é certo que a revelação pública se
encerrou com a pregação dos apóstolos. A partir daí, permaneceu
substancialmente a mesma e não se transformou. As verdades reveladas só podem
desenvolver-se no decurso do tempo sob a ação do Espírito Santo, passando do
estado implícito ao estado explícito.
O domínio de uma teoria não elimina a possibilidade
de Deus querer revelar-se a outros credos religiosos. Por isso, acreditamos, a
Igreja deve revisar o monopólio de uma revelação particular.
Fonte de Consulta
Verbo — Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura
Grande Enciclopédia Brasileira e Portuguesa
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