Escândalo — do gr. skándalon, pelo lat. scandalu — significa aquilo que dá o que falar, que causa
indignação por ser contrário à moral, à honestidade, aos bons costumes, à
justiça, às leis etc. No sentido espiritual e moral, é todo o obstáculo que,
com sua conduta, uma pessoa pode representar para a vida ou a moralidade de
outras pessoas.
"Se vossa mão ou vosso pé é um motivo de escândalo, cortai-os
e atirai-os longe de vós; é bem melhor para vós que entreis na vida não tendo
senão um pé ou uma só mão, do que terdes dois e serdes lançados no fogo eterno.
E se vosso olho vos é motivo de escândalo, arrancai-o e lançai-o longe de vós;
é melhor para vós que entreis na vida não tendo senão um olho, que terdes os
dois e serdes precipitados no fogo do inferno". (Mateus. cap. V, vv. 29 e
30).
A palavra escândalo encerra, no Novo Testamento, um duplo sentido: de um
lado, a ideia de que Cristo veio para constituir o escândalo central do homem;
de outro lado, a ideia do mal moral que existe em nós e que é preciso desfazer.
Quanto ao Cristo, toda a vez que ele apresentava o desprendimento das riquezas
e dos bens terrenos, era um escândalo para o povo romano, apegado a tais bens.
Quanto a nós, é a necessidade do mal (escândalo) para que nos ajustemos ao bem.
É necessário que o escândalo venha, mas ai daquele por quem o
escândalo venha. Por estas palavras, entende-se que o mal é necessário à
justiça divina. Contudo, aquele que o praticou para servir à justiça divina não
praticou menos mal, e deverá ser punido, pois o mal é sempre mal. Por isso, o
cuidado de Jesus em dizer: "Se vossa mão, vosso pé e vossos olhos forem
motivos de escândalo (mal), cortai-os e lançai-os longe de vós". Quer
dizer, arranquemos o mal pela raiz, pois ele está dentro de nós.
O mal, sendo necessário à justiça divina, dir-se-á que ele durará
para sempre, pois, se desaparecesse, Deus estaria privado de um poderoso meio
de punir os culpados. Mas, em realidade, não é assim que sucede, porque os
mundos progridem moral e intelectualmente. Nos mundos mais avançados, o mal não
existe e, portanto, não há necessidade de castigos. O mesmo sucederá com o
planeta Terra, quando passar para um mundo de regeneração, em que o bem será a
tônica de nossas ações.
Estudemos o Evangelho de Jesus e coloquemos em prática os seus ensinamentos. Tendo-o como norma de conduta, evitaremos o escândalo do "pecado" e da "concupiscência".
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