Intuição significa um conhecimento direto, imediato do
conjunto das qualidades sensíveis e essenciais dos objetos e das suas relações,
sem uso do raciocínio discursivo. Inspiração quer dizer soprar
para dentro. É o estado de exaltação emotiva, de íntima e misteriosa
iluminação, em que, pela intuição estética, o artista apreende o seu objeto de
modo impreciso, mas em plenitude.
Por essas definições depreende-se que
na intuição o indivíduo busca o conhecimento por si mesmo, penetrando-o através
de seus próprios esforços. Por outro lado, na inspiração, a descoberta vem
espontaneamente, transparecendo em muitos artistas a existência de uma
percepção extra-sensorial - mediunidade. Muitos realizam suas obras num estado
de mínima consciência, como é o caso de Mozart, que depois do êxtase, escrevia
seus acordes de cor.
Teoricamente não é difícil separar
esses dois conceitos. Mas como precisar, com certeza, onde começa um e onde
termina o outro? A doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec,
fornece-nos uma luz. De acordo com seus postulados, estamos envoltos pela
presença de Espíritos, que tanto podem influenciar-nos para o bem quanto para o
mal. Neste sentido, o insight de uma descoberta poderia, perfeitamente,
provir do sopro de um Espírito amigo.
No desenvolvimento desses raciocínios,
o homem de gênio poderia ser apontado como o ser exclusivamente intuitivo. Isso
não é impossível, visto que ele, em outras encarnações, conquistou, através dos
próprios esforços, condições para tal fim. Mesmo assim, não se invalida a
influência exercida pelos bons Espíritos. Estes podem utilizar-se da matéria
cerebral do gênio e comunicar-lhe as invenções necessárias para a evolução da
humanidade.
No estudo da psicografia, Kardec usa os
termos médium intuitivo e médium
inspirado. O médium intuitivo escreve e percebe
que as ideias são do Espírito comunicante e com o médium inspirado isto não
ocorre. Afirma, ainda, que o segundo é um caso especial do primeiro. Ele
considera a intuição e a inspiração como mediunidade, ao contrário dos
filósofos, que tratam da intuição como sendo uma abstração do próprio sujeito
cognoscente.
Excluindo-se a terminologia
exclusivamente mediúnica de Kardec, podemos dizer que a intuição refere-se ao
fenômeno anímico, enquanto a inspiração, ao fenômeno mediúnico. Estejamos
atentos para separar um do outro.
Fonte de Consulta
BAZARIAN, J. Intuição
Heurística: Uma Análise Científica da Intuição Criadora. 3.ed., São Paulo,
Alfa Ômega, l986.
RUIZ, J. A.. Metodologia
Científica - Guia para Eficiência nos Estudos. São Paulo, Atlas, 1979.
KARDEC, A. O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores. São Paulo, Lake.
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Em resumo, enquanto a intuição se refere a uma compreensão instantânea ou sentimento sobre algo sem uma análise lógica profunda, a inspiração está mais relacionada com a criatividade e o processo de geração de novas ideias. Ambas são partes importantes da cognição humana, mas servem a propósitos diferentes. (ChatGPT)
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