Família -
do lat. familia significa o grupo social básico unido pelo
vínculo de parentesco ou casamento, presente em todas as sociedades. Conflito -
do lat. conflictu significa
antagonismo entre duas forças quase equivalentes; embate dos que lutam;
discussão acompanhada de injúrias e ameaças.
O clã
totêmico é o primeiro grupo familiar que
se tem notícia. O clã primitivo transforma-se na "gens" greco-romana - família patriarcal - onde todas as decisões
giravam em torno do pai, que era também o líder religioso. Contrapondo-se à
família patriarcal surge a família
paternal, ou germânica, onde os direitos da
mulher e dos filhos começam a ter valor. A família conjugal,
composta do casal e filhos, é uma evolução da família germânica. Hoje, apesar
das dificuldades do relacionamento humano, a mulher e os filhos têm
individualidades próprias, o que não acontecia no regime patriarcal.
Os conflitos
familiares, entendidos como as divergências entre
os membros de um lar, podem ser vislumbrados. De um lado temos o fator
financeiro influenciando o relacionamento afetivo dos componentes do grupo
familiar; de outro, as tendências autoritárias de um, ou dos vários membros
impondo este ou aquele tipo de comportamento.
Além disso, deve-se considerar os anseios de cada
geração comprometidos com o processo familiar em questão. Por outro lado,
lembremo-nos, também, de que há uma série de direitos pessoais que entram em
confronto com as exigências da família, da nação e da humanidade.
Na dimensão
da psicologia, o conflito é explicado pelo narcisismo e o complexo de Édipo. A criança com atitudes narcisistas percebe que a
relação binária "desejo-satisfação do desejo" exige a intermediação
de um terceiro - a mãe. Ela cresce com essa falsa fidelidade, e sempre vai
precisar de outrem para resolver os seus problemas. O complexo de Édipo, que é
o desejo amoroso do filho pela mãe ou da filha pelo pai, quando não resolvido a
contento, cria dificuldades com a autoridade, ou seja, não conseguimos atender eficazmente à
ciência de obedecer e de mandar.
Na ótica
espírita, o conflito familiar assume uma
dimensão mais ampla do que aquela verificada nas ciências particulares, tais
como a psicologia e a sociologia. Os princípios básicos do Espiritismo
amplia-nos a visão do problema, principalmente quando pela sua reflexão, remetemo-nos
às encarnações passadas. A lei da reencarnação facilita o entendimento de
nossas aflições, pois estas podem ser consequências de erros cometidos nessa
existência ou em existências passadas. A partir daí, todas as informações
juntam-se num único feixe, e conseguimos dar uma solução mais racional às
nossas dificuldades.
Saibamos detectar as nossas responsabilidades,
tanto no lar quanto na sociedade. Com a tranquilidade de consciência
resolveremos satisfatoriamente todos os nossos conflitos, e teremos condições
de melhor servir o nosso próximo.
Fonte de Consulta
CUVILLIER, A. Manual de Filosofia. 1.
ed., Editora Educação Nacional, s/d/p.
GAUQUELIN, M. e F. Dicionário de Psicologia. Lisboa/São Paulo, Verbo, 1987.
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