Paz – do latim pax paxis significa,
genericamente, ausência de conflito. Na paz há uma dimensão interna e
uma dimensão externa. Internamente, diz respeito aos aspectos
psicológicos, regulamentados pela moral. Externamente, diz respeito à
conciliação entre grupos ou países, regulamentados pelo direito internacional.
No âmbito da "pesquisa sobre a paz", a paz é definida em função da
guerra, por isso o par de termos "paz-guerra" ou
"guerra-paz".
A história da humanidade retrata a
história da guerra. Do "homem das cavernas" ao "homem
informatizado", ocorreram diversas revoluções, guerras e revoltas.
Paralelamente aos combates, os cientistas sociais, os filósofos e os religiosos
têm procurado explicações para esse fenômeno. Uns falam que sem a guerra não
teríamos atingido o estado do progresso econômico da atualidade; outros, os
religiosos, que ela acabará somente quando o homem tiver vencido o egoísmo. Eis
um dado assombroso: em 35 séculos tivemos apenas 268 anos de trégua. O
terrorismo, depois do episódio de 11 de setembro de 2001, é a bola da vez.
As "pesquisas sobre a paz", que
tiveram sua origem nos anos que antecederam a 2.ª grande guerra mundial, têm a
incumbência de aplicar os métodos de pesquisa das ciências sociais aos
fenômenos da guerra. Nesse mister, Keneth E. Boulding, em seu livro Paz
Estável, explica-nos o binômino "guerra-paz", comparando-o com o
par "conflito-não-conflito". Ele parte da ideia de que as atividades
humanas causam dois tipos de reação: conflito e não-conflito. O não-conflito
gera sempre paz; o conflito pode se transformar em guerra ou em paz, dependendo
dos interesses e tabus envolvidos na questão.
O Papa João XXIII, na sua Encíclica Pacem
in Terris, estabeleceu um conceito positivo de paz. Para ele, a paz é
um bem inestimável da sociedade, um ideal a ser atingido, uma vocação superior,
uma espécie de renovação do ser humano. Entretanto, para que isso aconteça, o
homem deverá domar o egoísmo e inserir-se vivência plena do amor, da justiça e
da caridade. Assim, para que haja a verdadeira paz, os mais ricos devem ajudar
os mais pobres, os mais inteligentes ensinar os menos inteligentes, os mais
fortes ampararem os menos fortes.
O Espírito Emmanuel, ardoroso colaborador
da evolução espiritual do planeta Terra, dá-nos algumas orientações
evangélicas: diz-nos que podemos ser hostilizados pelos outros, mas nem por
isso precisamos de seguir o nosso roteiro guerreando-os; sugere-nos uma
retirada à parte, para meditar sobre o alcance do Evangelho em nossas vidas;
lembra-nos dos esforços constantes de mudança comportamental. Para ele, importa
que diariamente nos apresentemos ao Senhor, livres de qualquer sentimento de
ódio e de vingança para com o nosso próximo.
A paz é a aspiração máxima da humanidade.
Disponhamo-nos a sacrificar a nossa comodidade, e ajudemos a implantar o reino
de Deus nos corações que nos cercam. "A quem muito foi dado, muito será
exigido e mais lhe será acrescentado". Não percamos de vista esta verdade
fundamental.
Mais texto
sobre a paz
A palavra paz – do
latim pax, pacis, pelo hebraico shalom –
assume diversos sentidos. Genericamente é a ausência de conflitos,
estabelecimento da ordem entre a parte e o todo, chegando a confundir-se com o
conceito de felicidade. Há uma dimensão interna, regulada pela
moral (paz do coração) e uma dimensão externa, regulada pelo
direito internacional (paz social). Para o Cristianismo, e também para o
Espiritismo, a paz é o esforço despendido para desenvolver a inteligência e
alcançar as culminâncias da bondade, da justiça, do amor e da fraternidade.
O ser humano nasce com vocação para
a paz, mas o que mais vemos são as guerras. Há razões
políticas, econômicas, religiosas e culturais tentando explicar o que leva um
povo a lutar contra outro ou ainda entre si, porém, em 35 séculos, o mundo só
teve 268 anos sem batalhas, combates, morte e destruição. Do "homem das
cavernas" ao "homem informatizado", a Humanidade viu surgir e
desaparecer civilizações e impérios. Ao longo dos séculos, uma das poucas
características presentes em todos os momentos foi a disposição dos povos para
a guerra.
As encíclicas papais, intituladas Pacem
in Terris e Gaudium et Spes, contêm diversos argumentos explicativos da
propensão do homem para a paz. Esclarecem-nos que a paz não se confunde com
pacifismo, nem com a ausência de guerra e nem tampouco com equilíbrio das
forças antagônicas.
Persuadem-nos de que Jesus Cristo, o
Messias, é o ponto central para a obtenção dessa paz. Lembram-nos de que Ele
mesmo o Príncipe da Paz dá-nos a sua paz, não como dá o mundo, mas como dom e
fruto do seu Espírito para a reconciliação. Além disso, orientam-nos a seguir
os exemplos de Cristo, perdoando não só os amigos como também os inimigos.
O Espírito Emmanuel dá-nos também algumas
contribuições para a obtenção da paz. Diz ele que muitas vezes pedimos a
fortuna material. Ao nos vermos locupletados de ouro, torturamo-nos em mil
problemas por não sabermos distribuir, ajudar, administrar e gastar com
simplicidade. Outras vezes, solicitamos o casamento. Quando o Céu nos felicita
com um cônjuge, não sabemos ser irmãos e nos exasperamos continuamente.
Reclamamos de títulos públicos. Ao sermos aureolados com a popularidade, não
temos paciência para tratar educadamente todos os que nos procuram. Isso
acontece porque não sabemos ainda equilibrar os nossos desejos com os
propósitos do Senhor.
Lembremo-nos de que o mundo é violento
porque nós o somos. Ele é o reflexo do que cada um sente e pensa. Um dos
exercícios mais saudáveis para o conteúdo da paz seria o de cada um
transformar-se a si mesmo. Assim, quem roubava, espoliava, injuriava o seu
próximo, não o faça mais. Somente quando cada um de nós deixar de ser violento,
o mundo também o deixará. Essa transformação deve ser feita de dentro para fora
e não simplesmente de lábios. O importante é pôr mãos à obra.
A paz deve ser um conquista interior. Não
percamos a oportunidade de estar sempre colocando em prática os ensinamentos
trazidos por Jesus. Somente assim construiremos um mundo em que a paz e a
harmonia irão governar todas as nossas ações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário