Inteligência – do lat. intellectus, inter e lec. = escolher entre, ou intus e lec = escolher dentro, como preferem outros - é a faculdade
que tem o espírito de pensar, conceber, compreender. Em sentido restrito, é a
função de apreender conexões. Instinto - do lat. obsoleto instinguo, de in e stinguo, e do gr. stizô - significa impulso inato, inconsciente, irracional,
que leva um ente vivo, um animal, a proceder de tal ou tal forma.
Os
psicólogos procuram realizar uma tarefa difícil: a de distinguir a inteligência
do instinto. Para muitos deles a inteligência é mais flexível, sendo até mesmo
a soma das experiências do passado, que nos ajuda a tomar decisões no presente.
Por outro lado, o instinto é cego, tal qual se observa no cão, que, mesmo
domesticado, pisoteia o lugar em que vai dormir, como se devesse dormir sobre a
erva.
A
observação cuidadosa do comportamento de alguns animais mostra que o conceito
comum de instinto, como mero impulso simples, não basta para explicar a
complexidade de seus atos. A aranha construirá a teia diferentemente, segundo
as circunstâncias e o lugar que disponha. O castor constrói diferentemente,
segundo a corrente da água, o nível da mesma ou a presença de homens. Por essa
razão, acabam distinguindo o ato instintivo do ato reflexo.
O
Espírito André Luiz, no cap. IV de Evolução em Dois Mundos, psicografado por F. C. Xavier, diz-nos que, na retaguarda
do transformismo do princípio inteligente, o reflexo precede o instinto e o
instinto, a atividade refletida, que é a base da inteligência; nas linhas da
civilização, a inteligência, no círculo humano, é seguida pela razão e a razão
pela responsabilidade. Acrescenta ainda que a herança e o automatismo
estruturam o princípio espiritual, desde sua origem, a fim de que este atinja a
maturação no campo angélico.
Allan
Kardec, no cap. III de A Gênese, relaciona instinto, paixão e inteligência. Diz-nos que o
instinto é sempre guia seguro e nunca erra. Pode tornar-se inútil, mas nunca
prejudicial. Enfraquece-se com a predominância da inteligência. As paixões, por
sua vez, são úteis até a eclosão do senso moral, em que o ser passivo
transforma-se em ser racional. Depois disso, torna-se nociva, caso não seja
disciplinada pela razão.
Inteligência e instinto são duas faculdades de nosso espírito. Saibamos ponderá-las eficazmente, a fim de que possamos viver em paz com a nossa consciência.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/instinto-e-intelig%C3%AAncia
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