Virtude -
do lat. vir = homem significa
potência racional que inclina o homem para o bem, quer como indivíduo, quer
como espécie, quer pessoalmente, quer coletivamente. Vício -
na ética, é a disposição habitual a um gênero de conduta, considerada vituperável,
como imoral. É o contrário de virtude. É o hábito mau em oposição à virtude,
que é o hábito bom.
No âmbito do Velho Testamento, Job diz que se torna
necessário dirigir o coração para Deus e afastar da vida a iniquidade e a
injustiça, a fim de fugir aos vícios, tais como, a mentira, a fraude, o
adultério etc. No contexto do Novo Testamento, há a enumeração, feita por Cristo, dos
vícios que têm a sua raiz no coração: os maus pensamentos, os homicídios, os
adultérios. Paulo, por exemplo, declara desterrado do reino de Deus os impudicos,
idólatras, adúlteros. Recorda a Timóteo na carta que lhe dirige que a lei não
foi feita para o justo mas sim para os malvados e rebeldes, os ímpios e
pecadores , os imorais e profanos.
Ao
longo do tempo adquirimos uma série de hábitos negativos. Alguns deles são visíveis como o fumo
e o álcool; outros, nem tanto. É que costumamos disfarçá-los ao máximo, para
que não se tornem muito evidentes. Nesse sentido, à gula damos o nome de necessidade proteínica; à lascívia chamamos necessidade fisiológica; a ira é embelezada com a expressão paradoxal:
"cólera sagrada"; a cobiça é encoberta com a desculpa da previdência; a preguiça disfarçamos com a necessidade de repouso,
quando não com a esperteza que faz os outros produzirem por nós.
A virtude moral, como dissemos, predispõe o indivíduo à
prática do bem. Há duas ordens de moralidade, a natural e a infusa. Por isso,
temos duas espécies de virtudes: adquiridas e infusas. Entre as virtudes adquiridas, distinguem-se principalmente quatro:
prudência, justiça, fortaleza e temperança. Cognominadas de cardeais (de cardo, gonzo), por ser em redor delas que giram todas as
outras, tais como a paciência, a tolerância, a brandura etc. Entre as virtudes infusas, chamadas teologais, porque recebidas de
Deus, estão a fé, a esperança e a caridade.
O
movimentar-se diário produz hábitos. Os hábitos maus enraízam de tal sorte em
nosso psiquismo que se tornam extremamente difíceis de serem eliminados. Em se
tratando do esforço para extingui-lo, parece-nos que cometemos um erro que já
se tornou secular, ou seja, combater a causa pelo efeito. Somente quando
tomamos consciência do móvel que produz a ação é que podemos ter segurança na
eliminação do efeito. Na realidade, não somos nós que deixamos os vícios; são
eles que desprovidos da nossa atração, deixam-nos.
Tomemos
consciência de nossos atos negativos. Não queiramos extingui-los de uma única
vez. Mudemos o nosso mundo interior e tudo o mais se refletirá no exterior como
um passe de mágica.
Fonte
de Consulta
Dicionários de Filosofia e Enciclopédias
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/v%C3%ADcios
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