Justiça — do lat. justitia — é a virtude moral que faz que se dê a cada um o que
lhe pertence e que se respeitem os direitos alheios. Justiça humana — é o conjunto de meios administrativos organizados
pelas sociedades humanas para aplicação das leis que estabeleceram, e
especialmente para julgar e castigar os delitos contra elas cometidos. Justiça divina — é o atributo de Deus segundo o qual Ele regula todas
as coisas com igualdade.
O Universo é regulado por leis: Lei do Progresso, Lei do Trabalho,
Lei de Adoração etc. Dentre tais leis, há a Lei de Justiça, Amor e Caridade,
que resume todas as outras por ser a mais importante. Essa lei ensina-nos a usar
a justiça na sua acepção mais pura, tendo como coadjuvantes o amor e a
caridade. A justiça é fria, mas o amor e a caridade lhe dão um impulso superior
e generoso, espontâneo e transbordante.
Todos nós fomos criados simples e ignorantes. À medida que vamos
nos tornando responsáveis pelos nossos atos, os benfeitores espirituais vão,
paulatinamente, deixando-nos ao sabor de nosso livre-arbítrio. O
livre-arbítrio, que é a faculdade de optar entre o bem e o mal, muitas vezes
enchafurda-se nas paixões. Estas, quando não são domadas pela razão, alteram o
reto juízo e desviam-nos da prática do bem.
A justiça divina é a justiça perfeita. Porém, dada a limitação
humana, o homem capta apenas alguns matizes dessa justiça maior. Por isso, o
Direito da Idade Média difere substancialmente do Direito contemporâneo. É que
o tempo transcorrido propiciou a mudança dos hábitos e dos costumes de todos os
povos. Assim, a lei humana deve regular as ações dentro de um horizonte
cultural, enquanto a lei divina extrapola-a, segundo a dimensão do Direito
Divino. Situarmo-nos sempre entre o que é e o que deveria ser é o método mais
eficaz para sedimentarmos a justiça divina.
As reencarnações aproximam a justiça humana da justiça divina.
Tendo em mente que a Lei do Progresso é inexorável, não resta dúvida que
devemos melhorar o nosso senso de justiça, pois é a justiça que regula todas as
outras virtudes, tais como a temperança, a prudência, a fortaleza e os seus
derivados. O exercício de fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem
encaminha-nos para a prática da verdadeira lei de justiça, amor e caridade.
Porque, se é natural que desejemos o bem para nós, o mesmo devemos fazer com
relação ao próximo.
A aquisição do reto juízo é a finalidade da vida. Esforcemo-nos
por compreender o nosso próximo, fazendo-lhe o maior bem possível. Só assim
vamos domando nossas paixões e liberando o ser cósmico que há dentro de nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário