Cruz – do lat. cruce – significa antigo instrumento de suplício, constituído
por dois madeiros, um atravessando no outro, em que se amarravam ou pregavam os
condenados à morte. Salvação – do lat. salvatione –, ato ou efeito de salvar (-se), ou de remir, ou seja,
livrar-se do perigo ou da ruína.
A cruz é um dos símbolos cuja presença é atestada desde a mais
alta Antiguidade: no Egito, na China etc. A cruz é o terceiro dos quatro
símbolos fundamentais, juntamente com o centro, o círculo e o quadrado. Sua
função é intermediar os outros três. Mostra, também, os quatro pontos cardeais.
É o elo de ligação entre a terra e o céu, o tempo e o espaço. A cruz simboliza
o Crucificado, o Cristo, que, pregado ao madeiro, representa os quatro cantos
do mundo, voltados para o Salvador da humanidade.
No Novo Testamento, o simbolismo teológico da cruz só aparece em
uma afirmação do próprio Jesus e nos escritos de Paulo. Jesus disse que aquele
que o segue deve tomar a sua própria cruz, perdendo assim a vida para
conquistá-la (Mateus, 10, vv. 38 e 39; Marcos, 8, vv. 34; Lucas, 9, vv. 23 a
25; João, cap. XII, vv. 24 e 25). Paulo pregava Cristo e Cristo crucificado,
embora isso fosse escândalo para os hebreus e loucura para os gentios.
Allan Kardec, no cap. XXIV de O Evangelho Segundo o
Espiritismo, tece comentários acerca de "aquele que quer me seguir,
carregue sua cruz". A frase implica seguirmos os ditames de nossa fé,
mesmo que para isso tenhamos de sofrer, até mesmo, a perda da própria vida.
Quem assim proceder ganhará o reino dos céus. Mas àqueles que sacrificam os
bens celestes preferindo os gozos terrestres Deus dirá: "Já haveis
recebido a vossa recompensa".
Regozijemo-nos quando os homens, por ignorância ou má-fé,
injuriarem-nos e odiarem-nos devido à sinceridade de nossa fé. Suportemos o
mal, que ele é passageiro. Tenhamos em mente que as promessas do Cristo não
foram vãs. Se ele morreu na cruz para nos salvar, por que esse desespero,
quando algo não nos ocorre a contento?
A cruz simboliza o nosso sofrimento. Saibamos carregá-la,
afrontando, corajosamente, as dificuldades, as ansiedades e o comodismo que
tanto nos atrapalham.
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