O Druidismo é a religião dos
sacerdotes pagãos celtas vivenciada entre o século II a.C. e o século II d.C.
nas Gálias antigas. Os sacerdotes exerciam cinco funções específicas, divididas
em cinco classes: os vacios, que se encarregavam dos
sacrifícios; os saronidos, encarregados da educação e do cultivo
das ciências; os bardos, poetas, oradores e músicos, que exortavam
o povo à prática das virtudes e treinavam os guerreiros; os adivinhos,
que previam o futuro; os causídicos que administravam a
justiça.
A teologia druídica era baseada nas tríades, ou
seja, ensinamentos orais em que havia sempre o entrelaçamento de três
advertências para a evolução do Espírito. De acordo com a teologia druídica, a
alma começa do zero, região denominada de Annoufn, passando depois
por migrações sucessivas, a região do Abred, até atingir o círculo
dos bem-aventurados, ou seja a região do Gwynfyd. Uma vez atingida
essa região de pureza, o Espírito não precisaria mais passar pelo ciclo das migrações,
o Abred.
Allan Kardec, no item VI do capítulo I - Livro
Segundo - de O Livro dos Espíritos, ao tratar da escala
espírita, encaminha o nosso pensamento para uma classificação dos Espíritos,
levando em conta o grau de responsabilidade e qualidades adquiridas. Divide-os,
para efeito didático, em três ordens. Na terceira ordem estão
os Espíritos imperfeitos; na segunda ordem, os Espíritos
bons; na primeira ordem, os Espíritos puros. Esta
classificação não tem nada de absoluto, mas mostra-nos as características
morais que identificam os Espíritos em cada fase de sua existência.
Se compararmos o ciclo de salvação dos druidas e a
escala espírita de Allan Kardec,
veremos que há muita semelhança entre os seus conteúdos. Basta acrescentarmos a
região Annoufn, abaixo da 3ª ordem e a região Cegant,
acima da 1ª ordem, e teremos o ponto de contato. Observe que a região Abred dos
druidas nada mais é do que todo o processo de reencarnação entabulado por Allan
Kardec, a fim de que o Espírito se aprimore e não precise mais reencarnar,
quando, então, atinge a região Gwynfyd, dos druidas.
A comparação que ora encetamos é para ressaltar que
o velho e o novo é uma questão de terminologia. Atualmente, para chamarmos
atenção ou vendermos um determinado serviço, escolhemos nomes pomposos para
expressar o mesmo que os antigos já praticavam. Observe, por exemplo, que o
termo maná dos povos polinésicos nada mais é do que o ectoplasma de Richet e
que a palavra sensitivo usada pela Parapsicologia é o mesmo que médium no Espiritismo.
O Druidismo é um desses temas que o Espírita não
deveria deixar de estudar, pois além retratar a descendência psicológica de
Kardec, elucida-nos sobre a perpetuidade da verdade através dos tempos.
Fonte de Consulta
DENIS, L. O Gênio Céltico e o Mundo
Invisível. Rio de Janeiro, CELD, 1995.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8.
ed., São Paulo, FEESP, 1995.
KARDEC, A. Revista Espírita: Jornal de Estudos Psicológicos (1858). São Paulo, Edicel, s/d/p.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/druidismo
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