Perdoar — do lat. med. perdonare significa
"desculpar", "absolver", "evitar". É o estado de
ânimo, em que se encontra alguém, agravado por outrem, seu agressor, e sente-se
desagravado. O pecado, na Religião, é um agravo a Deus, e o perdão consiste em
não se considerar Deus agravado; ou seja, desagravado.
Historicamente considerado, o perdão
surge explicitamente no âmbito do Velho Testamento, onde o caráter
antropomórfico e misericordioso de Iahweh é suficiente para
livrar o pecador do seu pecado. Na dimensão do Novo Testamento,
João Batista pregava o arrependimento do pecador, para que Jesus, depois,
perdoasse todos os seus pecados. A diferença entre o Velho Testamento e o Novo
Testamento é que no NT o perdão vem através do Cristo, particularmente pela sua
morte redentora na cruz.
Ofendido e ofensor estão implícitos no
ato de perdoar. Há muitas situações em que fica difícil distinguir um do outro.
Todavia, o bom senso sugere-nos que devemos ser tolerantes para com as faltas
alheias, pois somos passíveis de incorrer nas mesmas. Por isso, ao ultraje que
consideremos grave, sopesemos o móvel de tal juízo. Como saber o que passa no
íntimo do nosso próximo? Que problemas complexos o fizeram agir desta ou
daquela forma? Será que não fomos o primeiro a atirar a pedra?
A vida de Mahatma Gandhi é um exemplo
de perdão, embora tenha dito que nunca precisou perdoar, porque achara que
nunca ninguém o tinha ofendido. É um caso raro, porque a maioria de nós vive
enovelado no ego material. Por essa razão o poeta Alexandre Pope disse:
"Errar é humano, perdoar é divino". Para que não tenhamos necessidade
do perdão, basta que o eu divino liberte-se do eu mundano, ocasião em que as
coisas terrenas não terão forças para corromper as espirituais.
É fácil esquecer as ofensas e amar os
inimigos? Como adquirir forças para vencer os ultrajes? A reflexão sobre a
morte do Cristo é de inestimável ajuda. Jesus, que nada tinha de expiar, sofreu
macerações acerbas para dar-nos o exemplo do perdão incondicional. Por outro
lado, lembremo-nos da dupla recompensa reservada, no além túmulo e nesta
existência, para aquele que soube sacrificar-se por amor ao próximo.
Tenhamos em mente que o perdão deve
estar sempre presente em nossos pensamentos, pois é através dele que vamos
conseguindo adquirir forças espirituais para a remoção de todo o mal que envolve
o planeta terra.
Fonte de Consulta
IDÍGORAS, J. L., Padre, S. j. Vocabulário
Teológico para a América Latina. São Paulo, Edições Paulinas, 1983.
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Se Todos Perdoassem
Imaginemos, por um minuto, que mundo
maravilhoso seria a Terra, se todos perdoassem!…
Se todos perdoassem, a ventura celeste
começaria de casa, onde todo companheiro de equipe doméstica perceberia que a
experiência na reencarnação é diferente para cada um e, por isso mesmo, teria
suficiente disposição para agir em apoio dos associados da edificação em
família, a fim de que venham a encontrar o tipo de felicidade pessoal e correta
a que se dirigem.
Se todos perdoassem, cada grupo na
comunidade terrestre alcançaria o máximo de eficiência na produção do bem
comum, porquanto, em toda parte, existiria entendimento bastante para que a
inveja e o despeito, o azedume e a crítica destrutiva fossem banidos para sempre
do convívio social.
Se todos perdoassem, o espírito de
competição, no progresso das ciências e na efetivação dos negócios, subiria
constantemente de nível moral, suscitando as mais belas empresas de
aprimoramento do mundo, porque o golpe e a vingança desapareceriam do intercâmbio
entre pessoas e instituições, com o respeito mútuo revestindo de lealdade os
menores impulsos à concorrência, que se fixaria exclusivamente no bem com
esquecimento do mal.
Se todos perdoassem, a guerra seria
automaticamente abolida no planeta, de vez que o ódio seria erradicado das
nações, com a solidariedade traçando aos mais fortes a obrigação do socorro aos
mais fracos, não mais se verificando a corrida de armamentos e sim a emulação
incessante à fraternidade entre os povos.
Se todos perdoassem, a saúde humana
atingiria prodígios de equilíbrio e longevidade, porquanto a compreensão
recíproca extinguiria o ressentimento e o ciúme, que deixariam, por fim, de
assegurar, entre as criaturas, terreno propício à obsessão e à loucura, à
enfermidade e à morte.
Se todos perdoarmos, reformaremos a
vida na Terra, apagando de todos os idiomas a palavra “ressentimento”, para
convivermos, uns com os outros, acreditando realmente que somos irmãos diante
de Deus.
Quando todos aprendermos a perdoar, o
amor entoará hosanas, de polo a polo da Terra, e então o Reino de Deus fulgirá
em nós e junto de nós para sempre.
Emmanuel
Lição 20 do livro Passos da
Vida, de Francisco Cândido Xavier, pelos Espíritos Diversos.
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