Vivência
religiosa é caracterizada pelo sentimento de dependência do crente em
relação ao Ser Supremo. Desde a Antiguidade até os nossos dias,
manifesta-se sob vários matizes: ora menos racional, ora mais. Contudo,
sempre imerso num mundo sobrenatural, estigmatizado pelo amor e pelo temor.
Os propagadores das
religiões primitivas apoiavam-se nas músicas barulhentas, nas danças e nos
rituais para incutir, primeiramente, o medo e depois, o êxtase, aos assistidos. No Cristianismo, o temor é representado pela obediência à Lei de
Moisés; o amor, pela crença no Evangelho. Essa duplicidade pode ser melhor
visualizada pela criação do diabo, contrapondo-se ao Deus de misericórdia e de
bondade.
As religiões são
instituições que organizam a adoração ao sagrado. Embora de origem divina, a
maioria está eivada da influência humana. Por esta razão, o padre Alta afirmou
que há enorme distância entre o Cristianismo do Cristo e o Cristianismo dos
Vigários. O homem, sendo falível, criou a imagem do céu e do inferno. No
primeiro reina a paz e a ociosidade. No segundo, um sofrimento sem fim, ao lado
dos toneis ferventes.
O relacionamento entre o
homem e Deus fundamenta a religião. Ter um conceito preciso, livre de
interesses e de ambições, auxilia-nos a compreender a realidade religiosa que
nos absorve. O termo religião vem do latim religio que parece derivar de re + ligare. Com o prefixo interativo re significaria um sentimento de vinculação, de
obrigação para com o Ser Supremo. Não deve ser entendido como uma volta a Deus,
porque nunca Dele estivemos separados.
A racionalização do
sagrado é um imperativo para a nossa existência. Se a ideia de Céu, Inferno
e Purgatório já não nos satisfaz, deixemo-la de lado; se temos confiança no Deus de amor, por que nos preocuparmos com o Deus de Temor? A realização do "eu" espiritual
está mais próximo de nós do que imaginamos. Basta não queiramos transferir a
responsabilidade para terceiros.
Vivenciemos o sentimento
religioso, isento de preconceitos e dos erros dogmáticos, caso queiramos
atingir a perfeita libertação de nossa alma.
Fonte de Consulta
Enciclopédia Combi Visual. Barcelona (Espanha),
Ediciones Danae, 1974.
Nenhum comentário:
Postar um comentário