"Se soubéssemos o quanto somos incompreendidos, com certeza falaríamos menos."
A incompreensão é a falta de
compreensão, de avaliação, de julgamento que não consideramos adequado. Pode-se
dizer que é o ruído que se estabelece entre o emissor e o receptor de uma
mensagem. Ruído aqui não significa barulho, mas distorção da mensagem. Nesse
caso, o receptor não capta com exatidão o que o emissor quer transmitir.
Posteriormente, quando for passar a informação para outra pessoa, poderá faltar
com a verdade dos fatos.
Nem sempre a incompreensão é fruto do ruído, muito natural,
diga-se de passagem. Há também que se considerar a má-fé do receptor. Muitos,
por interesse próprio, preferem dar a sua própria interpretação e não aquilo
que os fatos mostram. A sua opinião, o seu juízo de valor fala mais alto. Sem o
saber, ele pode gerar transtornos a terceiros, principalmente quando a mensagem
carrega certa dose de maledicência. Exemplo: tentemos dialogar com alguém,
sobre o qual recebemos informações difamantes. Qual é a nossa atitude? Ficarmos
com um pé atrás, com dúvidas.
A visão tacanha que temos do mundo ajuda a
distorcer a mensagem. Jesus, por exemplo, sofreu inúmeras incompreensões. A sua
vasta sabedoria não estava à altura dos habitantes de sua época. Por isso mesmo
deixou-nos o "Consolador Prometido", aquele que viria na época
predita relembrar o que dissera, bem como trazer novos conhecimentos. O
Espiritismo ajusta-se bem ao parácleto, pois veio no momento oportuno,
principalmente quando a humanidade caminhava para uma fé irracional. O Consolador nos
devolveu a esperança, esperança de um mundo futuro mais justo.
O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, está repleto de ensinamentos
para que cada um possa suportar com mestria as incompreensões alheias. Além
dele, as mensagens espíritas, principalmente aquelas trazidas pelo Espírito
Emmanuel, dão-nos o conforto para o nosso sofrimento. Lembremo-nos também que
quanto mais procuramos a verdade das coisas, mais somos deslocados para a
solidão. É que aquilo que satisfaz à grande massa para nós já não tem mais
valor, pois o nosso interesse está mais precisamente na salvação de nossa alma
enfermiça.
Os Espíritos superiores estão sempre nos
secundando. Eles respeitam o nosso livre-arbítrio, mas gostariam que fôssemos
mais receptivos aos seus conselhos amorosos. Há situações tão graves em nossa
existência que a sugestão deles é para silenciarmos. Eles dizem: “Está a ponto
de querelar com o seu vizinho, com o seu familiar; espere até o dia seguinte.
Quem sabe o problema não toma outro rumo, quem sabe o frescor da noite não
modifica o seu julgamento?”
Esforcemo-nos por compreender o nosso próximo.
Contudo, não exijamos dele o que não pode dar.
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