O
estudo dos reflexos condicionados leva-nos a uma reflexão sobre as nossas
atitudes. A atitude pode ser definida como uma maneira
peculiar de reagir aos acontecimentos. Ela forma-se, toma força, estrutura-se
e, sem o percebermos, todas as nossas reações acabam transformando-se em
respostas automáticas aos estímulos oferecidos. Se, por um acaso, quisermos
mudar a resposta, achamo-nos em erro e desistimos incontinente.
A
formação das atitudes pode ser feita de três maneiras: a) princípio de associação; b) princípio de transferência; c) princípio de satisfação de necessidade. Na realidade, os componentes
formadores das atitudes podem ser "pensamentos", "crenças",
"sentimentos ou emoções" e "tendência para reagir". Quer
dizer, ao vermos alguém praticar um determinado ato, achamo-nos no direito de
imitá-lo: começamos, repetimos e incorporamo-lo em nossa conduta pessoal. Com o
tempo, o referido ato torna-se um hábito tão natural, que nos sentimos sem
forças para modificá-lo.
Os
psicólogos sociais mostraram, através de pesquisa, que há muita facilidade em
construir hábitos. Basta iniciá-los, que as circunstâncias concorrem para
solidificá-los. A modificação, porém, não é tarefa fácil. A substituição (ou
extinção) requer mais força do que se imagina. A persuasão é o elemento chave que está na base dessas
pesquisas. Nesse sentido, chamam-nos a atenção para a persuasão dos crédulos,
que são facilmente sugestionados pelo carisma e magnetismo dos seus líderes.
Após serem vítimas de uma lavagem cerebral, não conseguem mais pensar pela
própria cabeça. Por isso, quando seguimos a multidão podemos estar no contrapé
da história.
Esses
psicólogos sociais mostraram também que há um aspecto relevante no esforço
despendido para mudar o hábito negativo, ou seja, quando mudamos uma tendência
todas as outras sofrem um realinhamento na mesma direção. É que, segundo esses
cientistas, o ser humano funciona globalmente, e tudo o que fizermos no
particular terá uma repercussão no todo orgânico. Nesse sentido, o psicólogo
Emile Coué escreveu uma frase sugestiva que dá a ideia da generalidade:
"Todos os dias sob todos os aspectos vou cada vez melhor".
O tempo
decorrido de um automatismo negativo é sumamente importante. A influência dos
Espíritos obsessores que estão nos prejudicando deve ser analisada. André Luiz
em Missionários da Luz chama nossa atenção para a dificuldade de se
quebrar as algemas obsessivas forjadas ao longo de várias encarnações. É que na
simbiose das mentes as almas alimentam-se mutuamente. Se quisermos romper de
uma hora para a outra, haverá prejuízo de ambas as partes. Nesse sentido, a
paciência, a prece, a vigilância, as prédicas evangélicas assumem papel deveras
salutar.
Deus,
porém, não desampara ninguém. Ele está sempre enviando os professores sociais
da boa nova. Basta termos confiança neles, e eles serão farol de nossa
libertação espiritual.
Fonte de Consulta
KARDEC,
A. A Obsessão. 3. ed., São Paulo, O Clarim, 1978.
Nenhum comentário:
Postar um comentário