02 julho 2008

Morte

"Mors certa sed hora incerta" (A morte é certa, mas a hora é incerta)

Morte — Do lat. mortem — é simplesmente definida como ausência de vida; foi sempre vista como mistério, superstição e fascinação pelo homem. De acordo com o Espiritismo, é o desprendimento total do Espírito do corpo físico, em consequência da ruptura do laço fluídico que prende ou liga um ao outro, quando então há o falecimento.

As sociedades modernas negam a morte. Nos Estados Unidos há o "Funeral Home", ou seja, "casa de embelezamento de cadáver". As altas tecnologias desenvolvidas para tratar as doenças dão certa supremacia aos médicos. Atualmente, muitas crianças só veem o falecimento através de filmes. Isso porque a maioria das pessoas passa os últimos instantes de sua existência em hospitais, que foram construídos para salvar vidas. A morte, em certo sentido, é uma derrota da medicina.

As religiões têm exercido poderosa influência nas "atitudes" dos indivíduos com relação ao passamento. No Catolicismo, há a imagem do fogo eterno queimando nossas entranhas; nas Doutrinas Orientais, a volta do Espírito em um corpo animal. Além da questão religiosa, há os erros de abordagem: tudo termina com a morte; imersão no desconhecido; excesso de preparação para o desenlace; dúvidas com relação à imortalidade e ilusão de sermos indispensáveis à família.

Allan Kardec, no livro O Céu e o Inferno, trata exaustivamente do problema da morte. Diz-nos que o temor da morte decorre da noção insuficiente da vida futura, embora denote também a necessidade de viver e o receio da destruição total. Segundo o seu ponto de vista, o espírita não teme a morte, porque a vida deixa de ser uma hipótese para ser realidade. Ou seja, continuamos individualizados e sujeitos ao progresso, mesmo na ausência da vestimenta física.

Nós, os chamados civilizados, deveríamos aprender a morrer. É possível que o desenvolvimento econômico e industrial tenha obscurecido nossa mente sobre o fato. Contudo, cedo ou tarde, teremos de enfrentar o problema. Sócrates, filósofo grego da Antiguidade, já nos alertava que a Filosofia nada mais é do que o estudo da morte. Pergunta-se: como anda o nosso treino para o desenlace?

A transição serena exige tranquilidade de consciência. Desapeguemo-nos, assim, dos nossos familiares, de nossos bens materiais e de tudo aquilo que possa dificultar a nossa partida.

Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/morte

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"Desencarnação é libertação da alma, morte é outra coisa. Morte constitui cessação da vida, apodrecimento, bolor." (Capítulo 26 do livro Estude e viva, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier)

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Honrar os Mortos (c. 600000 a.C.) [Homo Heidelbergensis]

Prática de demonstrar respeito a uma pessoa falecida por meio de rituais específicos

“Nossos mortos nunca estão mortos para nós até que os esqueçamos.” George Elliot, escritor

É difícil determinar quando surgiu a prática de honrar os mortos. Certas evidências demonstram que os homo Heidelbergensis (que viveram entre 600 mil e 400 mil anos atrás) foram os primeiros proto-humanos a enterrarem seus mortos. Se, no entanto, eles os honraram ou praticaram algum tipo de ritual em sua homenagem, não se pode afirmar com certeza. Há locais onde se enterravam humanos datados de 130 mil anos atrás que mostraram evidências mais convincentes do que aquelas que realizavam o sepultamento tinha a intenção de lembrar ou honrar o falecido, por meio da posição do corpo, da inclusão de itens como ferramentas e ossos de animais, e da colocação de elementos decorativos na tumba. Tal sugestão de ritual no processo de sepultamento pode indicar que esta era uma das primeiras formas de prática religiosa.

Em algumas culturas ou tradições, honrar os mortos é uma prática comum, na qual se acredita que os parentes falecidos ou ancestrais têm uma presença contínua ou mesmo influência sobre os que ainda vivem. Em outras, as tradições que honram os mortos ocorre logo após o falecimento ou várias vezes ao longo do ano. Honrar os mortos não é necessariamente uma tradição religiosa, embora muitas religiões tenham rituais quase universal que atravessa limites geográficos e culturais. Os rituais envolvidos nos costumes geram um laço social mais firme e também são uma maneira de ligar os mortos aos que ainda vivem. Tais elementos se fazem fortemente presentes em muitos rituais religiosos, com frequência formando a base de identidades culturais e individuais.

ARP, Robert (Editor). 1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar. Tradução Andre Fiker, Ivo Korytowski, Bruno Alexander, Paulo Polzonoff Jr e Pedro Jorgensen. Rio de Janeiro: Sextante, 2014.




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