O fenômeno de Hydesville em trinta e um
de março de 1848, nos Estados Unidos, e o lançamento de O Livro dos
Espíritos, em dezoito de abril de 1857, são considerados os dois
grandes marcos do Espiritismo. A característica principal desse intervalo de
nove anos foi o alastramento fenômeno das "mesas girantes", o qual
forneceu subsídio a Allan Kardec para codificação do Espiritismo.
O fenômeno das "mesas
girantes" chega ao Brasil. Segundo Zêus Wantuil, em As Mesas
Girantes e o Espiritismo, supõe-se que o Jornal do Commercio,
do Rio de Janeiro, foi o primeiro órgão da Imprensa brasileira a publicar
notícias acerca das "mesas girantes". Isto ocorreu em 1853. Neste
mesmo ano há, também, notas estampadas no Diário de Pernambuco e
no jornal O Cearense. Relatavam-se nas referidas notas que não se
podia pôr os pés em um salão, sem ver toda a sociedade em torno de uma mesa
redonda, esperando que a tábula queira voltear.
Às vinte horas e trinta minutos do dia
dezessete de setembro de 1865 realizou-se a primeira e autêntica sessão
espírita. Na ocasião, Luís Olímpio Teles de Menezes recebe a primeira página
psicografada e assinada por "Anjo Brasil". Em julho de 1869, para
melhor defender e propagar o Espiritismo, Luís Olímpio Teles de Menezes
publicou O Echo D’Além-Túmulo - Monitor do Espiritismo no Brasil,
o primeiro jornal espírita do Brasil.
O período 1873-1889 retrata os
primeiros passos do Espiritismo no Brasil. P. F. Barbosa, em Espiritismo
Básico, estuda o conteúdo histórico de várias datas, entre as quais
citamos: dia dois de agosto de 1873 instala-se a "Sociedade de Estudos
Espíritas - Grupo Confúcio"; dia primeiro de janeiro de 1875 o "Grupo
Confúcio" lança a Revista Espírita, nos mesmos moldes da Revista Espírita
de Allan Kardec; dia primeiro de janeiro de 1884 funda-se a Federação Espírita
Brasileira (FEB); dia vinte e três de maio de 1889 Bezerra de Menezes inicia o
estudo sistemático de O Livro dos Espíritos em sessões
públicas semanais.
O início do Espiritismo no Brasil foi
marcado por diversas contrariedades. O entrave maior situou-se entre os
próprios espíritas, ou seja, formaram-se vários núcleos espíritas, cada qual
com finalidades distintas. Havia os grupos de estudo do Evangelho, os do estudo
científico, os do estudo filosófico e os roustanguistas. Foi preciso a presença
serena de Bezerra de Menezes, a fim de unificar o movimento, dando-lhe uma
direção fundamentada nos princípios fundamentais da Doutrina Espírita.
Depois de Bezerra de Menezes ter
alicerçado a base, o movimento alastrou-se. Hoje, apesar de algumas
divergências, este movimento vem se fortificando dia-a-dia. Esperamos que
continue nesse ritmo.
Fonte de Consulta
BARBOSA, P. F. Espiritismo
Básico. 3. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1987.
WANTUIL, Z. As Mesas Girantes e
o Espiritismo. Rio de Janeiro, FEB, 1957.
XAVIER, F. C. Brasil, Coração
do Mundo, Pátria do Evangelho. 11. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/espiritismo-no-brasil
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