02 julho 2008

Espiritismo no Brasil: suas Origens

O fenômeno de Hydesville em trinta e um de março de 1848, nos Estados Unidos, e o lançamento de O Livro dos Espíritos, em dezoito de abril de 1857, são considerados os dois grandes marcos do Espiritismo. A característica principal desse intervalo de nove anos foi o alastramento fenômeno das "mesas girantes", o qual forneceu subsídio a Allan Kardec para codificação do Espiritismo.

O fenômeno das "mesas girantes" chega ao Brasil. Segundo Zêus Wantuil, em As Mesas Girantes e o Espiritismo, supõe-se que o Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, foi o primeiro órgão da Imprensa brasileira a publicar notícias acerca das "mesas girantes". Isto ocorreu em 1853. Neste mesmo ano há, também, notas estampadas no Diário de Pernambuco e no jornal O Cearense. Relatavam-se nas referidas notas que não se podia pôr os pés em um salão, sem ver toda a sociedade em torno de uma mesa redonda, esperando que a tábula queira voltear.

Às vinte horas e trinta minutos do dia dezessete de setembro de 1865 realizou-se a primeira e autêntica sessão espírita. Na ocasião, Luís Olímpio Teles de Menezes recebe a primeira página psicografada e assinada por "Anjo Brasil". Em julho de 1869, para melhor defender e propagar o Espiritismo, Luís Olímpio Teles de Menezes publicou O Echo D’Além-Túmulo - Monitor do Espiritismo no Brasil, o primeiro jornal espírita do Brasil.

O período 1873-1889 retrata os primeiros passos do Espiritismo no Brasil. P. F. Barbosa, em Espiritismo Básico, estuda o conteúdo histórico de várias datas, entre as quais citamos: dia dois de agosto de 1873 instala-se a "Sociedade de Estudos Espíritas - Grupo Confúcio"; dia primeiro de janeiro de 1875 o "Grupo Confúcio" lança a Revista Espírita, nos mesmos moldes da Revista Espírita de Allan Kardec; dia primeiro de janeiro de 1884 funda-se a Federação Espírita Brasileira (FEB); dia vinte e três de maio de 1889 Bezerra de Menezes inicia o estudo sistemático de O Livro dos Espíritos em sessões públicas semanais.

O início do Espiritismo no Brasil foi marcado por diversas contrariedades. O entrave maior situou-se entre os próprios espíritas, ou seja, formaram-se vários núcleos espíritas, cada qual com finalidades distintas. Havia os grupos de estudo do Evangelho, os do estudo científico, os do estudo filosófico e os roustanguistas. Foi preciso a presença serena de Bezerra de Menezes, a fim de unificar o movimento, dando-lhe uma direção fundamentada nos princípios fundamentais da Doutrina Espírita.

Depois de Bezerra de Menezes ter alicerçado a base, o movimento alastrou-se. Hoje, apesar de algumas divergências, este movimento vem se fortificando dia-a-dia. Esperamos que continue nesse ritmo.

Fonte de Consulta

BARBOSA, P. F. Espiritismo Básico. 3. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1987.

WANTUIL, Z. As Mesas Girantes e o Espiritismo. Rio de Janeiro, FEB, 1957.

XAVIER, F. C. Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho. 11. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/espiritismo-no-brasil


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