Messianismo -
teoria da expectação ou da esperança num Messias salvador e redentor da
Humanidade, considerada em estados ou de degradação ou de queda ou de perdição,
após cuja vinda essa mesma Humanidade recupera, regenera, restaura ou
redescobre o estado de felicidade. O termo messianismo toma diferentes
significados, dependendo do aspecto cultural e religioso no qual está inserido,
mas sempre manifestando a proposta para a cura do que está mal.
O messianismo hebraico, consoante a
evolução do povo de David, é real, profético e sacerdotal, mas a ideia nuclear,
ainda que o nome messias pouco aparece no Antigo Testamento, revela a tipologia
de um rei-sacerdote que virá no fim dos tempos para instaurar o amor, a
justiça, a unidade e a paz. A sua figura é absorvente nos livros históricos
poéticos e sapienciais, sendo-nos revelado como Rei Messias (Jer.,
30, 9), Servo Sofredor (Isaías, 53,1) e Filho do Homem (Dan.,
7,13).
Para a modernidade evangélica, esses
cognomes são atribuídos a Cristo, o verdadeiro Messias já vindo. O termo Messias é
de origem hebraica. Deriva do aramaico Meshihà, pelo hebraico Hammashiab (o
Ungido), pelos gregos traduzido no nome Christós. A raiz do nome
é meshab (=ungir), verbo com que se designava a unção
sacerdotal, profética e régia. Essa atribuição é causa de cisão com o Messianismo
hebraico, na medida em que o Cristo veio contrariar o tradicionalismo judaico.
A filosofia política, quando visa o
Reino, a República, o Estado Perfeito, situa-se na esfera messianológica em
acepção ampliada. Observe a República de Platão, a Política de
Aristóteles, a Utopia de Thomas More, a Cidade do Sol de
Campanella. Além disso, há os múltiplos tratados sobre a cidade cristã, desde
de Cevitate Dei, de Santo Agostinho, à da Instituição Real,
de Jerônimo Osório. Todos imbuídos do afã de atingir uma sociedade perfeita,
onde o mal seria banido de nosso planeta.
Os "enviados", os "mensageiros
celestes" e os "homens escolhidos" têm muito a ver
com a caracterologia messiânica. Surgem, assim, no seio da sociedade os
diversos ungidos propagadores da nova moral, visando sempre a salvação da alma.
Surgem diversas lendas em que os cognomes régios — Príncipe Perfeito, o
Desejado — que visam transferir para simples humanos caracteres de
perfeição messiânica, com se o encoberto fosse já desoculto.
Eis um resumo dos vários aspectos que uma mesma
palavra pode alcançar nas várias vivências de nossa existência. (Muita coisa
copiada).
Fonte de Consulta
POLIS - Enciclopédia Verbo da Sociedade e do
Estado. Lisboa/São Paulo, Verbo, 1986.
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